Com a semeadura da safra 2022/23 de soja avançando em novembro, não se pode deixar de planejar com antecedência o controle das doenças, especialmente no que se refere a antracnose e cercosporiose, que vêm registrando altos índices de infestação nas últimas temporadas.

As previsões para a soja nesta temporada são muito positivas, com expectativa de recorde de produção e de produtividade. Segundo a Conab, estima-se 152,4 milhões de toneladas e 3.552 kg/ha, respectivamente, os maiores números da última década. 

Para a concretização dessas estimativas, no entanto, é preciso consistência no controle de doenças. Diante dos crescentes danos que as DFCs (Doenças de Final de Ciclo) têm causado às lavouras de soja, o manejo vem sendo posicionado cada vez mais cedo, a fim de controlar os patógenos antes que gerem perdas significativas. Assim, o sojicultor deve antecipar-se no planejamento e estruturá-lo desde o momento do plantio.

DFCs e o manejo preventivo

As Doenças de Final de Ciclo expressam sintomas nas lavouras de soja em um período mais próximo à colheita, momento em que obter consistência de controle pode ser inviável, uma vez que patógenos causadores da antracnose e da cercosporiose, por exemplo, podem contaminar as plantas desde a emergência.

Amplamente distribuídos por todas as regiões produtoras de soja, os fungos Cercospora kikuchii e Colletotrichum truncatum sobrevivem sob a palhada que recobre o solo. Dessa forma, apesar de os danos serem visíveis principalmente no final da safra, os patógenos podem colonizar os tecidos das plantas ainda jovens, alcançando as folhas rapidamente.

Nesse contexto, o manejo de antracnose e cercosporiose na soja precisa ser planejado antecipadamente, a fim de controlar as DFCs antes de causarem danos às vagens e aos grãos. Além disso, o planejamento precisa contar com fungicidas que apresentem resultados consistentes contra cada patógeno, pois, quando realizado de maneira incorreta, o manejo acaba por ter o efeito inverso, favorecendo o aumento da pressão das doenças, que podem gerar perdas de produtividade neste ciclo de produção e nos seguintes.

Assim, serão apresentadas a seguir as características de cada uma das doenças de destaque que precisam de maior atenção neste momento da safra 2022/23 de soja, a fim de compreender qual a solução fungicida que apresenta consistência de controle.

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Antracnose (Colletotrichum truncatum)

ANTRACNOSE

Sintomas da antracnose em vagem de soja. Fonte: Mais Agro, 2022.

A antracnose é uma doença de difícil controle que apresenta grande variedade de danos, a depender da fase de desenvolvimento em que se encontra. Isso porque é causada pelo fungo Colletotrichum truncatum, classificado como patógeno hemibiotrófico, ou seja, no início da infestação, parasita os tecidos vivos das plantas e as mantém vivas. Com o avanço de seu ciclo de vida, passa a nutrir-se de tecidos mortos, necrosando as estruturas da soja para se alimentar e continuar seu desenvolvimento.

A espécie responsável pela antracnose é comum nas lavouras de soja pelo Brasil e pode infectar desde as sementes até as plantas em pré-colheita. Com isso, a antracnose apresenta os seguintes danos:

  • necrose dos cotilédones e do hipocótilo, causando tombamento da planta;
  • apodrecimento da semente no solo;
  • lesões em hastes, nervuras, folhas, pecíolos e vagens;
  • queda e apodrecimento das vagens;
  • abortamento dos grãos.

Por sua capacidade de sobreviver nos restos culturais presentes no solo (característica dos fungos hemibiotróficos), o patógeno da antracnose pode estar presente na lavoura desde antes do plantio, mas também pode ser introduzido por meio de sementes infectadas. Em condições climáticas de alta precipitação e temperaturas elevadas, a ocorrência da antracnose é favorecida, sendo muito comum em lavouras de soja na região do Cerrado.

Septoriose: outra doença da soja causada por patógeno hemibiotrófico

SEPTORIOSE

Sintomas da septoriose em folha de soja. Fonte: Mais Agro, 2022.

O fungo Septoria glycines é outro patógeno hemibiotrófico que gera perdas de produtividade na cultura da soja. Responsável pela septoriose, doença também conhecida como mancha-parda, exige medidas de controle semelhantes às aplicadas no manejo da antracnose.

Os primeiros sintomas surgem a partir de pontuações castanho-avermelhadas nas folhas. Se a população do patógeno não for controlada de maneira consistente, a septoriose avança sobre as plantas causando desfolha, com alta capacidade de interferir negativamente na formação de grãos.

Cercosporiose (Cercospora spp.)

CERCOSPORIOSE

Sintomas da cercosporiose em folha de soja. Fonte: Mais Agro, 2022.

Outra DFC muito agressiva à cultura da soja é a cercosporiose, por vezes identificada como crestamento de Cercospora. Inicialmente, somente o fungo da espécie Cercospora kikuchii era associado à doença, mas, nos últimos anos, já foram identificadas outras espécies do mesmo gênero responsáveis pela cercosporiose.

Esse patógeno é do tipo necrotrófico, diferentemente do causador da antracnose, ou seja, alimenta-se de tecidos vegetais mortos, de maneira que sua ação causa necrose nas folhas para poder gerar sua substância nutricional. Assim, os principais danos provenientes da cercosporiose são:

  • manchas foliares castanho-avermelhadas a partir do terço superior da planta, que se desenvolvem para manchas escuras geradoras de crestamento e desfolha;
  • pontuações vermelhas nas vagens;
  • mancha-púrpura nos grãos;
  • chochamento das vagens, quando incidente em fase de granação.

Essas deformações resultam de uma toxina produzida pelo fungo que causa a morte das células vegetais, sendo esse o princípio básico para a sobrevivência de patógenos necrotróficos. O fungo Cercospora kikuchii pode incidir em diferentes momentos do ciclo, em todas as regiões produtoras do grão do Brasil, sendo favorecido por condições de clima quente e úmido.

Como controlar antracnose e cercosporiose na soja?

Os resultados elevados de produção estimados para a safra 2022/23 de soja, como foi citado na introdução deste conteúdo, são uma consequência da intensificação da produção. Em contrapartida, o aumento da área dedicada à cultura ao longo dos anos, assim como da quantidade de plantas hospedeiras de patógenos, faz aumentar também a pressão de doenças que ameaçam a rentabilidade do sojicultor.

A alta pressão de doenças aumenta os custos de produção, pois exige um calendário de pulverização fungicida amplo, do contrário, pode acarretar perdas de produção elevadas, visto o grande potencial de dano que esses patógenos apresentam. Nesse cenário, o controle químico é uma medida de manejo de doenças na soja economicamente viável para proteger a produtividade e a qualidade dos grãos.

Ao longo dos anos, especialistas têm verificado a eficácia de produtos que contam com ingredientes ativos do grupo químico dos triazóis para o controle de doenças na soja, inclusive as DFCs. Ter em mãos uma solução de amplo espectro e consistente contra o complexo de doenças precisa ser o foco do sojicultor que já planeja seu programa de manejo desde o plantio.

A consistência no controle de doenças da soja

Para controlar antracnose, cercosporiose, septoriose e outras doenças da soja com uma só solução, os sojicultores podem contar com Alade®, um fungicida lançado em 2021 e que já apresentou resultados consistentes contra o complexo de doenças em diferentes regiões produtoras pelo Brasil.

Composto por dois triazóis e uma carboxamida, Alade® representa uma inovação em fungicidas, por conter três ativos de máxima eficácia, que maximizam o controle seja qual for a situação da lavoura. Sua formulação exclusiva e ação translaminar e sistêmica proporcionam maior retenção, espalhamento e translocação do produto na planta.

O infográfico a seguir explica por que Alade® é consistente no controle de um amplo espectro de doenças da soja:

Infográfico

O posicionamento correto de  Alade® permite um resultado superior contra as doenças antes que causem danos significativos à cultura, sendo ideal a partir do pré-fechamento das entrelinhas (até 70 dias após a emergência da cultura), podendo ser reaplicado mais uma vez (máximo de duas aplicações por ciclo de cultivo) após intervalo de 14 dias. Em caso de necessidade de mais reaplicações, é importante optar pela rotação de diferentes ativos e modos de ação para que seja possível obter potência de controle.

Seguindo as recomendações da bula, o produtor alcança os resultados de que precisa no controle de antracnose, cercosporiose, septoriose e outras doenças, podendo proteger o potencial produtivo da soja e conquistar uma colheita abundante, com grãos de qualidade, inserindo-se entre os casos de sucesso da sojicultura na safra 2022/23.

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