A primeira semana de julho de 2024 foi marcada por uma intensa movimentação no mercado de soja no Brasil. Entre os dias 01 e 05/07, observou-se um aumento significativo na comercialização do grão, com destaques para ambos os ciclos de safra. 

Diversos fatores contribuíram para esse cenário, e neste resumo, vamos explorar as principais razões e impactos dessa alta. Confira!

Desvalorização do real frente ao dólar

Um dos principais motores da alta comercialização de soja foi a desvalorização do real frente ao dólar, que atingiu sua maior cotação desde janeiro de 2022

Essa desvalorização tornou a soja brasileira mais competitiva no mercado internacional, incentivando os produtores a aproveitarem a oportunidade para fechar negócios. Com o dólar valorizado, o preço da soja em reais se tornou mais atrativo, compensando os movimentos negativos das cotações internacionais.

Atividade da China no mercado

A China, maior importador mundial de soja, esteve particularmente ativa no mercado durante essa primeira semana de julho. 

Relatos indicam que grandes volumes de soja foram adquiridos do Brasil, contribuindo para a alta nas negociações. A demanda chinesa continua a ser um fator crucial para o mercado de soja, e sua presença significativa na primeira semana de julho ajudou a sustentar os preços.

Mercado internacional e cotações em Chicago

No mercado internacional, os preços da soja também apresentaram uma leve alta na Bolsa de Chicago. Durante a semana do feriado de 4 de julho nos Estados Unidos, o valor do bushel de soja subiu de US$ 11,52 em 27 de junho para US$ 11,66 em 5 de julho.

Fonte: Agroconsult.

Apesar de uma queda de 3,6% em junho em relação a maio, a média de preços em julho mostra sinais de recuperação, impulsionados pelo aumento nos preços do óleo e do farelo de soja.

As previsões climáticas para o Meio-Oeste dos Estados Unidos, que indicam altas temperaturas nos próximos dias, também têm sido um fator de influência. Condições climáticas adversas podem afetar a produtividade das lavouras americanas, sustentando a tendência de alta nas cotações.

Situação das lavouras nos EUA e estoques

Até o final de junho, as lavouras nos Estados Unidos apresentaram uma avaliação de 67% entre boas a excelentes, 25% regulares e 8% entre ruins a muito ruins. Em comparação ao ano anterior, os estoques trimestrais até 1º de junho aumentaram em 22%, atingindo 26,4 milhões de toneladas. 

Esses dados, divulgados pelo relatório do dia 28 de junho, foram um dos fatores que impactaram as cotações na Bolsa de Chicago.

Impacto no mercado interno brasileiro

No Brasil, o preço da soja se manteve firme no mercado interno, sustentado pela alta do dólar. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a expectativa de estoques elevados tem limitado uma valorização ainda maior do grão. 

No entanto, a combinação de fatores internacionais e o câmbio favorável têm mantido os preços da soja em patamares atrativos para os produtores.

O que esperar para os próximos meses? 

O mercado de soja continua a ser influenciado por uma série de fatores, incluindo a demanda da China, as condições climáticas nos Estados Unidos e as variações cambiais. 

A expectativa é que a China continue a importar grandes volumes de soja em julho, impulsionada pelos preços competitivos e pela incerteza em relação às eleições nos EUA em novembro. 

Além disso, o mercado permanece atento e deve se movimentar seguindo o relatório de oferta e demanda de julho da USDA, e os desenvolvimentos climáticos nos Estados Unidos, que podem afetar as futuras cotações.

Anec amplia estimativa de exportação de soja em julho

Na semana de 30 de junho a 6 de julho, o Brasil exportou 3,428 milhões de toneladas de soja. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) ajustou a previsão de exportação de soja do Brasil para um volume entre 9,7 e 10,8 milhões de toneladas em julho, um aumento em relação à previsão anterior de 9,487 milhões de toneladas. 

Em comparação com julho do ano passado, quando foram embarcadas 8,640 milhões de toneladas de soja, a nova estimativa mostra um crescimento significativo. 

Para o farelo de soja, a previsão subiu de 1,796 milhão para 1,869 milhão de toneladas. A atividade robusta de exportação reflete a forte demanda internacional e a competitividade da soja brasileira, impulsionada pela desvalorização do real.

Com a continuidade da demanda chinesa e a influência das condições climáticas nos Estados Unidos, o mercado de soja permanece dinâmico e cheio de oportunidades para os produtores brasileiros.

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