O bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) é um problema recorrente nos cafezais. Esse inseto é considerado uma das principais pragas do café em diferentes fases de desenvolvimento do cafezal.
A praga causa danos principalmente nas folhas, o que provoca a desfolha precoce, reduzindo a disponibilidade de nutrientes para as flores, refletindo, assim, em menor potencial de pegamento dos botões florais, e consequentemente, em redução drástica da produção de frutos.
Atualmente, a principal forma de controle do bicho-mineiro é por meio da aplicação de inseticidas. Ainda assim, há uma maior complexidade no controle devido a localização do inseto na planta, além de que as condições climáticas e a região de cultivo da lavoura podem favorecer a rápida evolução das populações do bicho-mineiro.
Considerando o potencial de dano dessa ameaça, que pode ultrapassar os 70%, é indispensável compreender o comportamento da praga, identificar as principais épocas do ano em que ocorre, como o monitoramento pode ser realizado e de que forma a tecnologia em inseticidas pode ser a chave para o sucesso do cultivo.
Quer vencer o bicho-mineiro no seu cafezal? Então continue a leitura!
Por que o controle do bicho-mineiro é um desafio para os produtores de café?
A dificuldade no controle do bicho-mineiro envolve seis principais motivos:
1. Rotação de grupos químicos
O uso contínuo de inseticidas do mesmo grupo químico pode reduzir a sensibilidade da praga aos inseticidas, portanto, o manejo que proporciona a possibilidade de rotação de grupos químicos e ingredientes ativos contorna as possibilidades de que uma determinada população de bicho-mineiro se torne menos sensível ao uso desses inseticidas foliares. Com a introdução e adoção de novos ativos o manejo se torna mais eficiente e duradouro durante o ciclo da cultura do café.
2. Ciclo de vida do bicho-mineiro
O ciclo de vida complexo da praga possui diferentes estádios (passando pela fase de ovo, lagarta, pupa e adulto), que ocorrem em momentos diferentes, exigindo medidas que sejam efetivas para cada uma delas. Nesse sentido, a sincronização entre as aplicações de inseticidas e os estádios do ciclo de vida do bicho-mineiro são necessárias para a efetividade do controle.
Ciclo de vida do bicho-mineiro em diferentes condições de temperatura. Fonte: De Almeira et al., 2020.
3. Comportamento do bicho-mineiro
O comportamento da praga tem como principal característica a mineração, ou seja, as lagartas escavam galerias entre as camadas das folhas, conferindo proteção às larvas contra a ação dos inseticidas e às condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento. Dessa maneira, o controle torna-se ainda mais desafiador, pois as soluções precisam atingir as lagartas de forma eficaz.
Na figura abaixo é possível observar o inseto adulto (mariposa), o encasulamento do inseto, (observado normalmente no verso das folhas), a fase de pupa e as lesões na folha (em formato de galerias). Veja:
Fases do ciclo de vida do bicho-mineiro no café. Fonte: Mais Agro, 2021.
4. Dificuldade da detecção precoce
Existe a dificuldade para a detecção precoce, o que faz com que o bicho-mineiro seja detectado apenas quando os danos já forem visíveis nas folhas, indicando que a infestação já encontra-se em estádio avançado, o que torna o controle mais complexo. A detecção precoce do inseto é fundamental para um controle eficaz.
5. Sazonalidade e as condições ambientais que favorecem o bicho-mineiro
O quinto motivo diz sobre a sazonalidade e as condições ambientais que favorecem a praga.
É importante ressaltar que o bicho-mineiro pode ocorrer no cafezal durante todo o ano, no entanto, em determinadas épocas do ano, a praga tende a se manifestar em altas populações, especialmente em épocas de clima quente e seco.
Essa sazonalidade, ou seja, ocorrência em diferentes épocas do ano, torna o controle mais desafiador, exigindo monitoramento e aplicação de inseticidas em momentos específicos para a obtenção de melhores resultados.
6. Necessidade da implementação do MIP (Manejo Integrado de Pragas)
Por fim, existe a necessidade de implementar abordagens de MIP, combinando diferentes estratégias de controle, como o uso de inseticidas, o monitoramento constante da população da praga, a adoção de práticas culturais adequadas, entre outras.
Entenda mais sobre o bicho-mineiro para acertar no controle
Como comentamos anteriormente, um dos desafios no controle dessa praga é a ocorrência em diferentes épocas do ano e, portanto, em diferentes estádios de desenvolvimento do cafezal, podendo afetar desde plantas jovens a plantas adultas. A praga possui um comportamento bastante característico, podendo ser observadas as primeiras minas em folhas do terço superior da planta e, à medida que a infestação aumenta, por todas as folhas da planta nos terços mais inferiores.
Embora as principais épocas de infestação possam variar em função da região produtora de café, as condições climáticas favoráveis à ocorrência da praga são semelhantes. Os maiores picos de infestação são observados de abril até setembro, então o manejo deve ser realizado de forma preventiva, visando evitar o aumento das infestações durante os meses citados acima.
A atenção deve ser mantida em todas as épocas do ano, principalmente quando houver longos períodos de estiagem e temperaturas altas.
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Condições ambientais favoráveis ao bicho-mineiro:
As condições climáticas que favorecem o bicho-mineiro incluem temperaturas elevadas, entre 25ºC e 30ºC, que aceleram o desenvolvimento e a reprodução da praga. O que tem ocorrido com certa frequência são temperaturas observadas acima das médias históricas e a possível diminuição no intervalo de ciclo de vida do bicho-mineiro, como observado nas imagens a seguir.
Relação do clima com a praga e a interferência em seu ciclo reprodutivo. Fonte: Adaptado de SISMET, 2021 e JARAMILO, GONZALES, 2019.
Monitoramento do bicho-mineiro
Uma pergunta frequente entre produtores é como fazer o monitoramento do bicho-mineiro nos cafezais. A resposta envolve mais de uma alternativa. As principais, que podem ser citadas, incluem:
- observação visual das plantas: procure por sinais característicos da infestação do bicho-mineiro, como a presença de mariposas, ovos e minas;
- utilização de armadilhas: armadilhas com feromônios, por exemplo, liberam substâncias químicas semelhantes aos feromônios sexuais dos insetos, e podem auxiliar na sua captura, no monitoramento da população da praga e do nível de infestação no cafezal;
- realização de amostragem sistemática: realize amostragens em diferentes locais da lavoura, selecionando plantas aleatoriamente, e analisando um número específico de folhas de cada planta. Ao constatar a presença da praga, perceba a presença de galerias e a intensidade das infestações;
- utilize armadilhas adesivas: essas armadilhas consistem no uso de placas ou fitas revestidas com substâncias adesivas que podem ser fixadas nas plantas, capturando, assim, os insetos voadores, incluindo as mariposas do bicho-mineiro. A análise dos insetos capturados auxilia no monitoramento e na definição das estratégias de controle.
Atualmente, em regiões de alta pressão, a infestação de 3,0% a 5,0% de minas ativas deve ser o índice utilizado para se iniciar o controle do bicho-mineiro.
Controle do bicho-mineiro no cafezal: importância além da safra vigente
As razões pelas quais o controle dessa praga é fundamental para a obtenção de uma boa produtividade do cafezal são inúmeras e não são exclusivas para a safra vigente. Isso porque o inseto reduz consideravelmente a área foliar, com consequente diminuição da área fotossinteticamente ativa, afetando, dessa forma, a capacidade da planta em realizar a fotossíntese e translocar nutrientes.
O ataque severo do bicho-mineiro causa queda e desfolha prematura da planta, resultando em déficit de energia e nutrientes, o que impacta a safra vigente e a próxima safra, uma vez que as plantas estarão debilitadas.
A qualidade dos frutos do café também é prejudicada. A redução da área foliar e a perda de nutrientes podem comprometer a floração e a formação adequada dos frutos, afetando o seu tamanho, aumentando a porcentagem de frutos com defeitos e reduzindo a concentração de compostos aromáticos importantes para a obtenção de uma bebida de qualidade.
Controlar o bicho-mineiro durante todo o ciclo de crescimento e desenvolvimento das plantas de café é fundamental para proteger o investimento realizado no cafezal. Por isso, escolher tecnologias inseticidas que confiram controle efetivo do bicho-mineiro é trabalhar em prol de uma produção saudável, rentável e sustentável.
Como a tecnologia em inseticidas pode ser um marco para uma nova era no controle do bicho-mineiro?
Tendo o controle com inseticidas como uma das principais formas de manejo do bicho-mineiro, aliado à possibilidade de rotacionar grupos químicos e ingredientes ativos, essa prática se torna indispensável para um manejo mais eficiente e duradouro. E, contar com novas ferramentas torna-se fundamental para a sustentabilidade da produção de café no país.
Pensando nisso, a Syngenta apresenta INFLUX®, um inseticida translaminar, de contato e ingestão, com alta tecnologia e que possui ativos capazes de resultar em controle superior do bicho-mineiro e outras pragas no cafezal. INFLUX® é composto por dois ativos potentes de controle, pertencentes aos grupos químicos das avermectinas e benzoiluréias.
Os diferenciais de INFLUX® incluem:
- dois ativos novos no manejo de bicho-mineiro;
- ação e efeito de choque;
- amplo espectro de controle;
- recomendado para o manejo antirresistência
- flexibilidade de aplicação, recomendado tanto para períodos secos como para períodos úmidos.
Além disso, INFLUX® conta com a nova tecnologia VISIQ®, que confere maior potência de controle. Essa tecnologia protege a molécula da radiação UV, retardando a sua fotodegradação, oferecendo, assim, maior tempo para a absorção do inseticida pelas folhas.
INFLUX®: o fim do bicho-mineiro no cafezal!
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