A cultura da cana-de-açúcar enfrenta constantes ameaças devido à incidência de diversas pragas ao longo de seu ciclo de produção, sendo o Sphenophorus levis uma das mais preocupantes nos últimos anos.

Também conhecido como bicudo da cana-de-açúcar, teve sua ocorrência relatada no final da década de 1970 na região de Piracicaba, em São Paulo, e se espalhou para outras regiões produtoras significativas, beneficiado pela transição da colheita manual para mecanizada, que preserva a palhada no campo e cria um ambiente favorável para a praga, facilitando seu aumento populacional e ampliando seu impacto nas áreas de cultivo.

Os prejuízos causados por essa praga são substanciais, levando a perdas significativas de produtividade e, em casos mais severos, à reforma precoce do canavial. Portanto, para garantir a máxima eficiência produtiva, os canavicultores precisam estar vigilantes à presença dessa praga em suas lavouras, adotando estratégias eficazes de manejo e controle.

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Bicudo-da-cana: características, ciclo e hábitos

Pertencente à ordem Coleoptera, o bicudo-da-cana (Sphenophorus levis) é caracterizado por sua coloração castanho-escuro com manchas pretas no dorso do tórax e listras longitudinais nos élitros, atingindo entre 12 mm a 15 mm de comprimento. O dimorfismo sexual é evidente, com machos menores e com região ventral pilosa, contrastando com as fêmeas maiores.

O ciclo biológico total do bicudo-da-cana varia entre 58 e 307 dias e, nos dias atuais, até cinco gerações da praga podem ocorrer durante o ano. Os machos apresentam longevidade média de 247 dias e as fêmeas de 249 dias.

Insetos com 14 e 35 dias de vida apresentam grande atividade reprodutiva e fêmeas mantêm a capacidade de copulação e oviposição até idades avançadas (85 a 210 dias), depositando ovos de forma elíptica e coloração branco-leitosa na base das brotações da cana-de-açúcar, preferencialmente abaixo ou ao nível do solo.

Os ovos, após um período de incubação médio de 8 dias, dão origem a larvas inicialmente de coloração branco-leitosa, que se tornam amarelas com o tempo. As larvas são sensíveis ao calor e à desidratação, possuem mandíbulas fortes e criam galerias no rizoma e nos perfilhos da cana durante a alimentação. Essa fase pode durar até 50 dias.

Antecedendo a fase pupal, a larva constrói uma câmara pupal utilizando serragem fina, onde ocorre a metamorfose. A fase pupal pode durar até 13 dias antes da emergência do adulto.

Os adultos de Sphenophorus levis exibem comportamento noturno e capacidade de defesa peculiar, fingindo-se de mortos ao serem perturbados. Demonstram preferência por solos argilosos e tendem a permanecer ocultos sob a palha ou na base das touceiras de cana, com mobilidade reduzida devido ao voo restrito.

O padrão populacional do S. levis é afetado por fatores climáticos, com picos de adultos nos meses mais quentes e úmidos, enquanto larvas e pupas predominam em períodos mais frios e secos. A ocorrência da praga se torna mais notória com o avanço da idade do canavial, embora danos significativos também possam ser observados em cana planta.

Danos e prejuízos do Sphenophorus levis na cana-de-açúcar

As larvas da praga, ao se alimentarem, criam galerias nos colmos e rizomas da cana, principalmente abaixo do nível do solo e na base das brotações. Essa ação danifica os tecidos internos dos rizomas, interrompendo o fluxo de água e nutrientes e resulta em amarelecimento e secamento das folhas, levando à morte dos perfilhos e prejudicando a rebrota da cultura para as safras subsequentes.

Os sintomas desses danos são mais evidentes nas épocas secas do ano e podem ser confundidos com outras condições adversas, como fitotoxicidade por herbicidas, estresse hídrico ou aplicação excessiva de vinhaça.

As perdas decorrentes do ataque do Sphenophorus levis podem chegar a 30 toneladas por hectare, além de reduzir o número de cortes, antecipando a necessidade de reforma. Estima-se que cada 1% de rizomas atacados pelo bicudo reduza o peso dos colmos em 0,32% antes da colheita e em 0,68% o número de brotos gerados após a colheita.

Em áreas com altas taxas de infestação, acima de 35% de tocos atacados, torna-se necessária a reforma precoce dos canaviais, o que implica em custos adicionais e perda de produtividade. Em casos extremos, os canaviais são reformados logo após o primeiro corte devido à intensidade do ataque.

Além dos danos diretos, o ataque do Sphenophorus levis provoca consequências indiretas, como o aumento de plantas daninhas, que encontram espaço para prosperar devido aos danos aos perfilhos da cana causados pela praga.

A dificuldade no manejo dessa praga reside na sua natureza subterrânea e na capacidade das larvas de se alojarem profundamente nos rizomas, permanecendo no canavial mesmo com o corte de soqueira. Assim, o monitoramento constante e o levantamento populacional durante o ano inteiro são essenciais para evitar infestações significativas.

Ademais, a principal via de disseminação da praga é via mudas infestadas, portanto, a gestão eficaz dessa praga requer uma combinação de práticas culturais, monitoramento rigoroso e seleção cuidadosa de mudas.

Controle de Sphenophorus levis na cana: choque e residual sem igual

Aliada do canavicultor, a Syngenta conta em seu portfólio com ENGEO PLENO® S,  inseticida com ação superior, que proporciona alto índice de mortalidade do bicudo-da-cana, sendo a solução mais recomendada para o controle da praga no campo.

Sua alta performance se deve à sinergia de tiametoxam e lambda-cialotrina aliados à tecnologia ZEON, que preserva os ingredientes ativos e controla sua liberação de forma gradual, proporcionando efeito de choque e longo residual.

Além disso, ENGEO PLENO® S apresenta um grande diferencial: flexibilidade de aplicação:

  • via vinhaça localizada: é o único inseticida que pode ser aplicado associado à vinhaça, apresentando 100% de efetividade na mistura, atravessando a palha e chegando no rizoma, onde a praga se aloja;
  • com cortador de soqueira: principal inseticida utilizado nessa modalidade, que é umas das principais práticas com resultados positivos no controle do bicudo. No vídeo abaixo, Adriano Mastro apresenta os critérios técnicos para o correto uso do cortador de soqueira.

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