Na cultura do milho, um dos principais desafios enfrentados pelos agricultores é o manejo eficaz das pragas, entre as quais o percevejo-barriga-verde se destaca, tendo se mostrado particularmente problemático durante o cultivo do milho segunda safra.
A primeira ocorrência documentada do percevejo-barriga-verde em plântulas de milho remonta à década de 90, com um aumento significativo em sua incidência e impacto na lavoura desde então, tornando-se definitivamente uma ameaça primária ao milho safrinha a partir de 1998.
Fatores como a sucessão soja-milho, mudanças nos sistemas de plantio e condições climáticas favoráveis têm contribuído para a prevalência e a severidade das infestações, que apresentam alto potencial destrutivo: o descontrole populacional dessa praga pode resultar em perdas de até 60% na produtividade e gerar a necessidade de replantio da área afetada.
Embora o uso do milho Bt represente um método eficaz para o controle de lagartas, sua eficácia não se estende aos insetos da ordem Hemiptera, como o percevejo-barriga-verde. Assim, torna-se imprescindível a adoção de alternativas de controle, que devem levar em conta tanto as particularidades regionais do sistema de cultivo quanto as características biológicas específicas da praga.
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Tudo sobre o percevejo-barriga-verde
O percevejo-barriga-verde, pertencente ao gênero Dichelops (Hemiptera: Pentatomidae), é uma praga nativa da região neotropical, com ocorrência registrada em países como Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil.
São 15 espécies descritas, incluindo Dichelops furcatus e Dichelops melacanthus, que ganharam notoriedade no cenário agrícola ao causar danos em culturas anuais, com destaque para a cultura do milho.
No Brasil, D. melacanthus é mais comum em regiões que cultivam milho segunda safra, especialmente no Centro-Oeste, onde as condições ambientais e culturais favorecem sua multiplicação e sobrevivência. Por outro lado, a distribuição de D. furcatus é mais restrita às áreas subtropicais, como a região Sul do Brasil.
Morfologicamente, D. melacanthus e D. furcatus são semelhantes, apresentando a parte dorsal do corpo marrom e a ventral verde, especialmente durante a época reprodutiva. As características distintivas incluem cabeça com jugas agudas, ângulos umerais espinhosos, tamanho variando de 9 a 12 mm, rostro alcançando as coxas posteriores, e margens ântero-laterais do pronoto serrilhadas.
D. furcatus tende a ser maior que D. melacanthus, com diferenças mais acentuadas nas genitálias dos machos e das fêmeas. No entanto, a identificação precisa dessas espécies pode ser desafiadora devido à variabilidade em suas características e sobreposição de distribuições geográficas.
Esses percevejos têm um hábito alimentar polífago, afetando diversas plantas, incluindo aveia, feijão, fumo, milho, soja e trigo. No milho, as perdas causadas por D. furcatus e D. melacanthus são significativas, principalmente nas fases iniciais de desenvolvimento da cultura.
Ninfas e adultos preferem ambientes mais próximos do solo, com temperaturas amenas, e os ataques ocorrem principalmente durante o entardecer e à noite. Os percevejos-barriga-verde demonstram preferência por sementes, no entanto, em gramíneas como o milho, especialmente durante o estágio de plântula, o colmo torna-se um alvo frequente para esses insetos.
Os danos são causados pela alimentação no meristema apical das plântulas. Os insetos sugam a seiva e injetam substâncias tóxicas, causando perfilhamento, necrose tecidual e “encharutamento“, além de amarelecimento foliar. Esses danos resultam em redução do estande final de plantas, afetando a produtividade da lavoura.
Como os percevejos estão presentes em todas as épocas de semeadura, é comum a necessidade de aplicar tratamentos com inseticidas nas sementes e realizar pulverizações foliares. Essas práticas são essenciais para minimizar os danos causados por esses insetos e preservar o estande e o potencial produtivo do milho.
Manejo do percevejo-barriga-verde no sistema soja-milho
Para um controle efetivo do percevejo-barriga-verde no milho safrinha, as práticas devem estar alinhadas aos princípios do Manejo Integrado de Pragas (MIP), incluindo:
- Levantamento do histórico da área: é importante conhecer o histórico de infestações na área de cultivo e as medidas de controle utilizadas. Essas informações podem ajudar a planejar estratégias de controle mais eficientes.
- Monitoramento na dessecação da soja: considerando que os percevejos podem sobreviver na palhada da soja, o monitoramento durante a dessecação da cultura é essencial para auxiliar na identificação dessa praga, permitindo ações de controle antes que ela se torne um problema maior no milho safrinha.
- Inspeção da palhada antes da semeadura: antes do plantio do milho safrinha, é fundamental inspecionar a palhada para detectar a presença de percevejos que podem ter surgido após o controle realizado na dessecação.
- Controle de plantas daninhas: a eliminação de plantas daninhas é um passo importante, pois elas podem servir como refúgio para os percevejos. Manter o campo limpo reduz os abrigos potenciais para a praga.
- Tratamento de Sementes e controle químico: o TS com inseticidas, somado ao controle químico direcionado, é uma estratégia chave para prevenir a infestação inicial e controlar a população de percevejos.
É importante salientar que o monitoramento da lavoura deve ser constante. Mesmo passada a fase inicial de estabelecimento das plantas, o monitoramento regular permite a identificação de infestações e a implementação de medidas de controle antes que os danos se tornem significativos. É necessária uma atenção especial durante o período de enchimento de grãos, quando os percevejos ainda podem estabelecer grandes infestações e causar sérias perdas à produtividade.
A combinação dessas práticas, realizadas de maneira integrada e oportuna, é fundamental para assegurar um controle consistente do percevejo-barriga-verde, protegendo a lavoura de milho e mantendo a produtividade.
Consistência no controle de percevejo-barriga-verde
ENGEO PLENO® S, desenvolvido pela Syngenta, é um inseticida sistêmico, com ação de choque e residual e controle eficaz de percevejo-barriga-verde e outras pragas sugadoras na cultura do milho.
Esse produto é considerado referência devido à sua consistência e eficácia comprovada ao longo do tempo. Abaixo, é possível conferir resultados que demonstram a superioridade de ENGEO PLENO® S no controle de percevejo-barriga-verde em áreas de cultivo de milho nos Estados do MS e do PR.
Composto pelos princípios ativos tiametoxam e lambda-cialotrina, ENGEO PLENO® S também contém em sua formulação a exclusiva tecnologia ZEON, que protege os ingredientes ativos em microcápsulas, controlando a liberação do produto para garantir uma cobertura completa das plantas e uma aderência prolongada.
Os diferenciais de ENGEO PLENO® S incluem:
- Efeito de choque: proporciona uma proteção rápida, paralisando os danos causados pelos insetos quase imediatamente após a aplicação.
- Efeito residual: oferece um controle prolongado, eficaz tanto em ninfas quanto em adultos, garantindo uma proteção duradoura.
- Amplo espectro: eficiente no manejo de todos os tipos de percevejos, ENGEO PLENO® S é uma solução versátil para diferentes espécies de pragas.
- Ação translaminar: a formulação do produto permite que ele alcance, de maneira eficiente, a face inferior da folha, assegurando uma proteção mais abrangente.
Para obter os melhores resultados com ENGEO PLENO® S, a aplicação correta é fundamental. Recomenda-se seu uso no início da manhã ou no final da tarde, em condições de temperaturas mais amenas, para aumentar a eficácia contra as pragas sugadoras e mastigadoras.
Outras boas práticas incluem a aplicação em temperaturas abaixo de 30°C e com boa umidade relativa do ar (acima de 55%), além de planejar a calda de aplicação para reduzir o risco de deriva e evitar a aplicação com presença de orvalho.
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