O mercado de milho segue enfrentando um cenário complexo, marcado por quedas nas cotações e expectativas de recuperação por parte de algumas consultorias e especialistas do setor. 

Diversos fatores, como a intensificação da colheita, as condições climáticas e a dinâmica de exportação, influenciam os preços e as estratégias dos produtores e compradores. Confira, neste resumo, os principais acontecimentos que moldaram o mercado de milho na primeira quinzena de julho e as expectativas para o segundo semestre!

Queda nas cotações e cenário da produção nacional

As cotações do milho continuam a registrar quedas na maioria das regiões monitoradas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Esse movimento de desvalorização é especialmente notório nas áreas do Centro-Oeste, onde a oferta da segunda safra está maior devido à intensificação da colheita. 

Com a maior oferta, as estimativas recentes que indicam reajustes positivos na produção têm pressionado os preços internos para baixo. Apesar dessa baixa nos preços, os compradores estão se mantendo afastados do mercado spot nacional, aguardando por recuos ainda maiores nas cotações. 

Em contrapartida, os vendedores têm se mostrado mais ativos no mercado, tentando negociar a produção disponível. Os pesquisadores do Cepea destacam que o clima segue sendo um fator crucial no radar dos agricultores brasileiros. 

No Sul e no Sudeste, as chuvas têm limitado o avanço da colheita, enquanto no Centro-Oeste, o tempo seco pode comprometer a produtividade das lavouras.

A Agroconsult revisou a estimativa da segunda safra de milho, prevendo uma produção de 100,5 milhões de toneladas, 12 milhões acima da estimativa da Conab. 

Essa revisão foi baseada em imagens de satélite e dados de campo coletados pelo Rally da Safra. A área plantada foi ajustada para 16,7 milhões de hectares, enquanto a produtividade mostrou queda em Estados como MS, PR e SP, mas resultados positivos em GO e MT. O grande desafio agora é a comercialização desse milho.

Expectativas de exportação de milho para 2024

A Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) elevou a previsão de exportação de milho do Brasil para julho, projetando um volume de 4,09 milhões de toneladas, um incremento de quase 700 mil toneladas em relação à previsão anterior de 3,4 milhões de toneladas. Essa revisão reflete a demanda internacional por milho brasileiro, apesar das quedas de preços no mercado interno.

De acordo com a Agroconsult, a expectativa de exportação de milho para 2024 é de 42,1 milhões de toneladas, com o Brasil devendo exportar 33,75 milhões de toneladas no segundo semestre, ou uma média de 5,6 milhões de toneladas por mês. 

Em 2023, o Brasil exportou mais de 55 milhões de toneladas de milho, um patamar recorde. A queda anual na exportação de milho do Brasil, segundo a Agroconsult, considera também uma maior concorrência da Argentina, que vem com uma safra maior em 2024, e uma menor procura da China.

Repercussões do Relatório USDA e quedas em Chicago

Na segunda-feira, 15 de julho, os preços futuros do milho começaram a semana registrando recuos tanto na Bolsa Brasileira (B3) quanto na Bolsa de Chicago (CBOT), influenciados pelo relatório do USDA divulgado na última sexta-feira (12). 

Na B3, os principais vencimentos variavam entre R$ 56,45 e R$ 65,21. O vencimento julho/24 foi cotado a R$ 56,45, com uma leve alta de 0,36%, enquanto os outros vencimentos, como setembro/24 e janeiro/25, registraram quedas de até 0,89%.

No mercado externo, as quedas ocorreram devido ao relatório ter elevado a previsão para a produção de milho nos EUA para 15,1 bilhões de bushels, acima da previsão anterior de 14,86 bilhões. Esse aumento nas previsões de produção pressionou ainda mais os preços, refletindo as expectativas de maiores estoques e rendimentos inalterados.

Possibilidade de recuperação?

Para a safra brasileira, as projeções de cerca de 15 milhões de toneladas a menos embarcadas em 2024 têm gerado uma expectativa de recuperação nos preços. A dinâmica de oferta e demanda, juntamente com os fatores climáticos e a concorrência internacional, serão decisivos para a formação dos preços nos próximos meses.

Produtores e compradores devem permanecer atentos às mudanças no cenário para aproveitar as melhores oportunidades de negócio.

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