O trigo enfrenta um grande desafio com a incidência de plantas daninhas, particularmente azevém e aveias, que têm aumentado em ocorrência e densidade, agravando os problemas enfrentados na triticultura brasileira e mundial.

Essas plantas competem com o trigo por recursos essenciais, como água, luz, nutrientes e espaço, podendo causar perdas significativas na produção. 

O período mais crítico de matocompetição ocorre nos primeiros 50 dias após a emergência do trigo, quando a presença de daninhas pode reduzir drasticamente a produtividade. Além disso, as daninhas podem hospedar pragas e doenças, afetando a qualidade do cereal e prejudicando a colheita.

Para um manejo eficaz das plantas daninhas na cultura do trigo, é essencial a implementação de um manejo completo, iniciado ainda antes da implantação da cultura, com manejo antecipado e aplicação de herbicidas pré e pós-emergentes. O manejo completo é fundamental para minimizar as perdas econômicas e garantir a produtividade da cultura do trigo.

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Azevém e aveia no trigo

A ocorrência de plantas daninhas como azevém e aveia na cultura do trigo representa um desafio significativo para os triticultores, principalmente devido às suas características e à dificuldade de controle.

As perdas de produção nas lavouras de trigo podem ser significativas, superando os 50% no caso do azevém. Além disso, a competição implementada por plantas daninhas como a aveia pode resultar em reduções de produtividade que ultrapassam os 30%. 

Isso destaca a urgência de adotar um controle integrado, abrangendo desde a prevenção antes da emergência até as fases posteriores, pois o estágio inicial de desenvolvimento do trigo é especialmente vulnerável à competição por recursos com as plantas daninhas.

Principais características do azevém e da aveia

Azevém (Lolium multiflorum)

O azevém é uma planta herbácea, de porte ereto e perfilhada, que se desenvolve principalmente no inverno e se reproduz por sementes. Esse tipo de planta daninha compete intensamente com o trigo: dependendo da densidade da infestação e da cultivar de trigo, a redução no rendimento de grãos pode chegar a 56%.

A principal dificuldade associada ao azevém está no seu controle pós-emergência, o que torna esse processo bastante desafiador. Portanto, o uso de herbicidas pré-emergentes tem se mostrado uma prática eficaz para o manejo do azevém. Além disso, essa planta daninha exerce efeito alelopático, inibindo o crescimento de outras plantas, como o trigo, pela liberação de compostos químicos no ambiente, reforçando a necessidade de controle rigoroso.

Aveia (Avena spp.)

A aveia é outra planta daninha de porte ereto, ciclo anual e reprodução por sementes que se tornou um problema na cultura do trigo.

A competição com o trigo reduz não apenas a produtividade, mas também a qualidade comercial do cereal, dado que os grãos de aveia são difíceis de separar dos de trigo. Ademais, a permanência de sementes de aveia no solo pode ser longa, exacerbando o problema.

Manejo antecipado, pré e pós-emergente de daninhas no trigo

É durante as fases iniciais de desenvolvimento do trigo que os componentes de rendimento – como plantas por metro quadrado, espigas por planta, espiguetas por planta e grãos por metro quadrado – são definidos. Assim, um manejo completo para um controle efetivo de daninhas nessa fase é crucial.

Para a cultura do trigo, além do manejo pré e pós-emergente, um aliado tem ganhado força nas lavouras brasileiras: o manejo antecipado.

O que é o manejo antecipado de plantas daninhas no trigo, afinal?

O manejo antecipado, como o próprio nome sugere, envolve o controle de plantas daninhas antes da implantação da cultura principal. Consiste na aplicação de herbicidas com amplo espectro de controle durante as fases que precedem o plantio do trigo.

Essa prática é fundamental para eliminar as invasoras no momento adequado, quando ainda estão pouco desenvolvidas. É essencial para preparar a área para a nova safra, garantindo uma lavoura limpa e livre de plantas remanescentes de cultivos anteriores. 

O manejo antecipado é especialmente estratégico para plantas de difícil controle, pois os resultados são mais eficazes quando realizados nos estágios iniciais de desenvolvimento das plantas daninhas.

Os benefícios do manejo antecipado são inúmeros, incluindo:

  • redução do banco de sementes e da incidência de plantas daninhas na área, contribuindo para um manejo pré e pós-emergente mais assertivo;
  • menor pressão de seleção de plantas daninhas resistentes, tendo em vista que possibilita a ampliação da rotação de ingredientes ativos;
  • controle da matocompetição nas fases críticas de desenvolvimento do trigo;
  • controle de plantas daninhas em estádios iniciais de desenvolvimento, bem como do banco de sementes presente na área, contribuindo ainda, para o manejo de daninhas nas culturas subsequentes;
  • controle de plantas tiguera e sementes da cultura antecessora que permaneceram na área;
  • proteção contra doenças, já que as plantas daninhas podem ser inóculo inicial ou ser hospedeiras de pragas para a cultura.

A aplicação de herbicidas para o manejo antecipado em trigo deve obedecer um intervalo de aplicação de acordo com a bula do fabricante, geralmente entre 30 e 45 dias antes da semeadura do trigo. 

Além disso, alguns cuidados importantes devem ser levados em consideração, como tipo de solo, teor de matéria orgânica, cultivares utilizadas, dose a ser utilizada, regime pluviométrico, entre outras. Consulte um engenheiro-agrônomo para a recomendação da dose adequada, conforme as condições da sua lavoura.

Manejo pré-emergente de daninhas 

Dessa maneira, o manejo pré-emergente é fundamental para permitir a emergência da lavoura no limpo, melhorando o estabelecimento inicial da cultura e protegendo seu potencial produtivo. Além disso, essa prática facilita o controle em pós-emergência e contribui para o manejo de resistência, quando diferentes mecanismos de ação são utilizados.

Controle de daninhas com herbicidas pós-emergentes 

Dessa forma, o manejo pós-emergente deve ser implementado até o início do perfilhamento da cultura do trigo e quando as daninhas apresentam de 2 a 4 folhas. A seletividade e o posicionamento do herbicida são imprescindíveis para um controle efetivo das daninhas, sem causar danos ao trigo.

Após a emergência da cultura, quando raízes e folhas estão se formando, a matocompetição pode resultar em plantas de trigo menos vigorosas, com crescimento reduzido e, consequentemente, um menor potencial produtivo, tornando fundamental o controle das daninhas, principalmente antes do fechamento das entrelinhas, para assegurar altos rendimentos.

A escolha do herbicida pós-emergente também deve levar em conta a eficiência do produto no controle das plantas daninhas presentes na área, sem causar fitotoxicidade e possibilitando o uso em um programa de manejo antirresistência

Herbicida para trigo: manejo completo com CALARIS®, DUAL GOLD® e AXIAL®

CALARIS® é o herbicida da Syngenta recomendado para o manejo antecipado em diversas culturas, incluindo o trigo.

CALARIS® é um herbicida com formulação inovadora, que combina dois ativos com diferentes mecanismos de ação e que agem de forma sinérgica: mesotriona (tricetona (F2)) e atrazina (triazina (C1)). 

Além de ser recomendado para o manejo antecipado de daninhas no trigo, ele oferece um efeito pós-emergente e residual contra um amplo espectro de plantas daninhas, incluindo aquelas resistentes ao glifosato, como a buva.

Para determinar o intervalo entre a aplicação e a semeadura do trigo no manejo antecipado de plantas daninhas, é importante considerar que esse intervalo é influenciado por diversos fatores, como o tipo de solo, teor de matéria orgânica, regime de chuvas, variedade ou híbridos das culturas, e a dose planejada para utilização. 

A escolha da dose dentro de cada intervalo (por exemplo, 30 a 45 dias) depende do nível de infestação das plantas daninhas e das características do solo.

Para solos argilosos ou pesados, e em situações em que as plantas daninhas estão em estágios avançados ou em alta densidade, recomenda-se utilizar as maiores doses de herbicidas e diminuir o intervalo de aplicação para 30 dias.

Já em solos arenosos ou leves, e quando as plantas daninhas estão em estágios iniciais ou baixa densidade, é aconselhável aplicar as menores doses de herbicidas e estender o intervalo de aplicação para 45 dias.

Confira, no vídeo a seguir, um pouco mais sobre o manejo antecipado com CALARIS® em diversas culturas importantes, incluindo o trigo: 

DUAL GOLD® é um herbicida pré-emergente altamente eficaz no manejo de plantas daninhas na cultura do trigo.

Com s-metolacloro como seu ingrediente ativo, DUAL GOLD® se destaca por sua capacidade de inibir a divisão celular nas plantas daninhas, atuando eficientemente na gema terminal. Essa ação específica impede a germinação das sementes das plantas invasoras presentes no solo, protegendo a lavoura de trigo durante seu período crítico de desenvolvimento inicial.

Entre os principais diferenciais de DUAL GOLD®, estão o controle excepcional de azevém na fase de pré-emergência e um efeito residual que mantém a população de daninhas sob controle por um período prolongado. Isso não apenas impede a germinação das sementes de plantas daninhas, mas também facilita o manejo na pós-emergência.

Além disso, DUAL GOLD® contribui para o manejo de resistência, evitando o aumento da população de daninhas e a pressão de seleção de populações resistentes. Sua alta seletividade garante que o desenvolvimento da cultura de trigo não seja prejudicado, mantendo a integridade e o potencial produtivo da lavoura.

No que diz respeito ao manejo pós-emergente, AXIAL® surge como uma inovação da Syngenta.

Formulado com Pinoxaden®, um ingrediente ativo do novo grupo químico das fenilpirazolinas, a solução oferece um controle superior de azevém e aveias em lavouras de trigo e cevada.

O produto se destaca por sua alta seletividade, que garante o controle eficaz das daninhas sem causar danos às espécies cultivadas. Além disso, os principais diferenciais de AXIAL® incluem:

  • ação robusta contra azevém e aveia;
  • alta sistemicidade, que assegura uma distribuição eficaz do herbicida dentro da planta daninha;
  • maior velocidade de ação;
  • manejo de resistência, por pertencer a um novo grupo químico.

A recomendação de aplicação é entre 15 e 25 dias após a emergência da cultura, quando as plantas daninhas apresentam de 2 a 4 folhas.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

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