A mosca-branca (Bemisia tabaci) é um inseto de coloração amarelo-clara, asas brancas e mede de 1 a 2 mm de comprimento. Sua presença foi relatada pela primeira vez no Brasil há mais de 100 anos, no entanto, foi a partir de 1991 que passou a ser uma preocupação crescente a cada nova safra. Isso se deu por conta da combinação de dois fatores: condições climáticas favoráveis e detecção de diferentes biótipos.

São conhecidos três diferentes biótipos do inseto no país: A, B e Q, sendo que B e, principalmente, Q são os mais preocupantes. 

O biótipo Q foi detectado inicialmente no Rio Grande do Sul, em 2013 – e atualmente encontra-se amplamente distribuído nas diferentes regiões produtoras – o que requer atenção redobrada, tendo em vista que possui maior capacidade de sobreviver em uma ampla faixa de temperaturas (desde elevadas a baixas).

Dados apontam que o controle do inseto pode custar, para a cultura da soja, entre 3 e 4 sacas por hectare. Por isso, além de conhecer as condições climáticas favoráveis à praga e as perspectivas para a próxima safra, é mais do que necessário entender como ela se comporta, para poder definir as estratégias mais adequadas de manejo durante todo o ano agrícola, tendo em vista que o inseto possui a capacidade de se alimentar de diversas espécies de plantas.

Por que a mosca-branca se tornou uma praga tão importante?

Primeiramente, é importante entendermos porque a mosca-branca se tornou uma praga tão importante, e para isso algumas questões precisam ser analisadas. Os sete principais motivos são:

  1. praga capaz de se alimentar de mais de 700 espécies de plantas hospedeiras (incluindo grandes culturas, frutíferas, ornamentais e até mesmo daninhas); 
  2. alta capacidade de reprodução;
  3. grande capacidade de adaptação (se adapta a condições de altitude de regiões mais frias, e a novas plantas hospedeiras);
  4. alta capacidade de migração e dispersão entre áreas cultivadas, principalmente pelo vento;
  5. vários biótipos ou raças (no Brasil o biótipo B é o mais comum, apresentando alta fecundidade e capacidade de dispersão a longas distâncias). No entanto o biótipo Q é o que gera grande preocupação, pois é o que possui maior capacidade de desenvolver resistência aos inseticidas disponíveis no mercado;
  6. capaz de transmitir pelo menos 300 diferentes espécies de vírus (o que pode colocar em cheque a produção de diversas culturas importantes, como soja, algodão, feijão, tomate, entre inúmeras outras);
  7. resistência a alguns grupos químicos, exigindo atenção ao manejo (indispensável a adoção do Manejo Integrado de Pragas).

Além disso, a condição climática é um fator essencial para entender a dispersão e o aumento da população da mosca-branca nas lavouras brasileiras, de Norte a Sul. 

Características da mosca-branca: sintomas, identificação, condições climáticas favoráveis e danos 

Os sintomas observados nas plantas são uma resposta da alimentação do inseto ou do dano indireto provocado, e dependem da cultura ao qual a praga está associada, bem como ao nível populacional e das condições climáticas, e podem incluir:

  • murcha;
  • amarelecimento das folhas – para a soja, iniciando nas folhas mais velhas;
  • queda prematura de folhas;
  • perda de frutos;
  • amadurecimento ou maturação irregular e até mesmo forçada.

Mas os danos não restringem-se a esses, considerando que a mosca-branca pode transmitir ainda, viroses que provocam diferentes sintomas nas plantas.

Identificação

A identificação do inseto nas lavouras é relativamente simples, especialmente pela sua aparência visual, que justifica o seu nome: uma mosca de coloração branca.

No entanto, aqui cabe ressaltar que fazer a distinção entre os biótipos não é possível por inspeção visual, e que é necessário monitoramento e controle efetivos, já que o biótipo Q possui reprodução mais acelerada.

mosca-branca soja

Na imagem é possível observar o inseto na fase adulta (em forma de mosca), e nas laterais as ninfas, em formato arredondado e translúcido. Ambas as fases do inseto causam danos às plantas. Um agravante é que os inseticidas disponíveis no mercado, até então, não controlam todas as fases, sendo que alguns controlam a fase adulta e outros apenas as fases juvenis, o que acaba por encarecer o controle e consequentemente os custos de produção, além de aumentar os danos.

Condições climáticas favoráveis

Na cultura de algodão, por exemplo, temperaturas entre 25 a 30ºC são consideradas as mais favoráveis para a reprodução do inseto e o desenvolvimento de ovos e ninfas. 

A temperatura interfere diretamente no tempo necessário para que a mosca-branca passe do estágio de ovo para adulto. Em temperaturas amenas, em torno de 16ºC, são necessários 70 dias para que o inseto complete o seu ciclo de vida.

Por outro lado, em temperaturas mais elevadas (25ºC), esse tempo é quase um terço inferior, podendo completar duas gerações na lavoura.

Em relação à umidade relativa do ar, períodos secos são favoráveis, por isso, produtores devem ficar atentos às condições climáticas previstas para a próxima safra nas diferentes regiões produtoras. Porém, é importante atentar-se ao fato de que, ao que tudo indica, a partir do próximo mês o cenário climático passe a ser influenciado pelo fenômeno El Niño.

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Diferenciação dos danos

Os danos causados pela mosca-branca são classificados em diretos e indiretos. Ambos podem interferir significativamente na produtividade das culturas.

Danos diretos da mosca-branca

Os danos diretos consistem na sucção da seiva pelo inseto e na injeção de toxinas por ninfas e adultos. Essa injeção de toxinas provoca alterações no crescimento e no desenvolvimento da cultura, e pode ocorrer durante o período vegetativo e reprodutivo. Altas populações do inseto podem provocar a morte das plantas, reduzindo ainda mais a produtividade da cultura.

Outro dano importante é o resultado da excreção de substâncias açucaradas ricas em carboidratos durante a alimentação da seiva das plantas. Essa sustância recobre as folhas e favorece o desenvolvimento da fumagina (Capnodium spp.), um fungo que por si só não causa problemas às culturas, no entanto, como consequência do recobrimento da superfície foliar, há interferência significativa na atividade fotossintética, afetando sua qualidade e rendimento.

desfolha mosca-branca soja

Intensa desfolha em lavouras de soja, provocada por alta infestação da mosca-branca. Fonte: Syngenta.

Danos indiretos da mosca-branca

Os danos indiretos podem ser tão preocupantes quanto os diretos, isso porque a mosca-branca é vetora de inúmeras viroses, em diferentes culturas agrícolas. 

A literatura já descreveu mais de 90 doenças causadas por vírus que podem ser transmitidas para inúmeras espécies de plantas. A aquisição do vírus e a posterior transmissão ocorrem por meio da alimentação do inseto, que perfura o tecido vegetal, sugando a seiva e injetando toxinas e partículas virais.

As condições ambientais podem, ainda, favorecer a sobrevivência, a reprodução e a incidência do inseto nas lavouras, intensificando o ataque e consequentemente os danos.

Relação da incidência da mosca-branca e dos fenômenos El Niño e La Niña 

Como apresentamos anteriormente, ambos os assuntos – mosca-branca e fenômenos climáticos – estão estritamente relacionados, isso porque o inseto é altamente responsivo às condições climáticas.

Isso significa que diferentes regiões do país podem ser impactadas em diferentes períodos pela ocorrência desenfreada da praga.

Fenômeno La Ninã

Em anos de ocorrência do La Niña, por exemplo, a região Sul geralmente é a que apresenta períodos mais longos de ausência de precipitações, além de temperaturas mais elevadas em comparação às demais regiões produtoras – o que favorece o inseto, tendo em vista que mesmo sob déficit hídrico em algumas épocas, a praga tem encontrado condições adequadas para o seu desenvolvimento.

Por outro lado, a região Central e Nordeste do país espera volumes de chuva dentro do esperado. Cabe salientar que essas condições são observadas de forma geral. No entanto, mesmo em anos de La Niña, as condições continuam sendo favoráveis a ocorrência do inseto, por isso a incidência tem aumentado na região Centro-Oeste, nas safras de soja e algodão.

O que esperar do ano de El Niño?

Em anos de El Niño, de forma geral, a lógica se inverte. A região Sul passa a registrar maiores volumes de chuvas e a região Central e Norte precisam lidar com reduções significativas das precipitações. 

Para ambas as regiões, a tendência é que temperaturas mais elevadas sejam registradas, o que aumenta o alerta, tendo em vista que, por exemplo, para regiões onde o ciclo da praga seria quebrado por baixas temperaturas, isso não ocorre. 

Como manejar a mosca-branca de forma eficiente em cenários cada vez mais desafiadores?

O controle da mosca-branca tem sido uma difícil tarefa por alguns motivos:

  • redução da produtividade e da qualidade em decorrência do ataque;
  • falta de ativos eficientes no mercado e consequentemente aumento da população da praga e dos danos, além de problemas com resistência.

Por isso, é indispensável contar com novas soluções, especialmente pensando no tripé produtividade com qualidade e rentabilidade dos produtores.

Como novas soluções de controle podem ser um diferencial para o manejo da mosca-branca?

Dada a complexidade no cenário da mosca-branca e a necessidade de ferramentas que confiram controle adequado na face inferior da folha – local onde o inseto costuma se concentrar – são necessárias novas tecnologias, focadas também no controle de fases iniciais, como ovos e ninfas, o que é um grande gargalo no controle da praga.

Mas…

Controle de todas as fases da mosca-branca agora é realidade

Com ELESTAL® Neo, o controle de todas as fases da mosca-branca agora é realidade. 

ELESTAL® Neo é um inseticida formulado com um novo ingrediente ativo – TINIVION™ technology – que interrompe a síntese de ácidos graxos, além de possuir a característica exclusiva de ambimobilidade.

A ambimobilidade é a capacidade do inseticida de se translocar via xilema e floema, protegendo a planta por inteiro, atuando em folhas não tratadas, ramos novos e baixeiro da cultura da soja, o que o diferencia de tudo que há disponível no mercado – tendo em vista que os produtos sistêmicos atuais translocam exclusivamente via xilema.

Os benefícios de ELESTAL® Neo incluem:

  • único produto que transloca para cima e para baixo, em um movimento que nunca para;
  • controle de todas as fases da mosca-branca;
  • efeito de choque, residual prolongado, ação imediata e por mais tempo;
  • não agride polinizadores, sendo seletivo aos inimigos naturais;
  • pode ser aplicado no florescimento e via aplicação aérea;
  • compatibilidade de mistura com todos os segmentos de produto.

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