A crescente incidência da cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata) nos canaviais brasileiros tem se tornado uma fonte de preocupação considerável para os agricultores, dada a capacidade dessa praga de infligir prejuízos substanciais em termos de produtividade e, consequentemente, financeiros.

Ao se alimentar da seiva das raízes da cana-de-açúcar, a cigarrinha compromete seriamente o desenvolvimento das plantas, com o potencial de reduzir a produtividade em até 80%. Além disso, afeta diretamente a qualidade da matéria-prima, podendo reduzir o teor de sacarose em 30% e aumentar o teor de fibra dos colmos.

Uma perda dessa magnitude não apenas impacta diretamente o rendimento dos agricultores, mas também ameaça a viabilidade econômica do cultivo de cana-de-açúcar, com prejuízos bilionários ao setor.

Esse cenário alarmante sublinha a urgência de implementar medidas de manejo eficazes para combater a cigarrinha-das-raízes. Para isso, conhecer a biologia da praga é fundamental para saber quais os momentos corretos para entrar com o controle, visando a quebra do ciclo da praga.

Leia também:

Economia canavieira no Brasil: panorama atual e projeções

Cana: fique atento ao ataque de pragas na lavoura

O combate às pragas da cana-de-açúcar começa pelo monitoramento

Cigarrinha-das-raízes: características, ciclo e danos

A cigarrinha-das-raízes é um inseto pequeno, com adultos medindo aproximadamente 12 mm de comprimento e 6 mm de largura. Os machos podem ser identificados por sua coloração vermelha com faixas pretas longitudinais no dorso, enquanto as fêmeas são predominantemente marrom-escuras.

Esses insetos possuem um aparelho bucal especializado do tipo picador-sugador, composto por um rostro com mandíbulas e maxilas que formam estiletes perfuradores. Isso os torna eficientes em se alimentar da seiva das raízes das plantas. 

Eles se destacam por suas pernas posteriores adaptadas para saltar, facilitando a locomoção entre as plantas. Embora capazes de voar, esses voos são geralmente curtos e voltados para a dispersão.

No aspecto reprodutivo, as fêmeas da cigarrinha-das-raízes ovipositam uma média de 340 ovos fusiformes e amarelados, medindo cerca de 1 mm de comprimento, no solo próximo às raízes das plantas. Eles passam por um período de incubação de 15 a 20 dias, mas podem entrar em um estado de inatividade prolongada, conhecido como diapausa, durante condições climáticas adversas, como períodos de seca.

Quando as condições ambientais se tornam favoráveis, isto é, após as primeiras chuvas, os ovos retomam o desenvolvimento. As ninfas que emergem dos ovos se fixam nas raízes e radicelas da cana-de-açúcar, onde permanecem por um período que vai de 20 a 70 dias, dependendo das condições ambientais.

Durante esse tempo, elas se alimentam da seiva da planta e são protegidas por uma espuma branca densa, que as ajuda a evitar a dessecação. As ninfas passam por cinco mudas antes de se tornarem adultas.

Os adultos têm uma vida relativamente curta, com as fêmeas vivendo em média 22 dias e os machos 17 dias. O ciclo de vida da cigarrinha-das-raízes dura entre 65 e 80 dias, assim, pode desenvolver até três gerações anuais, variando conforme a região do Brasil.

Ciclo de vida da cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata)
Ciclo de vida da cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata).

Com relação aos danos causados pela cigarrinha-das-raízes, as ninfas atacam especialmente as raízes superficiais da cana. Esse ataque resulta em uma desordem fisiológica severa, pois as picadas das ninfas nos vasos traqueais das raízes deterioram essas estruturas, comprometendo a absorção e o fluxo de água e nutrientes.

Como consequência, ocorre a morte das raízes e a desidratação do floema e do xilema, o que leva ao afinamento e chochamento dos colmos, além do posterior surgimento de rachaduras e rugas na superfície externa.

O ciclo de dano continua quando os adultos da cigarrinha injetam toxinas na cana durante a alimentação. Isso produz manchas amarelas nas folhas, que com o tempo se tornam avermelhadas e opacas, reduzindo a capacidade fotossintética da planta e, consequentemente, o teor de sacarose.

Além disso, a perfuração dos tecidos pela praga pode favorecer a entrada de microorganismos patogênicos, aumentando a pressão de doenças na lavoura.

A soma desses danos culmina em graves perdas produtivas e de qualidade da matéria-prima, prejudicando a rentabilidade do canavicultor e a indústria sucroenergética. Dessa forma, a aplicação de todos os esforços para o controle da cigarrinha-das-raízes se faz extremamente necessária.

Com o objetivo de oferecer suporte ao produtor, a Syngenta lançou o vídeocast CanaTalks, que tem como foco a disseminação de informações relevantes, conteúdo científico atualizado e melhores práticas de manejo para o setor sucroenergético.

No seu segundo episódio, CanaTalks apresenta uma conversa entre Renato Pirola, Gerente de Marketing de cana-de-açúcar na Syngenta, e seus convidados Leandro Boncompagni, Gerente de Portfólio de Inseticidas da empresa, que possui vasta experiência no setor sucroenergético, e Dr. José Francisco Garcia, Entomologista formado pela ESALQ e diretor da GlobalCana.

Eles se reuniram para debater as estratégias mais efetivas de controle da cigarrinha-das-raízes e compartilharam detalhes essenciais para entender a dinâmica de ocorrência da praga. O episódio pode ser conferido abaixo:

Como ter consistência no controle da cigarrinha-das-raízes?

Controlar a cigarrinha-das-raízes na cana-de-açúcar é essencial para evitar os danos significativos que essa praga pode causar.

A palhada resultante da colheita da cana preserva a umidade do solo, criando condições ideais para a proteção da praga até que o período chuvoso se inicie e as condições de temperatura e umidade se tornem ideais para o desenvolvimento da cigarrinha.

A princípio, a diapausa dos ovos da cigarrinha leva a uma primeira geração de ninfas pequena, mas altamente danosa, seguida por gerações subsequentes que causam a maioria dos danos.

O monitoramento visual, incluindo a amostragem, com contagem de ninfas e utilização de armadilhas luminosas para capturar adultos, é crucial para determinar a necessidade de intervenção. A infestação é geralmente identificada pela presença de espuma esbranquiçada na base das touceiras.

Embora existam métodos de controle biológico e cultural, o controle químico é o mais eficiente contra a cigarrinha-das-raízes. A escolha correta dos inseticidas e dos momentos de aplicação são fundamentais.

Assim, o momento ideal para iniciar o controle é cerca de 15 dias após a primeira chuva da primavera, quando os ovos saem da diapausa e começam a eclodir, dando origem às ninfas.

O controle no início das chuvas para quebrar o ciclo da praga é essencial, impedindo o desenvolvimento das ninfas e evitando danos irreversíveis às plantas. Atrasos podem levar ao aumento da população de insetos adultos, dificultando o manejo futuro e aumentando a extensão dos danos.

No momento da colheita, a recomendação é realizar a aplicação diretamente sobre a soqueira das plantas, de forma que o produto fique abaixo da camada de palha. 

Na imagem abaixo é possível conferir em quais momentos ocorrem os picos populacionais da cigarrinha-das-raízes na cana-de-açúcar, definindo também os melhores momentos para entrar com aplicação de inseticida em campo:

Ciclos geracionais da cigarrinha-das-raízes e manejo indicado
Ciclos geracionais da cigarrinha-das-raízes e manejo indicado.

Proteção contra a cigarrinha desde a primeira aplicação

ACTARA®, desenvolvido pela Syngenta, representa uma solução eficaz no combate à cigarrinha-das-raízes. Esse inseticida foliar destaca-se por sua alta eficiência desde as primeiras aplicações, oferecendo uma série de benefícios que auxiliam o produtor a maximizar o potencial produtivo de sua lavoura:

  • Consistência de controle: como um inseticida sistêmico, ACTARA® tem uma alta eficácia e oferece um longo período residual. Isso é fundamental para o controle efetivo da cigarrinha-das-raízes, garantindo proteção contínua ao canavial.
  • Rentabilidade: o uso de ACTARA® resulta em um incremento na produtividade e no vigor das plantas, refletindo na rentabilidade do canavial.
  • Flexibilidade: ACTARA® é o único inseticida permitido para várias fases da cultura da cana-de-açúcar, proporcionando grande versatilidade e adaptabilidade ao manejo da praga.
  • Efeito bioativador: além de seu papel como inseticida, ACTARA® apresenta um efeito bioativador que induz efeitos fisiológicos benéficos nas plantas e permite que elas alcancem seu máximo potencial produtivo.

No vídeo abaixo, o engenheiro-agrônomo Welder Fuzita explica por que ACTARA® é a solução ideal para o controle eficaz da cigarrinha-das-raízes:

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

Confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo.