O cenário agrícola global testemunhou um marco significativo na safra 2023/24: o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador mundial de algodão, meta que estava prevista para 2030. 

Esse feito inédito foi anunciado durante a 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e seus Derivados, realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Anea Cotton Dinner, evento promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) em Comandatuba, Bahia.

Com uma colheita estimada em quase 3,7 milhões de toneladas de algodão, das quais 2,7 milhões devem ser destinadas à exportação, o Brasil superou pela primeira vez os Estados Unidos, tradicional líder no mercado global de algodão. Essa conquista foi comemorada por diversas entidades do setor, incluindo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que destacou a antecipação da meta inicialmente prevista para 2030.

Safra 2024/25 e além, o que esperar? 

Apesar da conquista antes mesmo do fim do ano comercial da safra 2023/24, especialistas alertam que a liderança pode não se manter constante nas próximas safras, mas a tendência é de alternância natural entre os dois países nesse primeiro lugar.

“A posição brasileira depende muito da safra americana, que tende a ser maior do que a do ano passado”, afirmou Miguel Faus, presidente da Anea. No entanto, a meta alcançada representa um marco histórico e um reconhecimento do esforço contínuo dos cotonicultores brasileiros em aprimorar a qualidade, a rastreabilidade e a sustentabilidade do algodão produzido no país.

Há cerca de duas décadas, o Brasil era o segundo maior importador mundial de algodão. A transformação do país em líder global de exportação se deve a investimentos significativos em pesquisa, desenvolvimento científico, e a reconfiguração total da atividade agrícola. 

“Essa guinada se deve a muito trabalho e investimento na reconfiguração total da atividade, com pesquisa, desenvolvimento científico, profissionalismo e união. É um marco que nos enche de orgulho como produtores e como cidadãos”, destacou o presidente da Anea, Miguel Faus.

A Abrapa atribui esse bom desempenho à interligação eficiente entre produtores e a indústria têxtil brasileira. Apesar da concorrência externa, o consumo de fios e de algodão no Brasil deve aumentar de 750 mil toneladas para 1 milhão de toneladas por ano. 

A iniciativa “Sou de Algodão”, promovida pela Abrapa, também contribuiu significativamente para a melhoria da qualidade dos produtos finais, unindo fabricantes de roupas, universidades de moda, pesquisadores e produtores de algodão.

O alcance internacional do algodão brasileiro se expandiu principalmente devido à maior demanda de países como Paquistão e Bangladesh, que enfrentaram dificuldades financeiras no ciclo anterior. A retomada dessas compras superou as expectativas iniciais, que estimavam exportações de 2,4 a 2,45 milhões de toneladas. 

Entre os principais mercados consumidores do algodão brasileiro, estão: 

  • China
  • Vietnã
  • Bangladesh
  • Turquia
  • Paquistão

É do Brasil: liderança na exportação de algodão se soma a outras posições mundialmente importantes 

Além do algodão, o agronegócio brasileiro continua a se destacar em outros setores. Em 2023, o Brasil foi o maior exportador mundial de:

  • Soja
  • Carne bovina
  • Açúcar
  • Carne de frango 
  • Café
  • Celulose 
  • Suco de laranja

Seguimos consolidando a posição do país como um dos maiores players no mercado agrícola global.

Recentemente, a Região Administrativa Especial (RAE) de Hong Kong, China, anunciou a aprovação sanitária para a exportação de penas de aves do Brasil, ampliando ainda mais o mercado para produtos avícolas brasileiros. Esse anúncio reflete a confiança no sistema de controle sanitário do Brasil e fortalece a relação comercial entre os dois países que, no ano passado, importou mais de US$ 1,15 bilhão em produtos do agronegócio brasileiro.

O aprofundamento das relações entre Brasil e China é evidenciado também pela abertura do terceiro consulado-geral brasileiro na China continental, em Chengdu, capital da Província de Sichuan. O estabelecimento desse novo consulado é uma indicação clara da intensificação da cooperação entre os dois países, marcando o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre China e Brasil.

Em conclusão, a conquista do Brasil como maior exportador mundial de algodão na safra 2023/24 é mais uma prova do potencial do agronegócio brasileiro. Com investimentos contínuos em tecnologia, qualidade e sustentabilidade, o Brasil está bem posicionado para manter e expandir sua liderança na missão de alimentar o mundo!

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