À medida que o Brasil se prepara para enfrentar os desafios agrícolas dos próximos anos, um ponto de destaque emerge: a expectativa de um aumento de 6% no consumo de culturas hortifrútis, especialmente as frescas, impulsionando um incremento de 21% nos gastos do setor, conforme indicam projeções da Euromonitor.
Para os protagonistas desse cenário, como os produtores de tomate e batata, o horizonte de 2024 promete ser promissor. Com base nos resultados positivos da safra anterior, espera-se não apenas uma produção animadora, mas também preços favoráveis para esses cultivos em diversas regiões do país.
Contudo, em meio às expectativas positivas, surge a necessidade crucial de lidar com fatores limitantes que podem afetar as altas produtividades, especialmente aqueles relacionados ao clima. Condições climáticas desfavoráveis podem propiciar o surgimento de pragas e doenças, tornando essencial uma atenção redobrada a esse aspecto.
À medida que o fenômeno El Niño continua a influenciar o clima nos próximos meses, prevê-se uma maior incidência de períodos secos e altas temperaturas. Nesse contexto, a alta pressão da mosca-branca já tem sido uma realidade e muitas regiões vêm sofrendo com o aumento exponencial da população dessa praga, ameaçando a produtividade das culturas de forma geral, assim como das hortifrútis.
A presença da mosca-branca representa uma séria ameaça para diversas culturas, demandando uma atenção especial durante a maior parte do ano. Seus danos potenciais são expressivos, impactando diretamente a produtividade e podendo levar a reduções significativas, variando entre 30% e 100%.
Portanto, é indispensável que produtores rurais e técnicos estejam plenamente conscientes dos riscos associados à mosca-branca e adotem estratégias de manejo eficazes. A implementação de práticas integradas de controle e o uso de tecnologias inovadoras são essenciais para mitigar os impactos adversos dessa praga nas culturas hortifrútis, assegurando, assim, a sustentabilidade e a rentabilidade das atividades agrícolas.
Mosca-branca: danos em culturas hortifrútis
Bemisia tabaci, um complexo de espécies com mais de 40 biótipos morfologicamente indistintos (muito semelhantes, o que dificulta a sua diferenciação a olho nu). É uma praga cosmopolita, amplamente distribuída nas principais regiões produtoras do mundo.
A incidência dessa praga pode ultrapassar os 90% em se tratando de ataque às plantas em uma lavoura. Esse índice elevado de infestação representa um desafio significativo para a produção, a produtividade e a qualidade dos cultivos hortifrútis.
Os danos causados pelas ninfas da B. tabaci extrapolam os prejuízos diretos, apresentando efeitos indiretos significativos. Além disso, a mosca-branca atua como vetor de mais de 90 tipos de vírus, afetando mais de 600 espécies agrícolas, o que intensifica a ameaça fitossanitária.
Os danos causados pela B. tabaci são categorizados em três grupos: danos diretos, danos indiretos e danos estéticos, que podem até mesmo inviabilizar a produção.
Danos diretos
Os danos diretos da mosca-branca estão relacionados à interferência direta do inseto sobre as plantas hospedeiras.
No tomate, por exemplo, os danos diretos que podem ser citados incluem o amadurecimento irregular dos frutos, provocado pela injeção de toxinas durante a alimentação, uma prática dos adultos da espécie. Esse dano confere um aspecto esbranquiçado, esponjoso ou isoporizado do interior do fruto, o que pode desclassificá-los para a indústria.
No entanto, outros danos indiretos provocados pelo inseto podem ser citados:
- sucção da seiva e injeção de toxinas feitas por ninfas e adultos nas plantas (em todas as plantas hospedeiras);
- alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das espécies hospedeiras;
- altas densidades populacionais da praga podem acarretar a morte das plantas.
Danos indiretos
Já os danos indiretos correspondem às interferências causadas de maneira indireta pelo inseto, seja na transmissão de doenças ou até mesmo no favorecimento de outros patógenos:
- vetor de várias viroses com sintomatologia variada;
- mais de 90 doenças viróticas podem ser transmitidas pela mosca-branca;
- favorecimento da fumagina devido à secreção do “honeydew”:
- redução da atividade fotossintética da planta pelo recobrimento da superfície foliar;
- redução da qualidade e da produtividade da produção agrícola.
Principais fatores que favorecem a ocorrência da mosca-branca em HF
Sabe-se que, para uma doença ou praga capaz de limitar a produção agrícola possa ocorrer, três fatores principais devem estar em equilíbrio: hospedeiro suscetível e/ou em fase de desenvolvimento suscetível; ambiente com condições climáticas favoráveis e duráveis; praga em população suficiente.
Hospedeiro
A mosca-branca, sendo uma praga polífaga, possui a capacidade de alimentar-se de uma vasta gama de plantas agrícolas, abrangendo diversas famílias botânicas, incluindo até mesmo espécies de plantas daninhas.
Essa característica confere uma vantagem importante à mosca-branca, tendo em vista que pode se manter viável durante praticamente todas as estações do ano, em uma ampla variedade de cultivos, desde que as condições climáticas sejam favoráveis.
Entre a vasta lista de plantas hospedeiras da mosca-branca, destacam-se:
Espécies forrageiras:
- Alfafa (Medicago sativa);
- Nabo-forrageiro (Raphanus sativus).
Espécies que podem ser consideradas daninhas:
- Picão-preto (Bidens sp.);
- Leiteiro (Euphorbia heterophylla);
Flores e ervas:
- Crisântemo (Chrysanthemum sp.);
- Erva-cidreira (Melissa officinalis);
- Gerbera (Gerbera jamesonii);
- Menta (Mentha sp.);
- Mostarda (Brassica sp.);
- Poinsétia (Euphorbia pulcherrima);
- Rosa (Rosa sp.).
Hortifrútis:
- Abóbora (Cucurbita sp.);
- Abobrinha (Cucurbita pepo);
- Alface (Lactuca sativa);
- Batata-doce (Ipomoea batatas);
- Berinjela (Solanum melongena);
- Beterraba (Beta vulgaris);
- Cenoura (Daucus carota);
- Chicória (Cichorium intybus);
- Chuchu (Sechium edule);
- Ervilha (Pisum sativum).
- Feijão-mangalô (Lablab purpureus);
- Jiló (Solanum gilo);
- Melancia (Citrullus lanatus);
- Melão (Cucumis melo);
- Pepino (Cucumis sativus);
- Pimentão (Capsicum annuum);
- Tomate (S. lycopersicum).
- Citrus sp.;
- Figueira (Ficus sp.);
- Mamão (Carica papaya);
- Maracujá (Passiflora sp.);
- Videira (Vitis sp).
Grandes culturas:
Ambiente
As condições climáticas favoráveis para a ocorrência e, sobretudo, para a rápida reprodução da mosca-branca são essenciais para entendermos os desafios que ela representa.
Temperaturas em torno de 32 °C são particularmente favoráveis, permitindo que a praga complete seu ciclo de vida em apenas 19 dias. Em contraste, em ambientes mais amenos, com temperatura em torno de 15 °C, a duração do ciclo de vida pode se estender consideravelmente, ultrapassando os 70 dias.
Em meio a uma extensa lista de hospedeiros e com condições climáticas que exigem cautela (em que clima quente e seco são previstos), os desafios para o controle eficaz da mosca-branca tornam-se uma tarefa crucial.
Principais desafios do controle da mosca-branca (Bemisia tabaci) biótipo B/Q
A mosca-branca foi relatada pela primeira vez no Brasil em 1923, mas foi na década de 1990 que as lavouras brasileiras sofreram uma explosão populacional do biótipo B. Já para o biótipo Q, o primeiro relato no país se deu a pouco mais de dez anos, em 2013.
A principal dificuldade no controle dessa praga é a resistência do inseto a inseticidas devido ao uso indiscriminado de alguns mecanismos de ação, sem observância e respeito às boas práticas de manejo antirresistência.
Esse fato fez com que surgissem várias raças ou biótipos. Estima-se que, somente no Brasil, ocorram mais de 40 biótipos de B. tabaci.
Ambos os biótipos B e Q, mais dispersos no mundo e considerados os mais nocivos, ocorrem no país. A dificuldade no controle desses biótipos estão relacionados a três fatores principais:
- alta fecundidade do inseto: uma fêmea pode ovipositar entre 100 e 300 ovos durante todo seu ciclo de vida, além de produzir entre 11 e 15 gerações;
- alta capacidade de dispersão a longas distâncias, principalmente por meio de correntes de ar, podendo dispersar até 7 km;
- dificuldade de controle devido à baixa eficiência de grande parte dos grupos químicos utilizados no seu controle, o que favorece a reprodução e a perpetuação da praga nas culturas.
Embora o biótipo B e Q sejam os mais presentes, a grande preocupação gira em torno do biótipo Q, capaz de desenvolver resistência à maioria dos inseticidas que ainda são eficientes para o controle do inseto.
Portanto, a implementação de estratégias integradas de manejo se torna crucial para enfrentar os desafios impostos por essa praga, assegurando assim a sustentabilidade e a rentabilidade das atividades agrícolas das culturas HFs.
Ambimobilidade: o controle da mosca-branca em culturas HFs que nunca para!
Imagine um controle da mosca-branca que nunca dá trégua?
Apresentamos o inseticida que protege a planta por inteiro e por muito mais tempo: ELESTAL® NEO, da Syngenta, é uma resposta inovadora para preencher as lacunas no controle da B. tabaci também em culturas hortifrútis. É a fusão perfeita de dois ingredientes ativos complementares, resultando em um impacto imediato e um período de controle prolongado.
TINIVION® technology, um ativo inédito e único, é parte essencial de ELESTAL® NEO, que oferece sistemicidade por conta da translocação para cima (ascendente) e para baixo (descendente), que é feita através do floema e do xilema. Enquanto isso, o acetamiprido, também presente, se movimenta via xilema para cima, exercendo um controle translaminar eficaz sobre ninfas em estágios iniciais e adultos. A ação é como um choque, proporcionando uma resposta adulticida rápida, superando a demora de mais de uma semana que outros métodos podem levar.
E a inovação de ELESTAL® NEO não conhece limites: sua atuação se dá até mesmo no baixeiro e em novos ramos, sem a necessidade de cobertura de pulverização. Pode ser aplicado no florescimento, garantindo controle abrangente em todas as fases da mosca-branca.
Além disso, é seletivo aos polinizadores e inimigos naturais e requer pequenas doses para um controle eficiente, mantendo um equilíbrio importante do ecossistema.
Descubra os benefícios de ELESTAL® NEO no controle da mosca-branca em culturas hortifrútis:
- ambimobilidade: movimentação para cima e para baixo nas plantas, diferentemente de outras moléculas no mercado, oferecendo uma nova forma de translocação de inseticidas;
- alta performance de controle: impacto residual e controle de longa duração;
- controle inédito: único inseticida capaz de controlar todas as fases da mosca-branca, proporcionando um manejo rápido e eficaz;
- controle de pragas resistentes: longo período de controle, protegendo a planta por inteiro.
ELESTAL® NEO não é apenas um inseticida, é um parceiro incansável na batalha contra a mosca-branca, assegurando a tranquilidade dos agricultores e a vitalidade das culturas hortifrútis. Conheça a inovação que move seu campo para frente!
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
Confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo.
Olá queria saber qual PH da agua para produto seria ideal
Ótimo artigo e explicações amplas e boas. No meu entender falta completamente explicações sobre os riscos para a saúde humana a presença dos resíduos do produto.
Gostei do comercial tomara que seja real