O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se consolidou como o maior exportador da pluma de algodão. A previsão é de que, na safra 2024/25, essa posição se mantenha e a produção seja de cerca de 4 milhões de toneladas, 8% a mais que na safra anterior. Mas para que isso aconteça, o cotonicultor deve vencer os desafios da produção de algodão, especialmente, o aumento da incidência de doenças.
Nos últimos anos, a incidência de mancha-alvo (Corynespora cassiicola), que foi primeiramente um problema da cultura da soja, deixou de ser secundária para o algodão e se tornou uma ameaça de grande impacto. Os prejuízos se tornaram tão consideráveis que instituições, como a Abrapa e a Aprosoja Brasil, técnicos e pesquisadores se uniram para discutir estratégias de controle, preocupados com o avanço da doença.
Embora a mancha-alvo esteja ganhando espaço, a ramulária continua sendo uma importante doença da cultura do algodão no Brasil. As condições climáticas favoráveis têm contribuído para a persistência e a disseminação do fungo Ramularia areola. Além disso, a identificação de novas espécies, como Ramulariopsis gossypii, encontrada no Mato Grosso na safra 2022/23, que não são controladas por variedades resistentes, representa um desafio adicional para os produtores.
Esse cenário exige a adoção de estratégias de manejo preventivas e eficazes para minimizar os impactos na produtividade e na qualidade da fibra. A atenção dos produtores deve estar voltada para a compreensão da dinâmica das doenças, permitindo intervenções mais assertivas.
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A crescente ameaça da mancha-alvo no algodão
A mancha-alvo, causada pelo fungo Corynespora cassiicola, foi inicialmente relatada na cultura da soja em 1974. No algodoeiro, a primeira ocorrência ocorreu em 2005, no município de Campo Verde, no Mato Grosso. Posteriormente, em 2012, a doença também foi identificada no Mato Grosso do Sul, evidenciando sua expansão para importantes áreas de cultivo.
O Mato Grosso, maior produtor de algodão do Brasil, enfrentou desafios na safra 2023/24, com o aumento da incidência de mancha-alvo, uma das doenças mais prejudiciais ao algodoeiro na região. Condições climáticas adversas, como aumento da pluviosidade e baixa incidência solar, no segundo bimestre de 2024, favoreceram a sua proliferação, comprometendo tanto a qualidade da fibra quanto o rendimento da pluma em relação à safra anterior.
Mancha-alvo: características e prejuízos à lavoura
O fungo Corynespora cassiicola possui mais de 400 espécies de plantas hospedeiras entre plantas daninhas e grandes culturas, incluindo a soja, que geralmente antecede a safra de algodão nos sistemas de produção do Cerrado, favorecendo a ponte-verde que mantém o patógeno na área.
Em períodos chuvosos com temperaturas entre 22 °C a 30 °C, o patógeno encontra as condições ideais para o seu desenvolvimento. Esses fatores, combinados com sua capacidade de sobrevivência e multiplicação em restos culturais, contribuem para sua persistência e disseminação nas lavouras.
Os primeiros sintomas da mancha-alvo aparecem como pequenas pontuações escuras com halo amarelado e bordas castanhas, que evoluem para lesões maiores, de formato irregular ou circular, assemelhando-se a um alvo.
Inicialmente, essas lesões surgem nas folhas mais velhas, localizadas no terço inferior da planta, geralmente após o fechamento das entrelinhas, e rapidamente se expandem para as partes superiores, comprometendo toda a estrutura foliar, podendo se espalhar para as hastes e as maçãs.
A mancha-alvo provoca desfolha precoce, comprometendo a fotossíntese, impactando a produção de energia necessária para o bom desenvolvimento do capulho e levando à redução de até 40% da produtividade, em cultivares suscetíveis. Além disso, compromete a produção das fibras que apresentam menor resistência e uniformidade, resultando em perda de qualidade e redução no valor do produto no mercado.
Ramulária: uma velha conhecida que continua desafiadora
A ramulária, causada pelo fungo Ramularia areola, foi identificada pela primeira vez em 1883, a partir de espécies de algodoeiro provenientes do Brasil e do Paraguai. No início, era basicamente causada pelo fungo Ramularia areola, porém, foram identificadas novas espécies do gênero Ramulariopsis, como R. pseudoglicynes e R. gossypii.
No Brasil, inicialmente, ocorria apenas no final do ciclo do algodoeiro, sem causar perdas significativas. Entretanto, com a expansão da área cultivada e o monocultivo, a pressão da doença aumentou e passou a surgir mais cedo.A ramulária se desenvolve em condições de alta umidade relativa, acima de 85%, associada à elevada pluviosidade e temperaturas entre 25 °C e 30 °C. O sombreamento, gerado pelo fechamento das entrelinhas, também favorece a proliferação do fungo. Em condições ambientais favoráveis para o desenvolvimento do patógeno, além do manejo inadequado e o uso de cultivares suscetíveis, as perdas de produtividade podem alcançar até 75%.
Ramulária: como identificar e quais os danos ao algodão?
Os sintomas iniciais da ramulária costumam aparecer entre o desenvolvimento do primeiro botão floral e o início da fase de florescimento, acometendo as folhas mais velhas. Esses sintomas se manifestam como pequenas manchas verde-azuladas na fase inicial. Posteriormente, surgem lesões de 3 a 4 mm na face abaxial das folhas, com formato angular devido às nervuras.
Essas lesões desenvolvem esporulação branca com aspecto pulverulento, semelhante ao míldio, sendo por isso chamada de falso míldio. Em casos graves, a esporulação também é visível na face adaxial, acompanhada por lesões cloróticas que evoluem para necrose.
O patógeno danifica as células do mesófilo, interfere no funcionamento enzimático e altera o mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos. Essas alterações afetam a transpiração, reduzem o ingresso de CO₂ e comprometem a eficiência da fotossíntese, impactando diretamente o desenvolvimento e a produtividade da planta.
Além dos danos causados às folhas, a ramulária pode evoluir para as maçãs, causando abortamento e redução no número e no tamanho, além de induzir a abertura precoce dos capulhos, comprometendo a qualidade da fibra.
O controle de doenças no algodoeiro requer uma estratégia integrada que abrange o emprego de mais de uma abordagem. Com o aumento da incidência da mancha-alvo e a persistência da ramulária, o manejo preventivo torna-se essencial para o sucesso na cultura do algodão.
A importância do manejo preventivo das doenças do algodão
O controle preventivo de doenças é fundamental para garantir a sustentabilidade e a produtividade agrícola. Essa estratégia minimiza o impacto das doenças antes que atinjam níveis prejudiciais, reduzindo perdas econômicas e a necessidade de intervenções corretivas mais onerosas.
O manejo preventivo da ramulária e da mancha-alvo no algodoeiro visa antecipar a ocorrência das doenças, impedindo a entrada dos patógenos na área ou diminuindo a pressão do inóculo, impedindo que o patógeno se dissemine, atuando na proteção inicial da planta.
Conheça algumas medidas preventivas eficazes:
- Uso de cultivares resistentes à ramulária.
- Uso de sementes certificadas: sementes livres de patógenos reduzem o risco de introdução de doenças na lavoura.
- Rotação de culturas: rotacionar o algodão com outras culturas não hospedeiras contribui para diminuir o inóculo.
- Controle de restos culturais e de plantas daninhas: eliminar os restos da safra anterior e controlar as plantas daninhas evita a formação de inóculo para a próxima safra.
- Uso de fungicidas: o uso de fungicidas que possuem ação preventiva e um longo residual é uma ferramenta indispensável no manejo integrado.
Nesse contexto, surge o MIRAVIS® Duo, o fungicida da Syngenta que simplifica o manejo para o produtor e apresenta uma ação poderosa contra as doenças mais desafiadoras. Saiba como essa tecnologia pode revolucionar o manejo de doenças no algodão.
MIRAVIS® Duo: simples para o produtor. Poderoso contra as doenças
MIRAVIS® Duo é um fungicida que combina ingredientes ativos que permitem que o produto atue antes dos patógenos causarem danos significativos, além de controlar as infecções no estágio inicial. Essa abordagem integrada possibilita uma proteção mais ampla e prolongada, reduzindo as perdas na lavoura e ajudando o produtor a manter a qualidade da fibra.
O diferencial de MIRAVIS® Duo está em sua composição inédita, que combina duas moléculas de ação sinérgica:
- ADEPIDYN® Technology: composto pela molécula fungicida pidiflumetofem, pertencente ao novo grupo químico pirazol carboxamida, que inibe a enzima succinato desidrogenase. Essa ação preventiva interrompe a produção de energia dos fungos, eliminando sua capacidade de causar danos às plantas.
- Difenoconazol: atua na inibição da biossíntese de ergosterol, essencial para a estrutura celular dos patógenos.
Com amplo espectro de ação, MIRAVIS® Duo entrega resultados superiores contra doenças, como mancha-alvo (Corynespora cassiicola), ramulária (Ramularia areola), antracnose (Colletotrichum gossypii), mancha-de-cercóspora, (Cercospora gossypina), mancha-de-alternária (Alternaria alternata) e mancha-de-mirotécio (Myrothecium roridum).
Outros destaques de MIRAVIS® Duo é seu longo residual e sua rápida absorção, que asseguram uma proteção prolongada para a cultura do algodão. Confira os principais benefícios oferecidos por MIRAVIS® Duo:
- Inovação: primeira solução com tecnologia ADEPIDYN®, introduzindo um novo patamar no manejo fitossanitário.
- Multicrop: excelente performance nas principais culturas, oferecendo versatilidade e resultados consistentes.
- Incomparável: alta atividade intrínseca de controle, com eficácia superior no manejo de doenças.
- Amplo espectro de ação: controle eficiente de mais de 40 doenças, incluindo mancha-alvo e ramulária no algodão
Esses atributos fazem MIRAVIS® Duo poderoso no controle e simples no manejo e abre uma nova dimensão no controle de doenças do algodão e de outras culturas.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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