Todo produtor rural sabe: a armazenagem de grãos é de extrema importância para manter a qualidade do produto ao longo do período de estocagem da produção.
Muito utilizada em diversas culturas, essa técnica facilita a preservação dos grãos desde a colheita até a sua distribuição e é parte importante na logística do agronegócio.
A ausência da armazenagem de grãos em uma cadeia produtiva ou uma armazenagem inadequada invariavelmente implicam prejuízos para uma safra inteira.
Armazenagem ineficiente = perdas na produção
As perdas decorrentes de falhas na armazenagem de grãos podem estar relacionadas a fatores físicos, biológicos ou, ainda, químicos. Por isso, manter as melhores condições para o produto na pós-colheita é essencial para conquistar bons resultados.
Um estudo do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) aponta que o desperdício de grãos pode atingir um índice de 10% por safra. Já a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) identificou que o percentual de perdas pode ser de cerca de 15%.
Independentemente dessas variáveis, é fato que as perdas de grãos geram prejuízos incalculáveis para os produtores rurais.
Classificação de grãos e armazenagem: uma relação de dependência
No Brasil, a classificação de grãos foi instituída em maio de 2000, tendo como principal objetivo determinar as qualidades intrínsecas e extrínsecas de um produto vegetal, com base em padrões oficiais físicos ou descritivos.
Atualmente, a classificação de grãos devem atender os padrões estabelecidos pelo Mapa quando:
São destinados diretamente à alimentação humana.
Estão voltados a operações de compra e venda do poder público.
São encaminhados para importação nos portos, aeroportos e postos de fronteira.
Extremamente relevante para a comercialização dos produtos, a classificação garante a identificação em grupo, classe e tipo, de acordo com a qualidade de cada grão.
Além disso, a certificação feita após a classificação dos grãos reproduz informações essenciais para os consumidores, por exemplo, o prazo de validade dos produtos.
Via de regra, a classificação dos grãos é realizada no recebimento de produtos vindos da lavoura ou na expedição dos que estão armazenados, momento em que a condição de grãos como a soja e o milho é avaliada pela análise de uma amostra representativa do lote.
Essa análise da qualidade considera, entre outros fatores, os seguintes critérios:
umidade;
percentuais de impurezas;
matérias estranhas;
grãos com defeitos.
É por esses e outros motivos que a armazenagem de grãos eficiente impacta diretamente o alcance dos padrões de qualidade estabelecidos pela classificação.
Em outras palavras, investir em condições favoráveis de armazenagem de grãos é uma prática inteligente para garantir a lucratividade de uma safra e conquistar uma boa classificação.
Soja e milho são as culturas que mais utilizam a armazenagem
As culturas da soja e do milho são as que mais utilizam a técnica de armazenagem de grãos em sua cadeia produtiva.
Além disso, ambas as produções também são as que geralmente ficam por mais tempo armazenadas.
A Pesquisa Estoques de 2021 divulgada pelo IBGE apontou que a soja é, de longe, o grão mais estocado do Brasil, passando das 36,7 milhões de toneladas, seguido pelo milho com um volume próximo a 11,4 milhões.
Em 2022, a projeção é de que a soja, o milho e o arroz somados serão responsáveis por 87,7% da área a ser colhida no Brasil e, juntos, representam aproximadamente 92,7% da estimativa total da produção brasileira.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a safra nacional de grãos deve alcançar 261,6 milhões de toneladas em 2022.
Observando todos esses números fica fácil mensurar o quanto 10% (que seja) de perdas ocasionadas por uma armazenagem de grãos inadequada pode impactar o agronegócio brasileiro.
Estratégias para uma boa armazenagem
Quando se pensa em armazenagem de grãos, as boas práticas começam ainda na colheita e abrangem desde a limpeza e secagem até o combate a pragas que possam danificar a produção.
Para uma armazenagem de grãos segura, tanto no caso da soja quanto do milho, o produtor rural deve pensar em todas as etapas da produção:
colheita;
pré-processamento;
transporte;
recepção;
classificação;
pré-limpeza;
secagem;
limpeza dos grãos;
estruturas que vão receber os grãos;
limpeza e manutenção dessas estruturas;
controle de pragas;
controle de temperatura.
Em resumo, considerada uma área estratégica da logística de abastecimento, a armazenagem de grãos vai muito além da estocagem e conservação dos produtos.
Acima de tudo, a capacidade de manter um estoque que preserve a qualidade dos grãos evita que o produto tenha que ser necessariamente vendido assim que a colheita é concluída.
Com isso, há a possibilidade de conseguir uma melhor comercialização dos grãos e uma maior lucratividade.
Leia também
Confira 3 dicas para melhorar a rentabilidade da sua lavoura
Perdas na colheita de grãos: entenda como evitar esses prejuízos
Qual o melhor lugar para fazer o armazenamento de grãos?
A resposta para a pergunta acima vai depender muito do período que o produtor pretende deixar os grãos armazenados.
De maneira geral, soja e milho conseguem ficar armazenados por muito tempo sem perder a qualidade, pois, entre outros fatores, podem contar com os silos, estruturas agrícolas destinadas ao armazenamento e à conservação dos grãos secos.
O mercado disponibiliza uma variedade desse tipo de estrutura, cabendo ao produtor avaliar qual é a melhor para armazenar sua produção.
Entre os silos disponíveis estão:
de espera: silos de apoio durante o recebimento de grãos;
de concreto: ideal para produções que precisam ficar armazenadas por longos períodos;
secador: silos que recebem ar natural ou aquecido para secagem dos grãos;
armazenador: silos que recebem o produto limpo após secagem;
de expedição: silos suspensos que recebem os grãos dos silos armazenadores;
metálico: ideal para armazenamento de cereais;
bag ou bolsa: ideal para preservar grãos como soja e milho, demanda baixo investimento.
Conhecendo as funções específicas, o mais importante na hora de escolher qual silo utilizar é avaliar se ele é indicado para o tipo de armazenagem de grãos de que se precisa.
Dessa mesma forma, é ainda necessário analisar se a estrutura está apta a manter as condições e cuidados exigidos para cada cultura, além de, é claro, garantir a manutenção de excelência.
O custo/benefício também é um fator importante para tomar a decisão que melhor cabe ao produtor no momento.
Devido a fatores como extensão territorial e clima, o produtor rural brasileiro, diferentemente do que ocorre em outros países, tem a vantagem de lidar com safras o ano inteiro, consolidando o país como um dos líderes mundiais do setor.
Assim, atualmente, aqueles que utilizam boas práticas de manejo como a técnica de armazenagem, além de conquistar uma boa classificação de grãos que atesta a qualidade de seus produtos, alcançam um diferencial competitivo.
Em um mercado cada vez mais exigente, esse é um ótimo caminho para ter uma rentabilidade maior para a produção, tanto no caso da cultura da soja quanto do milho.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.
Confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo.
Deixe um comentário