O inseticida biológico para o controle da mosca-branca é uma resposta direta à crescente pressão que essa praga representa na agricultura brasileira.
Consolidada como uma das ameaças mais desafiadoras, a Bemisia tabaci se destaca pela alta capacidade reprodutiva e fácil adaptação, causando prejuízos severos sentidos na prática com a pressão histórica nas últimas safras.
Essa realidade impulsiona a necessidade de uma evolução no manejo, adotando soluções que sejam não apenas eficazes, mas também sustentáveis e alinhadas aos preceitos do Manejo Integrado de Pragas (MIP).
É nesse contexto que o controle biológico, especialmente os bioinseticidas, se destaca como uma ferramenta estratégica e de alta tecnologia para controle da mosca-branca, preservando o equilíbrio do ecossistema agrícola.
Este conteúdo é um guia completo que explora os danos causados pela mosca-branca, detalha o funcionamento dos inseticidas biológicos e apresenta como essa solução inovadora pode ser aplicada no campo para garantir uma lavoura mais protegida, rentável e sustentável.
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Mosca-branca (Bemisia tabaci): um desafio crescente no campo
A últimas safras ficaram marcadas na memória de muitos agricultores. Uma pressão histórica de mosca-branca (Bemisia tabaci) atingiu as lavouras, acendendo um alerta sobre a crescente complexidade no manejo dessa praga.

Considerada uma das principais ameaças em ecossistemas tropicais e subtropicais, a mosca-branca deixou de ser uma praga secundária para se tornar um dos maiores desafios da agricultura moderna.
O sucesso desse pequeno inseto sugador no campo se deve a uma combinação de fatores biológicos poderosos:
- Alto potencial reprodutivo: com 11 a 15 gerações por ano, uma única fêmea pode depositar entre 100 e 300 ovos ao longo de sua vida.
- Ciclo de vida curto e adaptável: fatores como a temperatura influenciam diretamente seu desenvolvimento. O aumento das temperaturas médias, intensificado por fenômenos como o El Niño, acelera seu ciclo de vida, resultando em mais gerações por safra e, consequentemente, uma explosão populacional.
- Grande número de hospedeiros: a mosca-branca é extremamente polífaga, capaz de colonizar cerca de 900 espécies de plantas, incluindo culturas de grande importância econômica e diversas plantas daninhas.
- Alta capacidade de reduzir a sensibilidade a métodos de controle mais tradicionais: a plasticidade genética da praga, somada ao uso contínuo de mesmos ingredientes ativos, tem alterado a sensibilidade da praga a métodos de controle mais tradicionais.
Essa capacidade de adaptação, somada à presença de diferentes biótipos no Brasil — como o biótipo B, amplamente disseminado, e o biótipo Q, conhecido pela alta resistência a inseticidas — exige que o produtor adote estratégias de manejo cada vez mais sofisticadas e integradas.
Prejuízos diretos e indiretos: da sucção de seiva à transmissão de viroses
Os danos causados pela mosca-branca são severos e se manifestam de duas formas principais, podendo comprometer a lavoura em qualquer fase do desenvolvimento.
Danos direitos da mosca-branca
Tanto os adultos quanto as ninfas (formas jovens) se alimentam da planta através da sucção contínua da seiva. Esse ataque direto enfraquece a planta, resultando em sintomas visíveis como a redução no crescimento, o murchamento e, em casos de alta infestação, até a morte da planta.
Além disso, a alimentação das ninfas, especialmente em altas populações, pode induzir desordens fisiológicas específicas em certas culturas. Os exemplos mais conhecidos são o amadurecimento irregular dos frutos do tomateiro e a folha-prateada-da-aboboreira, anomalias que depreciam completamente o valor comercial dos produtos.
Danos indiretos da mosca-branca
Apesar dos prejuízos diretos serem visíveis, o maior perigo da mosca-branca está em sua capacidade de transmitir viroses.
A B. tabaci é vetor de aproximadamente 120 espécies de vírus, que causam doenças severas e de difícil controle. Entre as principais, destacam-se:
- vírus do mosaico dourado no feijoeiro;
- geminivírus em culturas de hortifrúti, como tomate, pimentão e batata;
- vírus da necrose-da-haste na soja, que pode levar a planta à morte.
O impacto na produtividade é drástico. Dependendo do nível de infestação e do estádio da cultura, as perdas podem, em casos extremos de infestação, atingir até 100% da produção.
Além disso, outro problema está associado à excreção de uma substância açucarada pela mosca-branca, conhecida como “honeydew”, que recobre as folhas e serve de substrato para o desenvolvimento de um fungo de coloração escura, a fumagina (Capnodium spp.).
A camada escura formada pela fumagina impede a passagem da luz solar, o que:
- reduz a capacidade fotossintética da planta;
- causa ressecamento, queima e queda prematura das folhas;
- pode levar à antecipação do ciclo da cultura, comprometendo o enchimento de grãos e a qualidade da produção.

Principais culturas em risco: soja, feijão e algodão e mais
A natureza polífaga da mosca-branca a torna uma ameaça para uma vasta gama de culturas economicamente estratégicas para o Brasil.
As lavouras de soja, feijão e algodão são alvos constantes da mosca-branca, mas a lista de hospedeiros inclui também tomate, melão, uva, batata, cucurbitáceas, brássicas e diversas plantas ornamentais.
Além disso, diversas espécies de plantas daninhas, como o leiteiro (Euphorbia heterophylla), o picão-preto (Bidens pilosa), a serralha (Emilia sonchifolia) e a corda-de-viola (Ipomoea sp.) são excelentes hospedeiras para a mosca-branca.
Durante a entressafra, essas plantas servem como uma “ponte verde”, funcionando como reservatórios onde a praga sobrevive e se multiplica, garantindo altas populações prontas para reinfestar os cultivos assim que são instalados.
Diante de um cenário tão complexo, o controle da mosca-branca exige estratégias de manejo integradas, como indica o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Essa abordagem moderna e estratégica exige a utilização integrada de diversos métodos de controle — como o cultural, o genético, o químico e o biológico — para manter a população da praga abaixo do nível de dano econômico.
Nesse contexto, uma ferramenta tem ganhado cada vez mais destaque pela sua eficácia, seletividade e sustentabilidade: o inseticida biológico. Ele representa um avanço fundamental para um manejo mais inteligente e equilibrado.
O que é um inseticida biológico e como ele age contra a mosca-branca?
Os inseticidas biológicos, ou bioinseticidas, são produtos formulados a partir de organismos vivos ou derivados deles, para atuar como biocontroladores no manejo de pragas.
No caso específico da mosca-branca, os bioinseticidas mais comuns são compostos por microrganismos benéficos, como fungos e bactérias.
Seu grande diferencial está nos mecanismos de ação, que podem ocorrer de duas formas principais:
- Ação por contato (típica de fungos): a maioria dos fungos entomopatogênicos age ao infectar seus hospedeiros por meio da penetração direta na cutícula do inseto. Quando o produto é pulverizado e entra em contato com a mosca-branca, os esporos do fungo germinam, perfuram seu “exoesqueleto” e colonizam o inseto internamente, causando sua morte.

- Ação por ingestão (típica de bactérias): produtos à base de bactérias geralmente agem, em sua maioria, quando ingeridos pela praga. Essas bactérias produzem metabólitos e proteínas com forte ação inseticida que atacam diretamente os sistemas digestivo e nervoso da mosca-branca. Isso resulta em paralisia da musculatura, interrupção do processo de alimentação e, consequentemente, leva o inseto à morte.
Essa forma de controle mais específica e com múltiplos modos de ação representa um grande avanço para o manejo agrícola. Entretanto, é importante ressaltar que os mecanismos de ação dos inseticidas biológicos são muito específicos e podem variar conforme o agente de controle biológico presente no produto.
O papel fundamental do inseticida biológico no Manejo Integrado de Pragas (MIP)
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma estratégia que busca manter a população de pragas abaixo do nível de dano econômico por meio da utilização integrada de diversas estratégias de controle.
Dentro dessa abordagem inteligente, o inseticida biológico não é apenas uma ferramenta complementar, ele é um pilar fundamental para a construção de um sistema produtivo mais resiliente e sustentável.
Integrar o bioinseticida ao MIP significa sair de uma postura apenas reativa para uma gestão proativa e equilibrada do agroecossistema, proporcionando um controle mais duradouro e eficiente.
Vantagens de adotar o controle biológico da mosca-branca com bioinseticidas
A adoção de bioinseticidas no manejo da mosca-branca vai além de uma simples troca de produto. Ela representa uma decisão estratégica que traz uma série de benefícios diretos para a lavoura e para o negócio do produtor.
- Modos de ação diversificados: os bioinseticidas oferecem modos de ação completamente diferentes, sendo uma ferramenta essencial para diversificar as estratégias de controle.
- Seletividade: o uso de inseticidas seletivos é crucial para a preservação de predadores, parasitoides e outros organismos benéficos que auxiliam no controle natural da mosca-branca. Ao poupar esses aliados, o controle biológico favorece o equilíbrio ecológico da área, evitando o desequilíbrio que, muitas vezes, leva à explosão de outras pragas secundárias.
- Segurança e sustentabilidade: os bioinseticidas oferecem maior segurança para o aplicador, para o meio ambiente e para o consumidor final, atendendo a uma demanda crescente do mercado por uma produção mais limpa e sustentável.
- Flexibilidade e compatibilidade: longe de ser uma solução isolada, os bioinseticidas são ferramentas flexíveis que podem ser usadas em conjunto com outros métodos de controle, tornando-se peças-chave no quebra-cabeça do MIP.
O crescimento do mercado de bioinsumos no Brasil, impulsionado por avanços em pesquisa e novas tecnologias, tem colocado à disposição do agricultor um portfólio cada vez mais diversificado e eficiente de soluções.
Essa evolução atende a uma demanda clara do campo por produtos que unam os benefícios da sustentabilidade e do manejo de resistência com alta performance e conveniência operacional.
É nesse cenário de inovação que a ciência e a natureza se unem para entregar ferramentas cada vez mais poderosas.
Atenta a essa necessidade, a Syngenta Biologicals, segmento especializado em produtos biológicos da Syngenta, apresenta ao mercado uma nova solução desenvolvida para o controle de sugadores de difícil manejo, como a mosca-branca.
NETURE™: o inseticida biológico da Syngenta para o controle da mosca-branca e outras pragas agrícolas

NETURE™ é um inseticida biológico de alta performance da Syngenta Biologicals, formulado a partir de duas espécies de bactérias, Pseudomonas chlororaphis e Pseudomonas fluorescens.
Ele se destaca pelo seu amplo espectro de ação, sendo uma ferramenta versátil para o manejo integrado das principais pragas agrícolas das lavouras brasileiras.
Além de seu controle robusto sobre a mosca-branca (Bemisia tabaci raça B), NETURE™ é indicado para o manejo de outros alvos de difícil controle, como:
- cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis);
- percevejo-marrom (Euschistus heros);
- percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus);
- pulgões;
- psilídeos.
Essa versatilidade o posiciona como uma solução estratégica para diferentes culturas e desafios fitossanitários.
Como NETURE™ funciona?
A tecnologia do inseticida biológico NETURE™ baseia-se na ação sinérgica de duas espécies bacterianas distintas, que promovem um controle robusto e multifacetado das pragas.
A principal ação inseticida vem da bactéria Pseudomonas chlororaphis, que produz uma combinação de metabólitos e proteínas (FitD e FitE) com alto poder de controle. Quando a praga se alimenta da planta e ingere esses compostos, eles promovem um ataque direto aos sistemas digestivo e nervoso do inseto.
Especificamente, as proteínas FitD e FitE atuam no sistema nervoso, causando paralisia da musculatura enquanto também agem no trato digestivo, interrompendo o processo de alimentação e levando a praga à morte.
Complementando essa ação direta, a segunda bactéria, Pseudomonas fluorescens, atua como uma aliada da cultura, produzindo compostos que promovem o crescimento das plantas e favorecem sua resistência natural.
Além disso, os agentes biológicos de NETURE™ também induzem a planta a liberar compostos voláteis do tipo terpeno, que atuam como substâncias repelentes naturais. Esses compostos ajudam a afastar insetos-praga do cultivo, contribuindo para uma proteção mais eficiente e prolongada da lavoura, sem interferir negativamente no ecossistema agrícola.
Essa tripla ação — controle direto, fortalecimento da planta e repelência — é o que torna a tecnologia de NETURE™ uma ferramenta completa para o manejo integrado da mosca-branca.
Benefícios de NETURE™: máximo controle com máxima praticidade
A tecnologia de NETURE™ se traduz em benefícios diretos para o agricultor, oferecendo o máximo controle com máxima praticidade .
Alta eficiência
A tecnologia de dupla ação bacteriana de NETURE™ garante um controle de alta performance sobre a mosca-branca. Ele atua diretamente no inseto, causando sua morte, e ainda fortalece a planta, tornando o manejo mais robusto e eficaz.
Amplo espectro
Além de ser uma ferramenta poderosa para o controle da mosca-branca, NETURE™ controla um vasto leque de pragas sugadoras, como percevejos e a cigarrinha-do-milho. Essa característica permite um manejo mais integrado e simplificado na lavoura.
Versatilidade e conveniência
NETURE™ foi desenvolvido pensando na rotina do produtor. Ele não necessita de refrigeração para armazenamento e é compatível com misturas de tanque com defensivos químicos, oferecendo máxima praticidade e flexibilidade no manejo.
Maior rapidez de ação
Um dos grandes diferenciais de NETURE™ é a sua velocidade de controle. Seus metabólitos inseticidas já estão prontamente disponíveis na formulação, garantindo um efeito de choque e uma ação de controle mais imediata sobre a mosca-branca, quando comparado a outros biológicos.
Guia prático: como e quando aplicar NETURE™?
Para máxima eficácia, a aplicação de NETURE™ deve ocorrer no início da infestação da mosca-branca. Para esse alvo, a dose recomendada é de 0,8 a 1,6 L/ha, em um esquema de três aplicações com intervalo de sete dias.
A escolha do momento ideal para a pulverização também é crucial: prefira horários com menor incidência solar e condições ambientais adequadas, especialmente se combinado com outros bioinsumos sensíveis à radiação ou temperatura.
Para aplicação de NETURE™, tenha como objetivo obter uma boa cobertura de toda a parte aérea das plantas, mas sem causar escorrimento do produto.
Seguindo essas etapas, o produtor garante que a tecnologia de NETURE™ seja aproveitada em seu máximo potencial para o controle da mosca-branca.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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