Atualizado em 19/04/2024.
O algodão é uma cultura muito versátil, pois, a partir do seu cultivo, é possível obter diversos produtos, entre eles fibra têxtil, óleo e alimento animal. No Brasil, a região Centro-Oeste é a que detém a maior área produtora do país e, por ser um cultivo muito sensível, é necessário que o produtor se atente às práticas de manejo durante todo o ciclo de desenvolvimento, principalmente no controle de pragas e doenças.
Atualmente, o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é a praga de maior importância nas lavouras, ocasionando grandes perdas de produtividade se não for controlado com rapidez e no momento certo.
A cultura do algodão sofre com o ataque de diversas pragas. Além do bicudo, ácaros, percevejos, lagartas e tripes podem causar danos em diversas estruturas das plantas, afetando diretamente a produtividade e impactando negativamente a rentabilidade do produtor e a qualidade do produto colhido.
Adicionalmente, desde a safra 2017/18, outro problema tem sido identificado nas lavouras de algodão: a presença do nematoide Aphelenchoides besseyi, agente causal de uma importante doença na cultura da soja – a Soja Louca II, também conhecido como nematoide-da-haste-verde.
Dessa maneira, torna-se fundamental o entendimento de medidas de controle de forma associada, que possibilitem o manejo de pragas, ao passo que protegem a cultura do algodão de patógenos como o nematoide Aphelenchoides besseyi responsável por perdas consideráveis em diversas regiões produtoras do país.
Quais as dificuldades no controle do bicudo?
Apesar das inúmeras pragas que atacam o algodão, o bicudo-do-algodoeiro destaca-se como uma das mais preocupantes, pois as fêmeas ovipositam no interior dos botões florais e das maçãs, onde larvas e pupas se desenvolvem.
As larvas se alimentam dentro dos botões, resultando em aborto ou queda prematura de flores, e das maçãs, impedindo ainda a sua abertura normal. Após o ataque, as estruturas da planta são destruídas rapidamente.
Além disso, por ser um besouro muito pequeno – cerca de 7 mm – com rostro longo, formando um “bico” – característica que justifica o nome “bicudo”–, tem o hábito de permanecer a maior parte do tempo na parte mediana do dossel das plantas, nas estruturas reprodutivas para alimentação e postura, o que dificulta o controle da praga.
Outra característica que dificulta o controle é o fato do seu ciclo de vida ser curto, dessa maneira a fêmea do inseto pode depositar até 300 ovos, o que torna a infestação da lavoura muito rápida, podendo ocorrer de quatro a seis gerações da praga durante uma única safra.
A diapausa, mecanismo natural que possibilita que o inseto sobreviva na entressafra, em restos culturais, também favorece a permanência do bicudo-do-algodoeiro nas áreas de cultivo, dificultando a quebra do ciclo da praga.
Controle do bicudo-do-algodoeiro
Para realizar o controle do A. grandis e de outras pragas que atacam o algodão, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) estabelece diversas práticas e métodos agrícolas que devem ser adotados, como:
- monitoramento constante das áreas de produção de algodão;
- destruição de restos culturais;
- eliminação de plantas tigueras que favoreçam a permanência da praga nas áreas de cultivo;
- uso de armadilhas na entressafra.
Essas medidas são fundamentais, em conjunto com o controle químico, que deve ser feito o mais rápido possível para evitar prejuízos na produtividade e na qualidade da fibra produzida.
Novo contexto: ocorrência e controle do nematoide Aphelenchoides besseyi em algodão
Já o nematoide Aphelenchoides besseyi, classificado como agente causal de doenças em plantas de diversas culturas, incluindo a soja e o algodão, é uma ameaça recente à produtividade do algodão no país.
Essa espécie de nematoide foi identificada pela primeira vez na safra 2015/16 de soja, na região Oeste do Estado do Mato Grosso. Atualmente, encontra-se distribuído em outras regiões produtoras do país.
Sintomas de Aphelenchoides besseyi em lavouras de algodão
A expressão dos sintomas provocados pelo nematoide Aphelenchoides besseyi, que afeta a parte área de inúmeras culturas, incluindo o algodão, são semelhantes e tornam-se evidentes principalmente entre o final do estágio vegetativo e o início do estágio reprodutivo.
Nesse período crítico, observam-se alterações que impactam negativamente o desenvolvimento das plantas, podendo levar a perdas entre 80 e 100% dos frutos, que darão origem às plumas e consequentemente à produtividade da cultura.
O primeiro sintoma visível é o engrossamento dos nós, seguido por caneluras nas hastes, criando uma morfologia distinta nas plantas afetadas.
As folhas, por sua vez, exibem lesões necróticas angulares no limbo foliar, revelando um aspecto característico da infestação por Aphelenchoides besseyi. O comprometimento foliar se acentua com deformações que incluem afilamento, embolhamento e engrossamento das nervuras, sinalizando o impacto direto do nematoide na estrutura foliar.
Além dessas manifestações visuais, há uma redução no porte das plantas, contribuindo para a diminuição da produtividade.
O abortamento de botões florais é especialmente intenso na parte superior das plantas, propagando-se de forma decrescente em direção à base, resultando em comprometimento do processo natural de maturação e, por consequência, persistência de plantas com presença de folhas verdes em campo.
Dessa maneira, produtores são levados a realizar a aplicação de herbicidas dessecantes para que seja possível a realização da colheita.
A persistência de plantas verdes no momento da colheita acarreta dificuldades operacionais para as máquinas colhedoras, elevando o percentual de impurezas e o teor de umidade do produto colhido, afetando diretamente a sua qualidade final.
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Controle de Aphelenchoides besseyi
Segundo o AGROFIT (Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários), apenas quatro produtos são registrados para o controle de Aphelenchoides besseyi na cultura do algodão, sendo que dois deles são compostos pela combinação de cipermetrina (piretroide) + profenofós (organofsforado) com ação acaricida e inseticida.
Embora os inseticidas sejam geralmente utilizados no controle de insetos, a Syngenta dispõe de uma ferramenta que possibilita o controle de importantes pragas da cultura do algodão em conjunto com o controle de nematoides, geralmente controlados por meio de defensivos com ação nematicida.
Adicionalmente, a aplicação aérea de inseticidas é uma das formas mais utilizadas pelos cotonicultores, sendo comprovadamente segura e eficiente, proporcionando economia, uniformidade e maior concentração do produto na lavoura, principalmente no controle de bicudo e também permitindo o manejo do nematoide Aphelenchoides besseyi.
Quais as vantagens da aplicação aérea na cultura do algodão?
A aplicação aérea de defensivos fitossanitários agrega inúmeras vantagens para o produtor, pois o uso correto da aeronave proporciona segurança na aplicação dos defensivos agrícolas, oferecendo eficiência ao manejo e viabilidade do ponto de vista operacional.
Como o bicudo é uma praga de difícil controle e necessita que o manejo químico seja feito o mais rápido possível, a aplicação aérea é uma excelente ferramenta para o controle desse inseto e de outras pragas, devido à velocidade na aplicação, contribuindo para o máximo potencial produtivo da cultura.
As vantagens da aplicação aérea por meio de avião agrícola na cultura do algodão incluem:
- rapidez na aplicação: pulverização de grandes áreas em um curto espaço de tempo (quando comparada a aplicação terrestre, por exemplo);
- uniformidade: a aeronave mantém praticamente a mesma velocidade durante todo o percurso de aplicação;
- aplicação em qualquer tipo de solo: não compacta o solo, tão pouco compromete as plantas, tendo em vista que não há tráfego direto sobre a lavoura;
- reduz riscos: com a ausência de tráfego ao longo da lavoura, há redução da possibilidade de disseminação de doenças e inclusive de nematoides (que habitam o solo e estão presentes nas principais regiões produtoras de algodão em grandes populações);
- confere economia: menor consumo de combustíveis por hectare e redução na demanda de água para elaboração da calda de pulverização;
- precisão na aplicação e na cobertura dos alvos: GPS confere maior precisão na aplicação.
Entre tantas vantagens da aplicação aérea, o produtor ganha economia de tempo e de recursos, já que o avião agrícola deve ser manuseado por empresas especializadas nesse tipo de serviço, além de reduzir custos com manutenção de equipamentos terrestres e possíveis danos que essas máquinas podem provocar às plantas.
Aplicação aérea X bicudo-do-algodoeiro
O bicudo-do-algodoeiro é uma praga que precisa ser controlada de forma rápida para evitar grandes infestações e prejuízos na lavoura. Por isso, a aplicação aérea para o controle desse inseto é extremamente eficaz, visto que a cultura do algodão exige aplicações programadas e emergenciais, sempre com o acompanhamento de um engenheiro-agrônomo.
Para ter a máxima eficiência com esse tipo de aplicação, é importante observar:
- o momento ideal para a aplicação do inseticida;
- o modo de ação dos defensivos;
- os ajustes adequados das pontas de pulverização;
- as condições meteorológicas;
- a distribuição e a deposição das gotas na lavoura;
- as características do alvo biológico.
No caso do controle do bicudo, o estádio de desenvolvido da cultura deve ser levado em consideração, bem como o nível populacional da praga e as recomendações da bula do fabricante.
Vale ressaltar que o avião utilizado obrigatoriamente deve ser específico para operação agrícola, equipado com toda a tecnologia necessária e devidamente regulamentado para determinado fim. Além disso, por meio de um GPS de alta precisão, o piloto controla toda a área a ser pulverizada e monitora também a vazão da calda.
Dessa forma, a aplicação aérea acontece de forma rápida e segura, proporcionando o controle eficiente do bicudo-do-algodoeiro e de outras pragas na cultura do algodão.
Polytrin®: poder aéreo quando o alvo é o bicudo
Sabendo da importância da aplicação aérea para o controle do bicudo-do-algodoeiro, a Syngenta conta com Polytrin®, um inseticida/acaricida que permite a aplicação por meio de aviões agrícolas na cultura do algodão.
Levando a ganhos operacionais, Polytrin® conta com a combinação de diferentes modos de ação, um organofosforado e um piretroide. Sua formulação é totalmente compatível com as principais práticas do mercado, como no sistema de Baixo Volume Oleoso (BVO).
A mistura de dois princípios ativos de sítios de ação distintos oferece o melhor controle multipragas devido à ação amplo espectro, sendo uma excelente ferramenta para o manejo de resistência, principalmente de pragas como:
- ácaro-rajado (Tetranychus urticae);
- ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus);
- lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens);
- lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella);
- percevejo-rajado (Horcias nobilellus);
- curuquerê (Alabama argillacea);
- tripes (Frankliniella schultzei).
Mas não para por aí! Polytrin® é um dos únicos inseticidas/acaricidas com registro para o controle do nematoide Aphelenchoides besseyi na cultura do algodão.
Além disso, Polytrin® recebeu o sinal verde de alta eficácia no controle desse nematoide, bem como do bicudo-do-algodoeiro, concedido pelo IMA MT (Instituto Matogrossense do Algodão), assegurando mortalidade de insetos superior a 90% em uma única aplicação.
O alto poder de choque de Polytrin® atua nas pragas por meio de contato e ingestão, provocando a paralisação rápida dessas espécies. No caso do bicudo, o produto ainda causa um efeito desalojante, fazendo com que ele saia do interior da bráctea e favoreça a contaminação tarsal.
O posicionamento indicado para aplicação de Polytrin® é assim que a praga for identificada na lavoura, com possibilidades de novas aplicações caso haja reincidência de infestações.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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