Em um cenário cada vez mais complexo devido às condições climáticas propícias para o surgimento de doenças na cultura da soja, aliado à competitividade dos preços de comercialização e dos próprios insumos utilizados na cultura, o tratamento de sementes industrial torna-se uma decisão estratégica para assegurar a máxima proteção contra doenças iniciais.

O tratamento de sementes industrial é uma prática essencial para garantir o êxito na produção de soja, proporcionando benefícios que impactam diretamente a saúde das plantas e, consequentemente, a produtividade das lavouras.

O TSI não apenas protege sementes e plântulas de soja, mas também impede a reprodução de patógenos causadores de doenças. Ao interromper a reprodução desses fungos, há uma redução significativa na disseminação dentro da própria lavoura, assim como uma diminuição considerável do inóculo do patógeno para a próxima cultura suscetível. 

Isso é crucial, uma vez que os fungos responsáveis pelas doenças iniciais na soja também podem afetar outras culturas importantes, cultivadas antes ou após a safra da leguminosa, como milho, algodão e trigo. Portanto, o TSI não só protege a safra atual, mas também contribui para a sanidade e a sustentabilidade da produção agrícola a longo prazo.

Quando analisamos o período de sobrevivência de alguns patógenos fúngicos, causadores de doenças na soja, fica evidente a importância de contar com um TSI eficiente. 

O fungo Sclerotinia sclerotiorum, por exemplo, agente causal do mofo-branco, é capaz de sobreviver em forma de estruturas de resistência denominadas escleródios por mais de oito anos. 

Adicionalmente, a maioria dos fungos necrotróficos que provocam doenças iniciais na soja consegue se manter viável durante o período de entressafras, utilizando os resíduos culturais acumulados no solo que não se decompõem facilmente, reforçando a importância da realização de um bom tratamento de sementes para proteção do potencial produtivo da cultura.

Benefícios do tratamento de sementes industrial

O tratamento de sementes industrial (TSI) emerge como um pilar fundamental na promoção de saúde e produtividade da cultura da soja, desempenhando um papel crucial na prevenção e no controle das doenças iniciais que podem comprometer o desenvolvimento das plantas desde o início do ciclo. 

Esse método de proteção precoce oferece benefícios significativos, destacando-se em comparação com o tratamento on farm, uma prática mais tradicional realizada diretamente na fazenda pelos produtores.

Tratamento de sementes on farm x Tratamento de Sementes Industrial (TSI): desafios e benefícios

O tratamento de sementes (TS) on farm representa uma prática mais tradicional, realizada diretamente na fazenda, utilizando produtos fitossanitários para controlar doenças e pragas iniciais, adicionados diretamente às sementes em caldas preparadas e aplicadas pelos produtores de forma manual. 

Contudo, é crucial destacar alguns desafios inerentes a essa abordagem, que podem impactar sua eficácia, especialmente quando comparada ao TSI.

Desafios do TS on farm:

Embora tenha sido uma prática comum, o TS on farm apresenta desafios que podem comprometer sua eficácia em comparação com o TSI e caso não seja realizada de forma correta, tais como:

  • limitações na cobertura: o tratamento on farm pode resultar em uma cobertura desigual das sementes, pois depende de destreza e precisão do operador. Isso pode deixar algumas sementes vulneráveis à ação de patógenos, comprometendo a proteção da lavoura;
  • variações na dosagem: a dosagem dos produtos aplicados durante o tratamento on farm pode variar, dependendo da habilidade do operador e das condições de aplicação. Isso pode levar à subdosagem ou aplicação de doses acima do ideal para a cultura, impactando a eficácia do tratamento e podendo ainda comprometer a viabilidade das sementes;
  • menor escala de produção: o tratamento on farm pode ser mais demorado e exigir mais recursos em comparação com os métodos industriais. Isso pode ser um desafio em escalas maiores de produção, impactando a eficiência operacional e a agilidade necessária para a semeadura das lavouras;
  • contaminação ambiental e humana: operações manuais podem resultar em contaminação ambiental devido ao manuseio inadequado de embalagens. Além disso, pode causar contaminação do operador se os produtos não forem manuseados corretamente, sem o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Vantagens do Tratamento de Sementes Industrial

Em contrapartida, o TSI apresenta vantagens importantes que devem ser consideradas na tomada de decisão:

  • proteção abrangente: o TSI confere uma proteção completa e uniforme para cada semente, evitando a propagação de doenças e proporcionando condições para o desenvolvimento saudável da cultura. Diferentemente do tratamento on farm, o TSI é capaz de conferir cobertura uniforme de todas as sementes;
  • precisão na aplicação: com métodos industriais, o TSI garante a aplicação precisa dos tratamentos, evitando subdosagem ou doses acima do recomendado para as culturas, o que pode causar danos às sementes e comprometer a sua qualidade fisiológica. Cada semente recebe a quantidade adequada do ingrediente ativo, otimizando a eficácia do tratamento;
  • eficiência operacional: máquinas especializadas e processos automatizados tornam o TSI altamente eficiente em termos operacionais. Isso permite o tratamento rápido e eficaz de grandes volumes de sementes, atendendo à demanda por agilidade durante os períodos de semeadura;
  • maior segurança ambiental e humana: o TSI é conduzido em ambientes controlados, minimizando o impacto ambiental e garantindo a segurança dos operadores. O descarte correto de embalagens e a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são práticas padrão e asseguradas, proporcionando um ambiente mais seguro para todos os envolvidos.
  • consistência e qualidade: a padronização do TSI resulta em consistência na qualidade das sementes tratadas. Isso se traduz em uma produção mais homogênea, reduzindo variações que poderiam afetar o desempenho das culturas. 

Principais doenças iniciais da soja 

Phomopsis-da-semente (Phomopsis sojae)

A seca da haste e da vagem, também conhecida como phomopsis-da-semente (quando ocorre em grãos e sementes) é causada pelo fungo P. sojae, sendo uma doença de ocorrência frequente nas lavouras de soja das principais regiões produtoras do país. 

Ela afeta principalmente hastes, flores, grãos e sementes da planta. Os sintomas incluem o cessamento do crescimento das hastes, murcha, seca das flores e grãos e necrose dos órgãos infectados. 

Em condições de alta umidade, o fungo forma estruturas reprodutivas negras nas hastes e nos pecíolos, dando um aspecto enegrecido. As vagens ficam chochas, adquirem coloração esbranquiçada a castanho-clara e apresentam picnídios distribuídos aleatoriamente na sua superfície.

Colônia de P. sojae à esquerda, demonstrando a exsudação do fungo ao longo das sementes. Já na imagem à direita, é possível observar os picnídios formados sobre a colônia do patógeno. Fonte: Goulart, 2018.

Os grãos também são afetados, adquirindo aspecto enrugado, com rachaduras no tegumento e cobertura com micélio de coloração que pode ir de esbranquiçada a bege. Quando semeada em solo úmido, as sementes infectadas podem emergir, mas o fungo impede a abertura dos cotilédones, limitando o desenvolvimento das folhas primárias.

Essa doença é tradicional na soja e, junto com a antracnose, leva ao descarte de muitos lotes de sementes a cada ano. 

Os danos são mais intensos em anos quentes e chuvosos, especialmente nos estágios iniciais de formação das vagens e na maturação, quando o excesso de umidade retarda a colheita. Em solos com deficiência de potássio, o fungo pode causar abortamento sério de vagens, muitas vezes associado à antracnose, resultando em haste verde e retenção foliar. Cultivares precoces com maturação no período chuvoso são particularmente suscetíveis a esses danos.

Fusariose (Fusarium pallidoroseum)

Entre as várias espécies de Fusarium spp., a mais comum (98% ou mais) em sementes de soja é o F. semitectum (sinônimo de F. pallidoroseum). Esse fungo é considerado patogênico, causando problemas de germinação, especialmente quando as sementes estão sujeitas a atrasos na colheita ou deterioração devido à umidade no campo.

Um sinal característico desse fungo em sementes de soja, após um período de incubação, é a presença de micélio, geralmente de cor branca, mas podendo variar do amarelo-pêssego até o marrom. O micélio forma uma aparência densa e semelhante a algodão. É importante estar ciente desses sintomas para tomar medidas preventivas, especialmente em condições desfavoráveis de colheita.

Crescimento de micélio típico de F. pallidoroseum sem sementes de soja. Colônia nova à esquerda e colônia velha à direita (de coloração bege/rosada, característica desse patógeno. Fonte: Goulart, 2018.

Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum)

Transmitido pelo micélio dormente ou escleródios, a semente é o principal meio de introdução e reinfestação desse patógeno. 

A transmissão via micélio dormente é baixa, mas a presença de escleródios pode levar à disseminação da doença. O fungo é de difícil erradicação devido à formação de escleródios, que podem permanecer viáveis por anos no solo. 

A detecção do patógeno em sementes é crucial, pois cada semente pode produzir milhões de focos de infecção, aumentando rapidamente os danos nas áreas de produção, evidenciados, principalmente, no período reprodutivo da cultura da soja. 

Os sinais do patógeno incluem a presença de micélio branco e formação de escleródios negros nas sementes, podendo levar à morte de plântulas. O patógeno também produz apotécios sobre os escleródios, contribuindo para a sobrevivência e a disseminação da doença. 

Escleródios escuros e de formato oblongo podem ser disseminados misturados às sementes, restos vegetais e solo contaminado. Fonte: Goulart, 2018.

O fungo agente causal do mofo-branco é polífago, manifestando sua capacidade de causar doenças em diversas culturas agrícolas, incluindo algodão, canola, feijão, girassol e muitas outras de interesse econômico.

Antracnose (Colletotrichum truncatum)

A antracnose, causada pelo fungo C. truncatum, afeta todas as partes da planta de soja, sendo mais problemática na fase inicial da formação das vagens. 

Em condições de altas precipitações e temperaturas elevadas, comuns no Cerrado, pode resultar em perdas significativas, reduzindo o número de vagens, causando retenção foliar e haste verde.

Esse fungo, que se dissemina principalmente por sementes, pode levar à deterioração das sementes, morte de plântulas e infecção sistêmica em plantas adultas. 

Sementes infectadas apresentam manchas deprimidas de cor castanho-escura e sintomas nos cotilédones, como necrose logo após a emergência da plântula.

Aspecto visual de sementes infectadas pelo fungo causador da antracnose da soja. Fonte: Goulart, 2018.

O fungo persiste na entressafra em restos de cultura, e estudos recentes indicam que é mais resistente ao armazenamento do que outros patógenos comuns.

Tombamento (Rhizoctonia solani)

Na região Centro-Oeste do Brasil, especialmente no Cerrado, o principal patógeno que afeta a cultura da soja nas fases iniciais de desenvolvimento é o fungo R. solani

Esse fungo, que é polífago e habitante natural do solo, ataca a cultura na fase inicial de desenvolvimento, resultando em dois tipos de sintomas

  • tombamento pré-emergência, que afeta as sementes e 
  • tombamento pós-emergência, afetando as plântulas.

Quando a soja é atacada por R. solani, as plantas desenvolvem raízes podres, colos estrangulados e lesões escuras no hipocótilo. Isso leva a murcha, tombamento ou sobrevivência temporária com o crescimento de raízes adventícias. 

O patógeno, presente no solo, não só causa perdas na fase de plântulas, mas também serve como fonte de inóculo para culturas futuras.

Plântulas de soja apresentando sintomas característicos da ocorrência do tombamento por R. solani (com lesões deprimidas de coloração marrom-avermelhadas).  Fonte: Goulart, 2018.

Em alguns casos, as infecções nos estágios iniciais não causam a morte imediata das plantas. Elas podem se tornar amareladas e subdesenvolvidas, passando despercebidas na lavoura, resultando em menor produtividade, mesmo que completem seu ciclo reprodutivo.

Anomalia da soja

Embora os sintomas mais graves da anomalia da soja se manifestem na fase reprodutiva da cultura, a ocorrência dessa doença está ligada à presença de patógenos importantes, como dos gêneros Fusarium, P. soja e C. truncatum, quando ocorrem de forma associada. 

Essa associação ressalta a importância essencial de realizar um tratamento de sementes eficiente. Dado que a anomalia da soja está amplamente disseminada nas principais regiões produtoras do país, proteger a lavoura desde as sementes é fundamental, tornando o tratamento de sementes uma ferramenta indispensável.

Soja protegida desde a semente 

Com uma solução eficaz para TSI na soja, o controle das principais doenças iniciais da soja é possível. MAXIM® Quattro posiciona mais uma vez a Syngenta na vanguarda no tratamento de sementes industrial, agora para a cultura da soja, destacando-se pela combinação sinérgica de quatro potentes ativos fungicidas: fludioxonil, mefenoxam, tiabendazol e azoxistrobina. 

Essa fórmula inovadora oferece alta performance e assegura uma proteção completa contra o complexo de doenças iniciais da soja, potencializando ao máximo a produtividade da cultura.

A exclusiva combinação desses quatro princípios ativos presentes em MAXIM® Quattro confere benefícios fundamentais às lavouras de soja, desde o início do seu desenvolvimento:

  • fórmula: formulação inédita com quatro princípios ativos;
  • controle: maior controle de patógenos, menor transmissão aérea;
  • sanidade: maior sanidade da lavoura de soja desde as fases iniciais de desenvolvimento;
  • estabelecimento: melhor estabelecimento inicial, resultando em uma fixação vigorosa da cultura.

Além de sua eficácia no controle de patógenos, a menor transmissão aérea contribui para a prevenção de doenças. Desde as fases iniciais do desenvolvimento da lavoura, a sanidade é maximizada, promovendo um estabelecimento inicial superior.

MAXIM® Quattro não apenas protege contra as doenças iniciais, incluindo os patógenos causadores da anomalia da soja, como também é uma solução da Syngenta registrada para o controle dessa anomalia

O amplo espectro de proteção abrange Phomopsis-da-semente (P. sojae), fusariose (F. pallidoroseum), mofo-branco (S. sclerotiorum), antracnose (C. truncatum) e tombamento (Rhizoctonia solani), promovendo a segurança da lavoura em todas as etapas, inclusive contra os patógenos causadores da anomalia da soja.

A atuação dos quatro ativos fungicidas de MAXIM® Quattro é singular e eficaz:

  • fludioxonil: impede a germinação dos esporos, atuando na formação e na penetração dos tubos germinativos;
  • mefenoxam: inibe o crescimento micelial e a esporulação, além de possuir ação curativa;
  • tiabendazol: interfere na divisão celular, dificultando o crescimento e a reprodução do fungo;
  • azoxistrobina: inibe a respiração mitocondrial dos fungos, impedindo a produção de energia.

MAXIM® Quattro não é apenas um tratamento de sementes industrial, é uma solução completa e avançada que eleva o padrão de proteção contra as doenças, além de controlar  e promover a sanidade na produção de soja, proporcionando uma base sólida para o sucesso da lavoura de soja desde o início. 

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

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