O surgimento de doenças fúngicas é uma das principais preocupações dos sojicultores, em diversos momentos do ciclo da cultura. Entre essas doenças, a antracnose (Colletotrichum truncatum) merece atenção, sobretudo no cerrado brasileiro, onde há temperaturas elevadas e recente aumento de chuvas.

Em anos mais chuvosos, a antracnose pode provocar danos ainda mais severos nas lavouras, reduzindo a produtividade e comprometendo a rentabilidade dos produtores.

Neste início de ano, as fortes chuvas têm preocupado os produtores de todo o país. Veja a seguir como essas condições podem contribuir para a ocorrência da doença nos cultivos.

Chuvas no início do ano: como essas condições podem favorecer a ocorrência da antracnose?

Nesta safra, várias regiões do país sofrem com regimes intensos de chuva, e as previsões para o mês de fevereiro indicam que a umidade deve ficar acima da média nos Estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Já nas primeiras semanas de janeiro, diversas localidades da Bahia sofreram com os temporais. Por conta dessas condições, somadas às fortes temperaturas, é importante que os produtores do Estado fiquem em alerta e adotem medidas de controle preventivo a fim de evitar a ocorrência da antracnose, visto que na região Oeste do Estado muitas lavouras estão no momento de enchimento de grãos – um dos momentos em que a doença é mais frequente.

Além do oeste baiano, outras regiões produtoras estão com as lavouras em pleno desenvolvimento. Por esse motivo, é fundamental que esses produtores também busquem estratégias de prevenção da antracnose e de outras doenças.

Confira agora as principais características da antracnose e entenda como realizar o manejo preventivo da doença.

Antracnose na soja: condições que favorecem a ocorrência da doença

Causada pelo fungo Colletotrichum truncatum, a antracnose é uma doença com alto potencial de dano à cultura da soja. Ela pode afetar os cultivos em qualquer etapa do desenvolvimento da cultura. No entanto, sua ocorrência é mais constante nas fases de floração e enchimento dos grãos.

Alguns fatores favorecem o surgimento da antracnose nas lavouras de soja. Entre eles, o uso de sementes contaminadas e as deficiências nutricionais nas plantas, sobretudo de potássio. Além disso, a utilização de sementes provenientes de cultivos que foram prejudicados pelo atraso de colheitas, em razão das chuvas, contribui para que a doença atinja níveis mais altos de infestação.

Vale lembrar que o patógeno também pode sobreviver em restos culturais, permanecendo na lavoura e prejudicando a cultura desde a fase inicial.

O patógeno é muito comum na região do cerrado, em virtude das condições climáticas que favorecem sua ocorrência: umidade e temperaturas acima de 25 °C.

O atraso na colheita, em razão de períodos chuvosos, favorece a contaminação acentuada dos grãos, uma vez que há condições propícias para isso: a interação do patógeno, o ambiente favorável e a existência de um hospedeiro suscetível. Nessas circunstâncias, pode haver também deterioração das sementes e queda total dos legumes.

Em épocas com maior intensidade de chuvas, os danos podem resultar em perda completa da produção.

No entanto, na maioria dos casos, a doença causa diminuição na quantidade de vagens, conduzindo a planta à retenção foliar e formação da haste verde – síndrome que conserva os ramos primários e secundários imaturos, mesmo depois da maturação fisiológica das sementes.

Sintomas da doença

A queda e o apodrecimento das vagens são os principais sintomas da antracnose, entretanto, a doença também se manifesta em outras estruturas das plantas, como folhas, hastes e pecíolos.

Quando as vagens são contaminadas no começo da formação, apresentam coloração castanho-escura a preta, além disso, abortam o desenvolvimento dos grãos e ficam sinuosas.

Já nas vagens em granação, as lesões se iniciam por estrias anasarcas que evoluem para manchas pretas, normalmente com avolumamento circular, formadas pelo agrupamento de acérvulos (frutificações dos fungos).

A antracnose manifesta-se nas hastes, pecíolos e estruturas reprodutivas por meio de erupções escuras, parcialmente danificadas e brilhantes, e nas folhas geralmente a doença causa lesões necróticas nas nervuras.

Quais são as medidas de controle da doença?

O manejo de antracnose e de outras doenças da cultura não é uma tarefa simples e exige uma estratégia que envolva as melhores práticas. Além disso, é preciso selecionar ferramentas eficientes, haja vista que a utilização de produtos de baixa qualidade, somada à falta de estruturação de um programa de manejo, representa um problema não só para a safra atual, mas também para as seguintes.

No caso da antracnose, existe ainda uma dificuldade na obtenção de cultivares resistentes, em razão da ampla variabilidade do patógeno (Colletotrichum spp.).

Quando pensamos no controle de doenças, nenhuma medida isolada é suficiente para manter a lavoura livre de patógenos. Dessa forma, é necessário integrar um conjunto de ações, agindo de maneira preventiva e protegendo a sanidade das plantas.

Dentre as diversas medidas indicadas para o manejo da antracnose e de outras doenças da soja podemos citar:

  • rotação de culturas;

  • escolha de cultivares adaptados à região;

  • atenção à época de semeadura;

  • utilização de sementes sadias;

  • TS (Tratamento de Sementes);

  • manejo nutricional;

  • controle químico.

Em relação à intervenção química, a aplicação de fungicidas é uma medida imprescindível para a manutenção da sanidade foliar.

A ação é necessária em virtude da possibilidade de o fungo estar presente no ambiente desde o início do cultivo. Assim, aplicações são recomendadas em diversas fases do ciclo da cultura. Além disso, é necessário contar com as melhores soluções em cada uma dessas etapas.

Seguir os princípios do manejo consciente, que visa a proteção da cultura de maneira mais eficiente, é fundamental para garantir a produtividade e a sustentabilidade da lavoura.

Manejo consciente: 10 princípios para o manejo de doenças na cultura da soja

O manejo consciente consiste em 10 princípios fundamentais quando se trata de doenças, que visam oferecer um controle efetivo, protegendo as moléculas e garantindo o futuro da lavoura.

As ações que norteiam o manejo consciente são:

  • iniciar a aplicação de fungicidas de forma preventiva;

  • utilizar os quatro modos de ação de fungicidas nos programas de controle;

  • aumentar a eficácia dos programas de controle com multissítios e triazóis;

  • usar no máximo duas aplicações de carboxamidas no início do ciclo;

  • utilizar doses, adjuvantes e intervalos recomendados pelos fabricantes;

  • seguir o “vazio sanitário”;

  • buscar o “escape”, plantando na época certa;

  • dar prioridade para variedades de ciclos mais curtos;

  • explorar a tolerância genética das variedades;

  • usar tecnologia eficiente para aplicação.

Conforme já mencionado, a obtenção de uma lavoura livre de doenças começa antes mesmo da semeadura, com a adoção de diversas práticas agronômicas.

Do ponto de vista do controle químico, o TS é extremamente importante, seguido da utilização de medidas preventivas, que podem ser iniciadas já no estádio vegetativo, com a chamada aplicação zero, uma ação altamente eficiente para reduzir a evolução de doenças no decorrer do ciclo.

Nessa etapa, Score Flexi® é um importante aliado do produtor e contribui para o controle da antracnose e de outras doenças, como cercosporiose, oídio, mancha-parda e ferrugem, além de garantir a sanidade foliar das plantas e contribuir para o desenvolvimento saudável da cultura.

Já para as primeiras aplicações no estádio reprodutivo da cultura, é preciso contar com tecnologias que sejam robustas em qualquer situação e que mantenham a soja blindada.

Por isso, a Syngenta lança duas novas soluções que elevam o patamar de controle do complexo de doenças.

  • Alade®: fungicida com maior espectro de ação do mercado, que oferece consistência superior de controle contra manchas e ferrugem.

  • Mitrion®: produto que proporciona potência máxima contra o complexo de doenças da soja.

Uma estratégia completa de manejo também deve considerar ações eficazes nas últimas aplicações, com a adoção de uma solução multipotente como Cypress.

Vale destacar que, para completar a proteção da soja contra o complexo de doenças seguindo as recomendações do manejo consciente, é preciso contar com a utilização de um verdadeiro multissítio, desde as primeiras aplicações. Nesse sentido, Bravonil® 720 é a ferramenta ideal, por seu amplo espectro, que atua no manejo antirresistência com conveniência e flexibilidade.

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A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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Redação Mais Agro