O uso de inseticida biológico para controle do pulgão-do-algodoeiro é uma estratégia chave da cotonicultura moderna. Sendo o Brasil um dos maiores produtores e exportadores de algodão do mundo, a proteção da lavoura contra pragas é fundamental para a rentabilidade do produtor.  

Dentre os principais desafios, essa praga se destaca por seu alto potencial de dano, que se estende por todo o ciclo da cultura, desde a germinação até a abertura dos capulhos. 

Os prejuízos causados pelo pulgão-do-algodoeiro vão além da sucção de seiva, que enfraquece as plantas. A praga excreta uma substância que favorece o fungo da fumagina, prejudicando a fotossíntese e manchando a fibra. 

Além disso, ele é um importante vetor de viroses, como o mosaico-das-nervuras e o vermelhão, que podem levar a perdas de produtividade expressivas.  

Nesse contexto de grandes desafios, a busca por práticas sustentáveis tem fortalecido o uso de produtos biológicos, como os bioinseticidas, que se consolidam como ferramentas essenciais no manejo integrado para proteger o potencial produtivo da lavoura. 

A seguir, vamos detalhar os principais danos causados pelo pulgão-do-algodoeiro e a importância do Manejo Integrado de Pragas (MIP) para um controle eficaz.  

Entenda também por que os inseticidas biológicos se tornaram peças-chave nessa estratégia e como integrá-los ao dia a dia da lavoura para proteger a produtividade de forma sustentável! 

Leia mais: 
Controle biológico como aliado para um agro sustentável 
Mitos e verdades sobre os produtos biológicos na agricultura 
A evolução dos produtos biológicos na agricultura 

Pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii): conheça a praga que ameaça a produtividade e a qualidade do algodão 

O produtor de algodão sabe que, para alcançar uma alta produtividade, é preciso estar atento aos desafios da lavoura. Dentre eles, o pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii) se destaca como uma das principais pragas da cultura. 

Presente praticamente em todas as regiões do mundo onde se cultiva algodão, sua correta identificação e o entendimento dos danos que provoca são o primeiro passo para um manejo eficiente. 

Identificando o Aphis gossypii 

O pulgão-do-algodoeiro é um inseto pequeno, com tamanho que varia de 0,9 a 3 mm, corpo mole e formato ovalado. Sua coloração pode ir do amarelo-claro ao verde-escuro. Embora prefiram se alojar na parte inferior (face abaxial) das folhas, pode ser encontrado em toda a planta

colônia do pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii) em folha.

Uma de suas principais características é a alta capacidade reprodutiva. Em climas tropicais como o do Brasil, a reprodução ocorre de forma assexuada, em que as fêmeas geram clones de si mesmas, sem a necessidade de machos.  

Uma única fêmea pode gerar de 2 a 4 ninfas por dia e, em condições ideais de temperatura (25 a 27C), cada fêmea pode originar de 70 a 80 novos pulgões durante seu ciclo de vida. Esse potencial reprodutivo explica por que as infestações podem crescer tão rapidamente na lavoura. 

Danos diretos: o impacto da sucção de seiva 

Os danos do pulgão-do-algodoeiro começam com a sucção da seiva das plantas, tanto por ninfas quanto por adultos. Esse processo causa danos diretos que afetam o desenvolvimento do algodão: 

  • Enfraquecimento da planta: a sucção de seiva nas partes mais novas da planta prejudica o crescimento e o desenvolvimento. 
  • Deformação de folhas e brotos: o ataque leva ao encarquilhamento das folhas e à deformação de brotações novas. 
  • Morte de plantas: em infestações muito altas, o ataque do pulgão pode levar as plantas à morte, principalmente quando esse ataque ocorre no início do desenvolvimento da cultura. 
Folha encarquilhada pela presença de pulgões.

Danos indiretos: as consequências além da picada 

Além dos prejuízos diretos, os danos indiretos causados pelo Aphis gossypii são igualmente ou mais severos, comprometendo a qualidade da produção e a sanidade da lavoura. 

  1. Formação de fumagina: durante a alimentação, o pulgão excreta um líquido açucarado chamado “honeydew”. Essa substância favorece o desenvolvimento de um fungo escuro (Capnodium sp.), conhecido como fumagina. A fumagina cobre as folhas, reduzindo a capacidade fotossintética da planta. Quando o ataque ocorre próximo à abertura dos capulhos, o “honeydew” ainda pode manchar a fibra, causando o chamado “algodão caramelizado“, que deprecia o valor comercial do produto. 
  1. Transmissão de viroses: o pulgão-do-algodoeiro também é conhecido por ser um vetor de mais de 50 tipos de fitoviroses em diferentes hospedeiros. Na cultura do algodão, ele é o transmissor de duas doenças importantes: 
  1. Mosaico-das-nervuras: considerada a virose mais importante da cultura no Brasil, causa encurtamento dos entrenós, amarelecimento das nervuras e enrolamento das folhas. 
  1. Vermelhão: provoca avermelhamento e arroxeamento das folhas e pode, segunda a Embrapa, reduzir a produtividade em até 50%

Portanto, fica claro que o manejo dessa praga é decisivo para proteger não apenas a produtividade, mas também a qualidade da fibra, garantindo a rentabilidade do cotonicultor. 

Desafios no manejo do pulgão-do-algodoeiro e o papel do manejo Integrado de Pragas (MIP)  

O controle do Aphis gossypii é um desafio constante na cotonicultura. A alta capacidade reprodutiva do inseto e seu potencial para causar danos significativos exigem do produtor uma estratégia bem definida.  

Nesse cenário, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) se consolida como a abordagem muito importante. O MIP não se baseia em uma única ferramenta, mas sim na associação de diversas táticas de controle. Para o manejo de pulgões, algumas medidas são fundamentais: 

  • Monitoramento constante: acompanhar a lavoura com amostragens periódicas para identificar a presença inicial da praga. Em cultivares sensíveis a viroses, o controle deve ser ainda mais efetivo para manter a população do inseto em níveis baixos. 
  • Controle cultural: práticas, como a destruição de soqueiras logo após a colheita e a eliminação de plantas hospedeiras na área de cultivo, ajudam a reduzir a população inicial da praga na safra seguinte. 
  • Manejo nutricional: Um manejo nutricional equilibrado, principalmente em relação ao nitrogênio, é fundamental para a saúde da planta. Isso ocorre porque o excesso de nitrogênio acelera o surgimento de brotos jovens e folhas tenras. Essas partes, ricas em nutrientes e com tecidos moles, tornam-se o alvo ideal para os pulgões, que conseguem penetrá-las facilmente com seu aparelho bucal. 
  • Controle biológico: com o uso de produtos biológicos, como os bioinseticidas, que se destacam pela sua seletividade e performance, se somando a outras estratégias do MIP. 

A integração dessas práticas permite um controle mais eficaz, contribuindo para a sustentabilidade do agronegócio do algodão. 

produtor de algodão monitorando a lavoura, um dos pilares do Manejo Integrado de Pragas (MIP) do algodão.

Controle biológico: a importância dos inseticidas biológicos no manejo das pragas do algodão 

Dentro de um manejo moderno e mais eficiente, os produtos biológicos surgem como protagonistas. Nessa estratégia, destacam-se os inseticidas biológicos, insumos desenvolvidos especificamente para o controle de pragas, que atuam de forma direcionada sobre os organismos-alvo. 

A integração dos inseticidas biológicos ao MIP do algodão oferece inúmeras vantagens. Uma das principais é a sua contribuição para o equilíbrio ecológico, pois atuam somente no controle da praga-algo, como o pulgão-do-algodoeiro, preservando os inimigos naturais.  

Além disso, a sinergia com outros métodos de controle aumenta a eficácia do controle fitossanitário, resultando em menos perdas e maior produtividade.  

Essa abordagem complementar também ajuda a proteger a eficácia de outras tecnologias, prolongando sua vida útil, além de oferecer maior flexibilidade ao agricultor para adaptar suas estratégias de acordo com as condições de cada safra. 

Essa abordagem integrada de manejo com inseticidas biológicos representa, portanto, um avanço para o manejo fitossanitário da cotonicultura, oferecendo uma ferramenta complementar que protege a lavoura e a qualidade da fibra

Dentro desse contexto, a Syngenta Biologicals, segmento especializado em produtos biológicos da Syngenta, apresenta uma solução que une o melhor do controle biológico com a praticidade de que o produtor rural precisa no dia a dia do campo. 

Pensando em oferecer uma ferramenta versátil e de alta performance, a empresa conta com NETURE™ em seu portfólio de soluções biológicas, um bioinseticida de alta performance indicado para o controle do pulgão-do-algodoeiro e outras pragas do algodão de difícil controle. 

NETURE™: máximo controle com máxima praticidade para o controle do pulgão-do-algodoeiro e outras pragas do algodão 

Banner do inseticida biológico NETURE™ que que oferece controle máximo de pragas com mínima perturbação ambiental. Homem de costas em meio a uma plantação verdejante, olhando para o horizonte sob um céu claro. Acima dele, um arco luminoso transmite sensação de inovação.

Para atender às necessidades do cotonicultor que busca eficiência e sustentabilidade, a Syngenta Biologicals apresenta NETURE™, um bioinseticida inovador com amplo espectro de ação, atuando no controle de pulgão-do-algodoeiro, mosca-branca, percevejos e outras pragas do algodão.  

Sua formulação exclusiva entrega não apenas eficácia, mas também conveniência operacional para o agricultor. Ela é baseada na ação sinérgica de duas espécies de bactérias: 

  • Pseudomonas chlororaphis: essa bactéria produz metabólitos inseticidas, como HCN e terpenos, além de proteínas (FitD e FitE). Quando ingeridas pelos insetos, essas proteínas atacam diretamente o sistema nervoso e o trato digestivo, causando paralisia e interrompendo a alimentação, o que leva a praga à morte. 
  • Pseudomonas fluorescens: responsável pela produção de quitinases e sideróforos, que auxiliam na promoção do crescimento e na resistência das plantas. 

Um dos grandes diferenciais de NETURE™ é a sua rápida ação. Os metabólitos inseticidas já estão prontamente disponíveis após a aplicação, proporcionando um controle imediato das pragas.  

Além disso, o produto induz a produção de terpenos voláteis, que exercem um efeito de repelência nos insetos, afastando-os da planta e garantindo uma proteção prolongada. 

Além do controle de pragas, os agentes biológicos de NETURE™ também promovem o crescimento das plantas, melhorando o vigor vegetativo e o estabelecimento da cultura.  

Esse benefício resulta em uma maior tolerância a estresses ambientais, favorecendo um desenvolvimento mais equilibrado ao longo do ciclo. 

Integrando NETURE™ ao MIP para um controle eficaz e sustentável do pulgão-do-algodoeiro 

O verdadeiro potencial de uma ferramenta se revela quando ela é bem integrada a uma estratégia completa. NETURE™ foi desenvolvido para ser um componente-chave no Manejo Integrado de Pragas (MIP) do algodão, oferecendo versatilidade e complementariedade às práticas já adotadas pelo produtor no manejo de pragas do algodão

A sua integração ao MIP é facilitada por duas características fundamentais: 

  1. Conveniência e Praticidade: NETURE™ não necessita de refrigeração para armazenamento, o que simplifica a logística na fazenda. 
  1. Compatibilidade: o produto é compatível com misturas de tanque com defensivos químicos, permitindo que o agricultor otimize as operações e mantenha a flexibilidade no seu plano de manejo. 

Ao incluir NETURE™ em seu programa de manejo, o cotonicultor adota uma abordagem mais robusta e sustentável. O uso de um bioinseticida eficaz ajuda a preservar os inimigos naturais presentes na lavoura, que são aliados importantes no controle de pragas. Essa prática contribui para um agroecossistema mais equilibrado e resiliente. 

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável. 

Confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo.