Com o fim da safra de milho 2022/23,  o momento é de análise e planejamento. Os resultados nacionais mostram recordes de produção, mas também quebras de produtividade em algumas áreas, especialmente na região Sul do Brasil,  muito em função do aumento de pragas como cigarrinha e percevejos, que respondem às condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento.

O cultivo do milho verão coincide com a época chuvosa e de temperaturas altas. Com as mudanças climáticas e o fenômeno El Niño, há ainda perspectiva de um clima mais quente também na safrinha. Tais instabilidades no padrão pluviométrico afetam o comportamento das pragas, que já se mostraram mais agressivas no último ciclo.

Para a cigarrinha-do-milho (Dalbulus spp.), a combinação de chuva e calor leva ao aumento populacional da praga, o que explica o fato de que todas as regiões produtoras de milho apresentaram aumento de sua incidência e, consequentemente, das doenças transmitidas às plantas pelo inseto, como os enfezamentos, identificados pela primeira vez na safra de milho 2014/15.

Os percevejos também estão no foco do problema da baixa produtividade, com destaque para o percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus), cuja pressão populacional tende a ser alta, especialmente no sistema soja-milho, em que a lavoura pode ser implantada em área já infestada ao longo do cultivo anterior. Nesse contexto, sua ocorrência é mais comum na fase inicial da cultura. Quando persiste nos estádios reprodutivos, danifica as espigas e, por meio da introdução do estilete na planta, cria entradas para patógenos oportunistas.

Outra praga do milho que transmite doenças e que tem aumentado em importância são os pulgões. Seu desenvolvimento é beneficiado por longos períodos de estiagem, como as verificadas em algumas regiões do Rio Grande do Sul nas últimas safras de verão.

A alta incidência de pragas na primeira safra torna a pressão dessas espécies ainda mais preocupante na safrinha, dificultando o manejo e a possibilidade de manter as populações abaixo do nível de dano econômico. Diante disso, um controle eficiente no milho verão pode ser o segredo para melhorar os resultados na safra de inverno, mitigando os danos a longo prazo.

Cigarrinha-do-milho, enfezamentos e prejuízos

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Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis). Fonte: Embrapa.

A cigarrinha-do-milho é um inseto da espécie Daubulus maidis de cor clara e que mede cerca de meio centímetro, que se beneficia das lavouras de milho por se alimentar da seiva das plantas e depositar seus ovos nas folhas das plântulas. Assim, está presente nas plantações desde as fases iniciais de desenvolvimento da cultura, diminuindo o vigor e o tamanho dos vegetais. 

A praga pode estar contaminada por bactérias da classe dos molicutes, de maneira a infectar o milho ainda jovem ao sugar a seiva, causando as doenças dos enfezamentos. Os sintomas dessa infecção só aparecem na fase reprodutiva, pois leva um tempo para que os molicutes se proliferem no interior do floema. Com essa dificuldade de identificação precoce da doença, os danos podem chegar a comprometer 70% da produtividade e são mais severos quando as infecções ocorrem mais cedo.

Clima e dispersão da cigarrinha

A cigarrinha e os enfezamentos já representam um problema regional no Paraná – segundo maior produtor de milho do Brasil –, mas também no Rio Grande do Sul e em alguns Estados da região central do país. A praga só conclui seu ciclo de vida na cultura do milho e se dissemina ao migrar de áreas com plantas já desenvolvidas para lavouras recém-instaladas.

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Enfezamento do milho transmitido por cigarrinha. Fonte: Embrapa.

Produtores que tiveram que lidar com o aumento da pressão de cigarrinha-do-milho nas últimas safras devem evitar manter os próximos cultivos em diferentes estádios de desenvolvimento, pois essa prática favorece a manutenção e o crescimento populacional da praga na área, tornando os prejuízos causados pelos enfezamentos ainda mais severos e generalizados.

A falta de eficiência no controle da cigarrinha-do-milho pode elevar o custo de produção em mais de 15%, prejudicando a rentabilidade do produtor rural. O pior cenário – e não raro – é quando o manejo não surte os efeitos desejados, o que resulta em limitação drástica da produtividade mesmo sob condições climáticas favoráveis à cultura.

A instalação do milho sob altas temperaturas favorece a incidência da cigarrinha, e as temperaturas mais quentes, previstas para 2023/24, podem resultar em uma pressão ainda maior da praga. 

A tendência é que o produtor rural aumente a quantidade de aplicações de inseticidas para a cigarrinha, a fim de mitigar os danos, o que pode não ser uma estratégia assertiva a longo prazo, considerando a possibilidade de seleção de indivíduos resistentes aos princípios ativos utilizados.

Por que o aumento de pragas como a cigarrinha-do-milho é preocupante? 

Algumas lavouras no Mato Grosso do Sul tiveram a produtividade reduzida em mais de 60% por conta de cigarrinha-do-milho e enfezamentos, caindo de 120 sacas por hectare para apenas 45. A alta incidência verificada na safrinha 2022/23 é um indício de que o cenário é preocupante para o milho primeira safra 2023/24, que pode iniciar já com alta incidência da praga em muitas regiões produtoras.

A primeira incidência de enfezamentos transmitidos pela cigarrinha foi registrada há quase 10 anos, com focos em Minas Gerais, Bahia e Goiás. O fato de que a região Sul enfrenta grandes desafios de manejo desde 2017 só mostra como a praga se alastrou, criando um alerta para a necessidade de aplicar medidas de controle efetivas, evitando agravar ainda mais o cenário em um momento em que o clima favorece mais as pragas do que a cultura.

Não há ainda tecnologias de cultivares híbridas resistentes ao inseto-vetor ou aos patógenos causadores dos enfezamentos, o que só reforça a importância de um manejo integrado associado a inseticidas realmente eficientes contra a cigarrinha-do-milho e outras pragas transmissoras de doenças.

O aumento da pressão é evidente. Na safra 2021/22, no Mato Grosso do Sul, o Siga (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio) registrou a incidência da cigarrinha em 32% das áreas produtoras do Estado, um percentual que representa mais que o dobro do registrado em 2020/21.

A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) não tem medido esforços para mensurar o problema e encontrar soluções. Os monitoramentos realizados por meio de armadilhas indicam que a pressão da cigarrinha costuma aumentar realmente entre o início do estádio reprodutivo do milho e a colheita, visto que o controle químico na fase de desenvolvimento da cultura mantém as populações da praga estáveis.

No entanto, o aumento populacional no fim do ciclo gera mais severidade para o cultivo seguinte, que já começa em condição de alta pressão. O aumento da temperatura em dezembro também justifica a alta pressão da praga nessa época do ano. Conforme a Agência, a incidência de cigarrinhas é em 63% da área monitorada, sendo que 25% dos insetos estava contaminado por molicutes, configurando potenciais vetores de doenças para a cultura.

Controle de pragas do milho para além da cigarrinha

Considerando que o produtor rural precisa lidar com um amplo espectro de pragas que devem ser controladas no milho verão para contribuir para a diminuição da pressão também na segunda safra, é preciso ter em mãos um inseticida para cigarrinha-do-milho que também seja eficiente no manejo de percevejos, pulgões e outras ameaças.

A proteção do potencial produtivo do milho exige pensar além, inserindo uma ferramenta de controle químico que realmente se integre ao manejo de pragas com qualidade e alta performance. Por isso, o inseticida POLYTRIN® agora está registrado para o controle das principais pragas do milho. 

POLYTRIN® tem excelência no controle de percevejo-barriga-verde, que apresenta potencial de dano elevado e NDE (nível de dano econômico) inferior a um percevejo por m², de acordo com pesquisa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) publicada na Revista Brasileira de Milho e Sorgo.

Por ser um produto multipragas e multicultivos, POLYTRIN® já é amplamente conhecido pelos cotonicultores, que reconhecem que a versatilidade do produto é um grande diferencial no enfrentamento de desafios que limitam o vigor das plantas.

Sua potência de choque e o amplo espectro de controle são proporcionados pela composição, que combina dois ativos com diferentes modos de ação, controlando as pragas nos estádios iniciais da cultura do milho e possibilitando manter as populações abaixo do NDE por mais tempo.

Assim, POLYTRIN® é estratégico para um manejo duradouro em tempos de aumento das pragas, beneficiando o milho verão e proporcionando que a safrinha seja instalada sob condições de menor incidência, facilitando o manejo na cultura de inverno. 

A versatilidade desse inseticida para cigarrinha-do-milho permite que ele seja eficiente também contra o percevejo-barriga-verde, de maneira que já estão sendo providenciadas novidades para o controle de pragas na soja com o uso desse produto, aumentando as possibilidades de estratégias integradas, pensando além de uma única safra.

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