Oferta e demanda apertada criam expectativa entre os cafeicultores
A colheita de café segue avançando no Brasil, e o grão atingiu o maior preço da história. Um fator importante é que a oferta limitada na Ásia continua ditando o ritmo do mercado, impulsionando tanto os preços do robusta quanto do arábica.
Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), houve um aumento de 5,3% para o café arábica, com a saca de 60 kg.
Já se tratando do robusta, as cotações subiram 4,2% na primeira quinzena de julho e renovou o recorde do Cepea, referente a série histórica iniciada em 2001. O preço da saca de 60Kg chegou a R$1.292,34.
“A alta do dólar explica esse preço para ambas as variedades. O dólar subiu 6,7%, sendo o principal fator por trás da valorização dos preços”, destaca o Gerente de Inteligência de Mercado Café da Stonex, Fernando Maximiliano.
A escassez de café no continente asiático deve continuar influenciando os preços nos próximos meses, já que o cenário não deve mudar a curto prazo.
A Indonésia, terceiro maior produtor de café do mundo, iniciou sua colheita há algumas semanas, enquanto o Vietnã deve começar apenas em meados de novembro. A ausência desses países no mercado tende a sustentar os preços atuais.
Outro ponto que começa a levantar preocupações é a produção brasileira. “Existem muitos relatos de que o rendimento das lavouras está aquém do esperado, e isso é um ponto a ser monitorado. Devemos ter inclusive uma possível correção para baixo nas previsões das agências, o que pode trazer um viés mais positivo para as cotações”, explica Fernando.
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Em termos de comercialização, os preços historicamente elevados para o período de colheita deixam margem para uma comercialização mista.
“Algumas regiões estão registrando uma movimentação melhor, outras nem tanto. Alguns produtores seguem na expectativa de que os preços possam avançar mais, principalmente com os relatos de que a produção em algumas regiões está abaixo do esperado”, destaca Fernando.
De modo geral, tanto fatores de alta quanto de baixa podem influenciar o mercado nos próximos meses, como a expectativa por mais uma La Niña, prevista com intensidade de moderada a baixa.
O ponto crítico, segundo Fernando, seria um corte na produção brasileira. “São pontos de atenção, como a possível redução nas estimativas de produção do Brasil, a menor produção na Ásia e a oferta reduzida de café robusta”.
Por hora, o mercado deve voltar os olhos para fatores importantes que podem impactar os preços, como o inverno brasileiro, a florada nos próximos meses e as condições associadas ao surgimento da La Niña.
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Sim ! Ajuda bem a balizar as expectativas .Valeu !