Impactos na safra 25 já são esperados pelo setor cafeeiro no Brasil 

O avanço do déficit hídrico em todas as regiões cafeeiras do país se tornou alarmante entre os cafeicultores. 

A principal preocupação neste momento é a ausência de chuvas, que, somadas às altas temperaturas, podem comprometer o próximo ciclo da cultura. A maioria das regiões registrou uma breve florada em setembro, apesar, da espera de um bom volume de chuva, os cafeicultores continuam preocupados com a florada principal do café. A ausência de bons volumes pode favorecer o abortamento dos botões.

Florada do café em fazenda parceira da Syngenta no Sul de Minas
Florada principal está sendo aguardada pelos cafeicultores em Minas Gerais

Grave seca preocupa os cafeicultores

Essa é a pior seca dos últimos 50 anos nas regiões cafeeiras. E os dados divulgados pela Fundação Procafé dão uma dimensão da gravidade desse cenário e se assemelham aos números registrados pela cafeicultura brasileira em 2014, quando o setor também enfrentou uma grave seca.

Na região de Varginha, no Sul de Minas, o déficit hídrico chegou a 185 milímetros em agosto. Ainda no Sul de Minas, na região de Boa Esperança, esse déficit ficou em 208 mm.

A temperatura na região, medida com base em Varginha, ficou 1,6°C acima da média entre os meses de setembro e agosto. De modo geral, a média no Sul de Minas é de um déficit de 125 mm.

Lavouras de café em Minas Gerais seguem sendo castigadas pelo clima seco e quente
Lavouras de café em Minas Gerais seguem sendo castigadas pelo clima seco e quente

Em outras regiões o contexto é mais preocupante. No Triângulo Mineiro, na região de Araguari, o déficit hídrico já chega a 332 mm. Em Patrocínio, 195 mm; Araxá, 202 mm. O cenário é difícil também para a Mogiana Paulista, onde, mesmo com muitas lavouras irrigadas, o déficit é de 195mm.

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Cenário de seca pode impactar próxima safra?

A preocupação dos cafeicultores já não é mais em saber se o cenário atual vai impactar ou não o próximo ciclo, somente entender o tamanho desse impacto. A ausência de chuvas durante as floradas que já surgiram têm prejudicado o pegamento e pode afetar também o desenvolvimento dos chumbinhos (futuros frutos caso consigam completar o ciclo de desenvolvimento).

Florada do café em meio a seca no Sul de Minas
A florada que surge em meio a esse período de clima seco e quente, tem sido a principal preocupação dos cafeicultores


O engenheiro agrônomo e cafeicultor Gustavo Rennó pontua as dificuldades que alguns produtores podem enfrentar diante desse contexto.

“Produtores que têm lavouras mais enfolhadas devem ter uma florada mais garantida. No entanto, lavouras que ficaram depauperadas podem ter uma boa florada, contudo o pegamento fica muito limitado”.

Neste momento, a atenção do cafeicultor deve se voltar para dois pontos importantes: a preservação das plantas e os manejos que antecedem e sucedem a florada.

“O déficit hídrico não só liga um alerta, também abre as porteiras para um problema de safra na próxima temporada. O cafeicultor deve se atentar em preservar a florada principal. Estamos falando de um momento em que a planta fica sensível a doenças. Neste momento, os foliares antes e após a florada são importantes”, ressalta Gustavo.

Outro alerta dado pelo engenheiro é que o cafeicultor deve buscar ao máximo preservar a estrutura da planta para evitar a perda do potencial produtivo para os ciclos futuros.

Queimadas inflamam também o setor cafeeiro

Mesmo sem grandes proporções, chamaram a atenção as queimadas que atingiram lavouras de café no interior de São Paulo e em Minas Gerais. 

Na região de Franca, segundo a Procafé, cerca de 100 hectares foram atingidos, e muitos terão que replantar seus cafezais. Uma vez atingida pelo fogo, a lavoura de café não se recupera e precisa ser replantada.

Cenário de lavoura destruída após queimadas, somado ao déficit hídrico.
Lavouras destruídas por queimada ligaram alerta para novas preocupações entre os produtores

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