A mancha de Bipolaris (Bipolaris spp.) é uma doença foliar de grande importância na cultura do milho, causada principalmente pelos fungos Bipolaris maydis e Bipolaris zeicola. Esses patógenos, também conhecidos historicamente como Helminthosporium do milho, podem provocar epidemias severas em condições favoráveis, resultando em significativas perdas de produtividade.  

Este guia técnico didático explora os principais aspectos dessa doença – da classificação e ciclo de vida do fungo aos sintomas, condições de desenvolvimento e estratégias de manejo integrado – em uma linguagem acessível para informar e ajudar produtores e profissionais do setor a conhecerem e lidarem melhor essa problemática. 

Ao final, apresentamos uma solução fungicida de última geração como opção no controle efetivo da mancha de Bipolaris. 

Classificação taxonômica e identificação de Bipolaris spp. 

Os fungos Bipolaris maydis e Bipolaris zeicola pertencem ao Reino Fungi, Filo Ascomycota, Ordem Pleosporales e Família Pleosporaceae, gênero Bipolaris.  

São fungos filamentosos (Ascomicetos) cujos estágios sexuais (teleomorfos) pertencem ao gênero Cochliobolus. No caso de B. maydis, o teleomorfo é Cochliobolus heterostrophus, enquanto B. zeicola corresponde ao teleomorfo Cochliobolus carbonum.  

Historicamente, esses patógenos foram descritos como Helminthosporium (por exemplo, Helminthosporium maydis e H. carbonum), nomenclatura ainda encontrada em publicações mais antigas. 

Identificação das espécies de Bipolaris 

Em nível de campo, B. maydis e B. zeicola causam sintomas semelhantes (manchas foliares), mas diferem em aspectos genéticos e culturais. Bipolaris maydis é o agente da queima foliar do sul (Southern Corn Leaf Blight) e apresenta três raças fisiológicas principais: Raça O, Raça T e Raça C. A raça O é a mais comum globalmente, infectando qualquer genótipo de milho; já as raças T e C infectam preferencialmente híbridos com citoplasma Texano (T) e Citoplasma C, respectivamente.  

Bipolaris zeicola, causal da mancha foliar do norte (Northern Corn Leaf Spot), possui cinco raças numeradas (1 a 5), sendo as raças 1 e 3 as mais prevalentes encontradas no Brasil.  

Essa diferenciação em raças está associada a toxinas produzidas pelos fungos e à interação com genes específicos do hospedeiro, por exemplo, a devastadora epidemia de 1969-70 nos EUA foi causada pela raça T de B. maydis, letal para milhos com citoplasma Texano estéril. 

Características de identificação laboratorial de Bipolaris  

A confirmação das espécies Bipolaris é feita pelo exame microscópico de seus esporos (conídios). Os conídios de B. maydis são típicos: de coloração marrom-olivácea, formato predominantemente curvo com extremidades afinadas e arredondadas, medindo cerca de 15–20 µm de largura por 70–160 µm de comprimento, com 5 a 11 septos transversais.  

Conídios de Bipolaris maydis. Imagem obtida em microscópio ótico com aumento de 40x.
Conídios de Bipolaris maydis. Imagem obtida em microscópio ótico com aumento de 40x. Fonte: Embrapa

A germinação dos conídios é bipolar – ou seja, pode ocorrer a partir de ambas as extremidades do esporo, característica que dá nome ao gênero Bipolaris.  

Já os conídios de B. zeicola apresentam morfologia semelhante, sendo ligeiramente menores em média (cerca de 36–100 µm de comprimento por 12–18 µm de largura), geralmente retos da moderadamente curvos, também com extremidades afiladas e septações múltiplas.  

Em cultura, ambas as espécies formam colônias de coloração escura (parda a preta) devido à produção de pigmentos melanínicos nos esporos e micélio. 

Cultura de colônias de Bipolaris maydis em ágar batata dextrose em pesquisa de laboratório de microbiologia e patologia vegetal
Cultura de colônias de Bipolaris maydis em ágar. 

Morfologia e ciclo biológico do patógeno 

Bipolaris spp. é um fungo necrotrófico (mata e se alimenta de tecidos mortos do hospedeiro) e filamentoso. Além dos conídios multicelulares descritos, o fungo produz conidióforos (estruturas que suportam os esporos) simples ou em pequenos grupos, de coloração marrom, septados e de altura variável (podendo atingir ~250 µm). 

Em condições específicas de laboratório, podem se formar estruturas sexuais (pseudotécios do teleomorfo Cochliobolus), embora, no campo, a reprodução assexuada via conídios seja a principal responsável pela disseminação da doença. O teleomorfo produz esporos sexuados (ascósporos) em ascus, mas é raro encontrá-lo naturalmente nos restos de cultura. 

Ciclo de vida (ciclo infectivo) do Bipolaris 

A mancha de Bipolaris é uma doença policíclica, ou seja, durante um mesmo ciclo da cultura, ocorrem múltiplos ciclos de infecção do patógeno. O inóculo primário geralmente surge de esporos provenientes de sementes infectadas ou, principalmente, da sobrevivência do fungo em restos culturais (palhada de milho infectada da safra anterior).  

Esses restos contaminados liberam conídios viáveis no ambiente no início da safra seguinte. Com a presença de hospedeiro suscetível e condições ambientais favoráveis, os conídios são levados pelo vento ou respingos de chuva e depositam-se nas folhas baixas das plantas novas (infecção inicial no “baixeiro” do milho).  

Uma vez na superfície foliar, os conídios germinam em poucas horas e podem penetrar diretamente através da cutícula/epiderme ou via aberturas naturais como estômatos, especialmente se houver lesões ou ferimentos facilitadores. 

Após a penetração, o micélio fúngico coloniza o mesofilo foliar, matando as células e originando as lesões necrosadas típicas. Em seguida, nas bordas das lesões, o fungo emite novos conidióforos e produz mais conídios, tornando as lesões visivelmente pulverulentas (com pó escuro) quando a frutificação ocorre.  

Cada lesão torna-se então fonte de inóculo secundário, liberando milhares de esporos que o vento e a chuva carregam para infectar outras partes da mesma planta ou plantas vizinhas. Assim, sucessivas gerações de esporos podem rapidamente ampliar a incidência e a severidade da doença no milharal. 

Tempo de ciclagem da mancha de Bipolaris   

Sob condições ambientais ideais, o ciclo da doença é bastante rápido. A germinação e a penetração podem ocorrer de 6 a 8 horas após o depósito do conídio, se houver filme de água na folha e temperatura adequada.  

Desse modo, em clima favorável, várias “ondas” de infecção podem ocorrer ao longo de uma única safra de milho. 

Condições ambientais favoráveis à Bipolaris 

O complexo Bipolaris spp. prospera em ambientes quentes e úmidos, típicos de regiões tropicais e subtropicais. As condições-chave para a infecção e a disseminação incluem: 

Umidade e molhamento foliar 

A presença de água livre na superfície das folhas (proveniente de chuva, orvalho intenso ou irrigação) é essencial para a germinação dos conídios. Períodos prolongados de molhamento foliar, combinados com umidade relativa elevada (próxima a 90-100%), favorecem não só a infecção inicial, mas também a esporulação abundante do fungo.  

Chuvas frequentes seguidas de dias nublados criam o ambiente perfeito para explosão da doença.

Temperatura 

Bipolaris maydis e B. zeicola apresentam ótimo desenvolvimento em temperaturas moderadas a altas. A faixa ideal situa-se aproximadamente entre 25°C e 30°C, podendo a doença se desenvolver rapidamente entre  25 °C e  32 °C. Temperaturas noturnas amenas também contribuem para o orvalho e prolongam o molhamento. 

Climas quentes e úmidos (verões chuvosos) estão associados às maiores epidemias. Por outro lado, em temperaturas abaixo de  15 °C, o progresso da doença tende a ser mais lento, e condições muito secas inibem a infecção. 

Dispersão do Inóculo 

Dias com vento e chuva auxiliam na dispersão dos esporos. Gotas de chuva ao espirrar carregam conídios de restos no solo para a parte aérea, enquanto o vento transporta esporos a longas distâncias pelo ar. Assim, plantios adensados com pouca ventilação e regiões com ventos que espalham o inócuo de lavouras vizinhas também elevam o risco. 

Plantio contínuo e presença de inóculo 

Áreas com cultivo sucessivo de milho acumulam restos culturais infectados, elevando a carga de inóculo primário a cada nova safra. Da mesma forma, a proximidade de lavouras em diferentes estádios (por exemplo, milho “safrinha” próximo de milho verão tardio) mantém o patógeno presente o ano todo.  

Esse cultivo quase contínuo – possível no Brasil dada a variabilidade regional de plantio – tem aumentado a incidência de doenças foliares, incluindo a Bipolaris, pois sempre há hospedeiros verdes e fonte de esporos disponíveis. 

Em resumo, a combinação de umidade foliar abundante, temperaturas elevadas e presença de inóculo e plantas suscetíveis resulta numa dinâmica agressiva da mancha de Bipolaris.  

Esses fatores explicam por que surtos severos ocorrem especialmente em regiões tropicais de clima quente/úmido e em safras chuvosas.  

Sintomas visuais da mancha de Bipolaris e diferenças em relação a outras manchas foliares 

Os sintomas clássicos da mancha de Bipolaris no milho são lesões foliares necróticas de formatos variáveis, inicialmente pequenas e elípticas. Em cultivares suscetíveis, as lesões podem expandir-se, atingindo alguns milímetros de largura por até 2–3 cm de comprimento, apresentando coloração central que vai de palha (bege clara) a cinza, circundada por bordos de coloração marrom a marrom-escura. 

Frequentemente, as manchas começam nas folhas inferiores e, à medida que a doença progride, vão surgindo em folhas superiores. Em ataques severos, múltiplas lesões coalescem (se unem), conferindo um aspecto queimado generalizado nas folhas, que secam prematuramente. 

Sintomas da mancha-de-bipolaris em folha de milho.
Sintomas da mancha de bipolaris em folha de milho.
Fonte:Rodrigo Véras da Costa, Embrapa Milho e Sorgo.  

Variabilidade dos sintomas  

A expressão visual da doença pode variar conforme a raça do fungo e o genótipo do milho infectado. A raça O (mais comum) geralmente produz lesões restritas às folhas, de formato retangular alongado (delimitadas pelas nervuras) e coloração palha quando maduras.  

Já infecções pela raça T tendem a gerar lesões maiores, ovais a elípticas, com margens marrom-escuras bem definidas; além disso, a raça T pode afetar também bainhas, colmos e até espigas, provocando podridões nesses órgãos. As plantas com raça T, muitas vezes, exibem um halo amarelo-verde ao redor das lesões nas folhas, indicando toxinas sistêmicas (como a toxina T).  

A raça C causa sintomas semelhantes aos da O em folhas, mas pode apresentar lesões um pouco mais estreitas e alongadas.  

Diferenças da Bipolaris em relação a outras doenças foliares 

As lesões de Bipolaris podem ser confundidas com outras manchas foliares comuns na cultura do milho. Uma diagnose cuidadosa é fundamental, pois cada patógeno tem padrões característicos. Comparativos principais: 

Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) 

As lesões causadas por  Cercóspora são tipicamente retangulares e estreitas, com os lados paralelos delimitados pelas nervuras das folhas, dando um aspecto de manchas “retas”. Tendem a ser de coloração cinza-clara no centro com bordas marrom-escuras bem definidas.  

Sintomas de cercosporiose em folha de milho.
Sintomas de cercosporiose no milho. Foto: Luciano Viana Cota. Fonte: Embrapa 

Diferentemente da Bipolaris (cujas manchas têm bordos irregulares e não seguem alinhamento perfeito com as nervuras), na cercosporiose as manchas parecem bloquinhos alongados entre as nervuras.  

Além disso, as lesões de  Cercóspora geralmente aparecem mais no meio da planta em fases mais tardias e possuem um período de incubação mais longo (cerca de 2 a 3 semanas, contra 1 semana ou menos da Bipolaris). 

Mancha-branca do milho (Phaeosphaeria maydis) 

Apresenta lesões de coloração palha quase branca no centro e bordas marrom-avermelhadas. Inicialmente pontuais, podem coalescer formando áreas esbranquiçadas nas folhas.  

Sintomas de mancha-branca em folha de milho.
Sintomas de mancha-branca no milho. Foto: Fabrício Lanza. Fonte: Embrapa

A mancha-branca costuma ocorrer em estádios mais tardios e prefere clima um pouco menos quente que a Bipolaris, mas pode coocorrer. Diferencia-se pelas lesões de centro bem claro e presença de pontos negros (picnídios) dentro das manchas em fases avançadas, o que não ocorre na Bipolaris. 

Helmintosporiose/Turcicum (Exserohilum turcicum) 

Provoca lesões maiores, em formato de charuto (elípticas largas), de coloração marrom-clara a esverdeada, que podem atingir vários centímetros de comprimento. Ao contrário das pequenas lesões da Bipolaris, as manchas de E. turcicum são mais compridas e largas, com bordos indefinidos e frequentemente esporulação escura visível no centro em tempo úmido.  

Essa doença prefere clima um pouco mais ameno (ótimo em torno de 20- 25 °C) e costuma surgir mais no fim do ciclo. 

Diferença de sintomas entre helmintosporiose e bipolaris no milho
Diferenciação entre as doenças helmintosporiose e bipolaris no milho. Fotos: Embrapa 2014; 2013

Estria bacteriana (Xanthomonas vasicola pv. vasculorum) 

Doença bacteriana que pode lembrar manchas fúngicas. Inicia com pequenas manchas d’água que se alongam pelas nervuras, formando estrias compridas de aspecto encharcado. Uma característica distintiva é a presença de halo amarelo fino e longo ao redor das lesões quando observadas contra a luz.  

As estrias bacterianas não apresentam as frutificações escuras (pontos pretos) típicas das manchas fúngicas e geralmente têm um exsudato bacteriano (viscoso) em condições de alta umidade. 

Em caso de dúvida visual, a recomendação é coletar amostras de folhas e encaminhar a um laboratório de fitopatologia para confirmação. A correta identificação é crucial porque as estratégias de controle podem variar entre uma mancha foliar fúngica e uma bacteriana, por exemplo. 

Danos da Bipolaris no milho 

A infecção por Bipolaris spp. causa prejuízos à planta de duas formas principais: 

Dano direto (redução de área foliar e fotossíntese) 

As lesões necróticas resultam na destruição do tecido foliar, reduzindo drasticamente a área fotossintética ativa da planta. Em infestações severas, as folhas basais secam prematuramente e até folhas acima da espiga podem ser parcialmente necrosadas, comprometendo a captura de luz e a produção de fotoassimilados.  

Isso impacta diretamente o enchimento de grãos – a planta não consegue produzir e translocar carboidratos suficientes para as espigas, resultando em espigas menores, com grãos chochos ou mal formados.  

Além disso, algumas raças do fungo produzem toxinas que circulam na planta (como a toxina T da raça T de B. maydis) causando efeitos sistêmicos de murcha e seca mesmo em tecidos sem lesão visível, amplificando o dano. 

Dano indireto (debilitamento e infecções secundárias) 

A desfolha precoce induzida pela doença obriga a planta a mobilizar nutrientes de reserva (especialmente do colmo) para tentar encher os grãos remanescentes. Essa mobilização e o estresse biótico acabam enfraquecendo os colmos, que perdem vigor estrutural.  

Com isso, aumenta-se a ocorrência de acamamento ou tombamento de plantas – os colmos doentes quebram ou tombam mais facilmente, dificultando a colheita e causando perdas adicionais indiretas.  

Outro efeito observado é que colmos debilitados e feridos tornam-se portas de entrada para patógenos secundários, como fungos causadores de podridões do colmo (por ex. Fusarium spp., Stenocarpella), agravando ainda mais as perdas.  

De forma semelhante, lesões nas espigas (possíveis em casos de raça T) podem permitir a instalação de patógenos de grão (fungos e bactérias) levando a grãos ardidos e deterioração da qualidade da colheita. Assim, mesmo não atacando diretamente o colmo ou a espiga na maioria dos casos, a mancha de Bipolaris cria condições favoráveis para outros problemas fitossanitários. 

Impacto agronômico: perdas de produtividade e cenário atual 

A mancha de Bipolaris desponta como uma das doenças foliares com maior potencial de dano em milho. Historicamente, em regiões tropicais úmidas, já se relatava a possibilidade de perdas acima de 70% na ocasião de surtos severos.  

Entretanto, no Brasil, por muitos anos, a doença teve ocorrência esporádica e de baixa severidade nas principais regiões produtoras. Isso mudou nos últimos anos: o chamado “complexo de Bipolaris” (englobando B. maydis e B. zeicola) tem se expandido significativamente no território nacional, afetando diferentes regiões e épocas de cultivo. 

Monitoramentos fitossanitários recentes detectaram elevação na severidade da Bipolaris em vários Estados, incluindo áreas do Centro-Oeste (MT, GO), do Sudeste (SP, MG) e até do Sul do país. Inicialmente prevalente na safrinha (2ª safra do milho, plantada no outono/inverno), a doença passou a ser registrada também em cultivos de safra de verão, especialmente em locais/anos de verão úmido. 

Características importantes de um fungicida para controle de Bipolaris no milho 

No contexto do controle químico, merece destaque a relevância de se escolher fungicidas modernos de amplo espectro, com alta eficácia sistêmica e longo residual, para combater a mancha de Bipolaris de forma eficaz.  

Mas o que isso significa na prática e por que é importante?

Amplo espectro 

Raramente a Bipolaris atua sozinha – ela vem acompanhada de um “combo” de doenças foliares (cercosporiose, mancha-branca, ferrugens etc.). Um fungicida de amplo espectro é capaz de controlar múltiplos patógenos simultaneamente.  

Esses produtos geralmente combinam dois ou mais ingredientes ativos de classes distintas, cada um com atividade sobre diferentes grupos de fungos. Isso possibilita que uma única aplicação proteja contra a maioria dos desafios sanitários da lavoura, otimizando custos e resultados.  

Além disso, o amplo espectro implica em menor risco de deixar “brechas” – se o produto controla apenas Bipolaris e não  cercóspora, por exemplo, essa última poderia se proliferar livremente. 

Ação sistêmica  

Fungicidas sistêmicos são aqueles absorvidos pela planta e translocados internamente através da seiva. Diferente dos protetores de contato, que agem apenas onde ficam depositados, os sistêmicos conseguem proteger também partes novas da planta e ajudam a retardar infecções já iniciadas. 

No manejo da Bipolaris, isso é crucial por dois motivos: (1) o milho cresce rápido, emitindo folhas sucessivas – um bom sistêmico consegue atingir também essas folhas que surgem após a aplicação, conferindo proteção na nova área foliar; (2) a infecção foliar tem período de incubação curto – um produto sistêmico pode suprimir o fungo mesmo depois de penetrar no tecido, se aplicado logo no início dos sintomas.  

Assim, fungicidas sistêmicos de qualidade atuam tanto preventivamente quanto parando o progresso de lesões iniciais e evitando o surgimento de novas. Essa característica é essencial em doenças policíclicas rápidas como a mancha de Bipolaris

Longo período residual 

Refere-se à capacidade do fungicida em permanecer ativo na planta por um período estendido, protegendo-a por várias semanas. Produtos de longo residual reduzem a frequência de pulverizações necessárias e asseguram cobertura durante fases críticas. 

Dado que a Bipolaris pode reinfectar a cada poucos dias, manter um residual alto significa que mesmo se novas esporulações ocorrerem, as folhas ainda estão protegidas, quebrando o ciclo. Isso traz vantagens econômicas (menos aplicações) e agronômicas (menor risco de falha por intervalo longo demais entre aplicações). 

Desempenho sob diferentes cenários  

É importante que o fungicida de amplo espectro e longa ação tenha sido testado sob cenários e condições adversas (chuva, calor), com formulações mais estáveis à chuva (rainfastness) e seja preparado para manter eficiência mesmo quando o clima não colabora perfeitamente.  

Por exemplo, alguns possuem aditivos e formulação que permitem rápida absorção, reduzindo lavagem por chuva, além de ingredientes com baixo ponto de evaporação, para resistir a temperaturas elevadas. Isso importa muito no campo, pois, durante períodos chuvosos críticos, um produto menos robusto poderia ser parcialmente lavado e deixar de proteger adequadamente. 

Em suma, a escolha por fungicidas de amplo espectro, sistêmicos e residuais atende à necessidade de um controle abrangente e consistente da mancha de Bipolaris.  

MIRAVIS® Duo: o fungicida simplesmente poderoso contra a Bipolaris no milho 

Banner MIRAVIS® Duo, o fungicida simplesmente poderoso contra a Bipolaris no milho

Desenvolvido com tecnologia de ponta, MIRAVIS® Duo se destaca por reunir dois ingredientes ativos potentes e complementares, entregando performance superior no campo.  

A seguir, apresentamos os diferenciais técnicos do MIRAVIS Duo e por que ele tem sido posicionado como uma opção premium no manejo da doença: 

Dupla combinação poderosa 

MIRAVIS® Duo contém a molécula inovadora ADEPIDYN® (nome comercial do ingrediente ativo pydiflumetofen) em combinação com o consagrado difenoconazol. Essa mistura une dois modos de ação distintos: pydiflumetofen pertence ao grupo SDHI (inibidores da succinato desidrogenase) de última geração, enquanto difenoconazol é um triazol (DMI, inibidor da biossíntese de esterol).  

Juntos, eles proporcionam um controle de amplo espectro, preventivo e curativo, agindo em diferentes alvos metabólicos do fungo. Essa abordagem multifacetada garante eficácia contra Bipolaris spp. e uma gama de outras doenças (c cercóspora ferrugens, helmintosporiose), alinhada às necessidades do milho. 

Alta eficácia e longo residual 

A molécula ADEPIDYN® traz uma inovação em termos de potência e residual. Trata-se de um SDHI com alta afinidade pelas estruturas foliares e excelente estabilidade, o que resulta em ação prolongada no tecido vegetal.  

Ensaios indicam que MIRAVIS® Duo oferece proteção efetiva por um período estendido, mantendo as folhas do milho sadias mesmo sob alta pressão de inóculo e clima favorável às doenças.  

Essa longa duração se traduz em menos aplicações e maior segurança de controle entre os intervalos de pulverização. Além disso, a ação “semissistêmica” do pydiflumetofen, combinada à ação sistêmica do difenoconazol, permite que o produto distribua-se bem pela folha e apresente efeito translaminar, atingindo ambos os lados do limbo foliar. 

Segundo informações técnicas, MIRAVIS® Duo foi formulado para manter desempenho mesmo sob condições desafiadoras, como chuvas após a aplicação ou variações climáticas. Sua formulação em concentrado suspensível (SC) favorece a adesão e a penetração rápida na planta, tornando-o menos suscetível à lavagem por chuva. Dessa forma, os agricultores obtêm um controle consistente e de longa duração, reduzindo o risco de rebotes da doença após eventos climáticos. 

Resultados comprovados 

O lançamento de MIRAVIS® Duo foi motivado justamente pelo aumento na incidência das manchas foliares de milho no Brasil nos últimos anos.  

Em testes de campo e demonstrativos, o produto mostrou controle poderoso contra Bipolaris e Exserohilum (helmintosporiose), duas doenças de difícil controle e que antes causavam dores de cabeça aos produtores.  

Plantas tratadas com MIRAVIS® Duo exibiram folhas mais verdes e sadias até fases avançadas, enquanto áreas não tratadas apresentaram desfolha acentuada. Essa proteção superior se refletiu em manutenção do potencial produtivo – em relatos de produtores e pesquisadores, houve destaque para sanidade superior, folhas preservadas e maior potencial de rendimento onde o produto foi aplicado, comparado a áreas sem sua aplicação. 

Manejo antirresistência  

Do ponto de vista de manejo antirresistência de fungos, a combinação inédita de ADEPIDYN® + difenoconazol em MIRAVIS® Duo representa uma nova geração de fungicidas.  

A molécula ADEPIDYN (pydiflumetofen) pertence a um subgrupo de SDHIs introduzido recentemente, para o qual ainda não há histórico de resistência generalizada em patógenos do milho. Usado em mistura com um triazol, dificulta-se o surgimento de populações de fungos resistentes, pois seriam necessárias mutações simultâneas em dois alvos diferentes.  

Portanto, além de eficaz no presente, MIRAVIS® Duo é uma opção estratégica para durabilidade do controle, especialmente em programas de rotação de ativos. 

Em conclusão, MIRAVIS® Duo surge como uma solução técnica robusta e confiável no controle da mancha de Bipolaris e doenças associadas. Com base em seus diferenciais agronômicos, ele se alinha às necessidades atuais de produtores que buscam proteger o potencial produtivo do milho frente a patógenos foliares cada vez mais agressivos. 

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável. 

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