A lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) é uma praga noturna que tem se destacado em diversas culturas, especialmente na soja, devido a sua alta capacidade de reprodução e os danos que causa durante os estádios iniciais de desenvolvimento das lavouras.
Apesar de se esconder durante o dia, a ação destrutiva da lagarta-rosca é clara quando ataca as plântulas e plantas jovens durante a noite, comprometendo a produtividade das lavouras e tornando-se uma ameaça significativa para os agricultores.
No texto a seguir, vamos explorar o ciclo de vida da lagarta-rosca, os prejuízos que ela causa na cultura da soja e as melhores estratégias para seu manejo e controle, com ênfase no tratamento de sementes e o uso de tecnologias que auxiliam na proteção das lavouras. Leia a seguir!
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Conhecendo a lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), uma praga de solo de hábito noturno
A lagarta-rosca é uma praga de solo da ordem Lepidoptera e da família Noctuidae que ganhou esse nome devido ao hábito de permanecer enrolada no solo ou embaixo de restos culturais durante o dia, no formato que se assemelha a uma “rosca”. Também costuma se enrolar rapidamente quando se sente ameaçada.
Ela é conhecida por atacar uma ampla gama de plantas nativas e exóticas, incluindo mais de 30 culturas de grande importância agrícola de diferentes famílias, como:
- Poaceae, como o arroz, o milho e o trigo;
- Fabaceae, como a soja e o feijão;
- Solanaceae, como as batatas;
- Cucurbitaceae, como as abóboras;
- Cruciferae, como as couves;
- Asteraceae, como as alfaces.
Devido a isso, a lagarta-rosca ganhou destaque entre as pragas agrícolas e vem sendo estudada intensivamente.
Apesar de ser de difícil visualização em campo, a lagarta-rosca da espécie Agrotis ipsilon pode ser identificada a partir de algumas características chaves. A primeira delas é o seu corpo cilíndrico e robusto, que apresenta cinco pares de pernas abdominais e coloração que varia de cinza a quase preto, com predominância da cor pardo-acinzentada escuro. Além disso, apresenta grânulos escuros no dorso e mais claros no ventre e pode exibir listras claras dispostas longitudinalmente.
Quanto ao seu tamanho, ele varia de acordo com o estágio de desenvolvimento larval, que dura em média de 20 a 25 dias. Até o terceiro ínstar, a lagarta-rosca mede menos de 10 mm, no quarto e quinto ínstares, entre 10 e 30 mm e do sexto até o nono ínstar, pode chegar até 50 mm em condições favoráveis para o seu desenvolvimento, que incluem teores mais altos de umidade e temperaturas médias em torno de 27 °C.

Completando o seu crescimento larval, a lagarta-rosca vai para o solo e se transforma em uma pupa marrom brilhante. Ela permanece nesse estágio por cerca de 15 dias até emergir e se tornar uma mariposa adulta com até 50 mm de envergadura, exibindo asas anteriores de coloração marrom-acinzentada com bordas largas de cor castanho-claro e asas posteriores semitransparentes.

Os adultos de A. ipsilon podem chegar a viver até 12 dias e, durante esse período, acontece a reprodução da espécie. Uma única fêmea coloca em média de 1000 a 1600 ovos, fazendo a postura sobre folhas, caule, palhada e raramente no solo úmido. A fêmea adulta tem capacidade para se deslocar por cerca de 1000 km em até quatro dias, o que faz com que a multiplicação e a dispersão dessa praga seja muito ampla e intensa.
A cada geração, a população da A. ipsilon pode aumentar mais de 600 vezes, com o pico da taxa máxima de crescimento populacional ocorrendo no 50º dia, momento em que os valores máximos de fertilidade específica e taxa de sobrevivência se cruzam.
Ao todo, o ciclo de vida da lagarta-rosca dura em média 42 dias, sendo o seu período larval o mais danoso para as culturas agrícolas, com destaque para a cultura da soja.
A lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) e os seus prejuízos para a cultura da soja
A soja está entre as culturas mais atacadas pela lagarta-rosca. Isso porque, desde a adoção do sistema de plantio direto, na década de 70, foram criadas condições cada vez mais favoráveis ao desenvolvimento dessa praga no solo das áreas cultivadas.
Os ataques da lagarta-rosca na soja podem ocorrer desde a emergência das plântulas até o início do florescimento, entretanto é durante a fase inicial de desenvolvimento da cultura que os danos são mais severos.
Quando as plantas de soja são mais jovens ou recém-germinadas, a lagarta-rosca, a partir do quarto ínstar, tem capacidade para seccionar completamente a haste das plântulas na região do colo, causando a sua morte. Perdas de produtividade de quase 30% já foram associadas ao ataque da lagarta-rosca na soja.

Já em plantas mais desenvolvidas, a lagarta-rosca pode abrir galerias e enfraquecer as hastes, favorecendo o tombamento das plantas, além de realizar a raspagem do limbo foliar e do pecíolo, facilitando a entrada de microrganismos causadores de doenças na soja.
Tal fato, associado à capacidade de multiplicação dessa praga, fazem com que o seu controle seja imprescindível para proteger o potencial produtivo das lavouras de soja.
Práticas do manejo integrado de pragas para controle da lagarta-rosca na soja
O controle da lagarta-rosca na soja ainda é considerado um desafio para muitos produtores. Os hábitos noturnos dessa praga de solo, somados ao seu comportamento de ficar escondida no solo e sob os restos culturais durante o dia, tornam uma boa parte dos métodos de controle convencionais ineficazes quando feitos de forma isolada.
Por isso, é necessário que o produtor adote um conjunto de práticas do manejo integrado de pragas para alcançar um controle efetivo dessa praga na soja.
O primeiro deles consiste no manejo adequado de plantas daninhas e voluntárias nas plantações e áreas vizinhas. Como a lagarta-rosca é uma espécie polífaga, reduzir a oferta de alimento é essencial para reduzir as populações dessa praga de solo no campo.
Além disso, aumentar a diversidade de plantas cultivadas na área com a adoção de sistemas de cultivo específicos também pode contribuir para o controle da lagarta-rosca, uma vez que entre 10% e 20% da população dessa praga pode ser parasitada naturalmente por inimigos naturais.
Durante o planejamento da lavoura, também é importante considerar a utilização da biotecnologia Bt associada a áreas de refúgio que correspondam a 10% da área total, com o objetivo de conferir às plantas de soja resistência ao ataque da lagarta-rosca e de outras espécies de lagartas, assim como prevenir e retardar o estabelecimento de resistência no campo e manter a frequência de lagartas resistentes baixa.
Por fim, não podemos deixar de destacar o uso do controle químico da lagarta-rosca, que é um dos principais métodos de controle dessa praga de solo. Como geralmente a presença da lagarta-rosca só é detectada quando são observadas plantas cortadas e falhas nos estandes de plantio, o controle químico da lagarta-rosca é centrado no tratamento de sementes.
Soluções para o tratamento de sementes de soja para o controle da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)
O tratamento de sementes para o controle da lagarta-rosca na soja é considerado uma das principais soluções usadas para proteger a lavoura de pragas do solo e pragas iniciais da soja.
Ele pode ser feito de duas formas:
- on farm, ou seja, quando é realizado na fazenda;
- industrialmente, quando as sementes já são enviadas tratadas para os produtores.
Ambos os métodos de tratamento de sementes são vantajosos para o agricultor, e a decisão deve considerar a realidade e as demandas específicas de cada lavoura.
O Tratamento de Sementes On Farm (TOF) tem como principal benefício a maior autonomia do produtor para o controle dos processos e da aplicação do tratamento que melhor se adeque às suas necessidades. Já com o Tratamento de Sementes Industrial (TSI), o produtor recebe as sementes prontas para semeadura na dose correta e com aditivos específicos para melhorar a aderência do produto à semente, promovendo, assim, uma elevada eficácia da solução escolhida.
Dentre as soluções disponíveis no mercado para o tratamento de sementes para o controle da lagarta-rosca na soja e de outras pragas de grande importância agrícola para a cultura, podemos destacar as soluções desenvolvidas pela Syngenta: FORTENZA® e FORTENZA® Elite.
FORTENZA®, o inseticida para tratamento de sementes on farm que protege a sua lavoura

FORTENZA® é a escolha certa para proteger a sua lavoura com um amplo espectro de controle, sendo eficaz no manejo do complexo de lagartas da soja, incluindo a lagarta-rosca, e combatendo pragas iniciais da cultura, como a vaquinha-verde-amarela, os corós e a mosca-branca.
Escolhendo FORTENZA® para o tratamento de sementes, o produtor poderá contar com um produto que possui um ingrediente ativo com efeito residual prolongado e de elevada solubilidade e sistemicidade, que é rapidamente absorvido pelas plantas mesmo em condições de baixa umidade no solo.
Esse princípio ativo é o ciantraniliprole, que está incluso em um dos grupos químicos mais modernos para o tratamento de sementes: as diamidas. Ao entrarem em contato com o ciantraniliprole ou ingerirem esse princípio ativo, as pragas iniciais da soja são rapidamente paralisadas e, eventualmente, morrem.
Com FORTENZA® , o produtor entrega um estande forte desde o início, proporcionando proteção superior em qualquer situação.
FORTENZA® Elite, a solução para tratamento de sementes industrial que protege a semente e fortalece a lavoura

FORTENZA® Elite é uma oferta comercial lançada pela Syngenta que possui em sua formulação quatro produtos exclusivos: FORTENZA®, AVICTA®, CRUISER® 600 FS e MAXIM® Quattro.
Juntos, esses produtos reúnem 6 ativos eficazes e sinérgicos compatíveis com outros produtos que protegem as sementes de soja contra pragas, doenças e nematoides, potencializam o arranque e o estabelecimento do estande e ainda promovem um efeito bioativador na lavoura.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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