O Brasil continua a se destacar como o terceiro maior produtor de milho do mundo, com a segunda safra respondendo por cerca de 78% da produção total do país, sendo o Mato Grosso responsável por 42% dessa produção.

Segundo o 11º Levantamento da Safra de Grãos da Conab, a colheita do milho segunda safra está quase finalizada, com uma produção estimada em 90,28 milhões de toneladas. Em Estados, como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, fatores como veranicos, altas temperaturas e pragas afetaram negativamente o potencial produtivo. Com isso, a projeção da produção total para o ciclo 2023/24 foi reduzida em 12, 3%, sendo estimada em 115,65 milhões de toneladas.

Entre as pragas que mais afetaram a produção de milho nesse último ciclo, está a cigarrinha-do-milho, um inseto que até pouco tempo era considerado uma praga secundária, mas que, de 2015 para cá, tem causado sérios danos devido à sua capacidade de transmitir patógenos que resultam no complexo de enfezamentos. Além dela, o percevejo-barriga-verde também tem se mostrado uma praga de difícil controle, contribuindo para perdas significativas na produção de milho no país.

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Panorama da cigarrinha-do-milho no Brasil

A incidência da cigarrinha-do-milho no Brasil tem se intensificado desde a década de 1990, com surtos epidêmicos registrados em várias regiões, como Goiás, São Paulo e Sul do país. A partir de 2015, os surtos se tornaram mais graves, especialmente em regiões produtoras de milho na Bahia, no sudoeste de Goiás, no Triângulo Mineiro e no noroeste de Minas Gerais.

Confira a evolução da incidência da cigarrinha e dos enfezamentos nas principais regiões produtoras de milho do Brasil:

  • Oeste da Bahia (Cerrado): primeiros problemas com a cigarrinha relatados em 2013, agravando-se a partir de 2015, especialmente em áreas com cultivo prolongado de milho irrigado.
  • Centro-Oeste e Sudeste: em 2019, a cigarrinha começou a causar grandes prejuízos, com alta incidência favorecida pela “ponte verde” do cultivo contínuo de milho (safra e safrinha), além de condições climáticas propícias, como baixas altitudes e altas temperaturas.
  • Mato Grosso: desde a safra 2020/21, sofre com o aumento da pressão da praga em municípios como Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum.
  • Mato Grosso do Sul: desde 2021, na região sul do Estado, onde o milho é cultivado predominantemente na safrinha, as populações de cigarrinhas, que antes eram pequenas, passaram a representar uma ameaça significativa.
  • Paraná: os primeiros relatos do aumento da incidência da cigarrinha e dos enfezamentos surgem em 2019.
  • Rio Grande do Sul: problemas com enfezamentos registrados na safra 2020/21, com crescente severidade desde então.

Em 2023, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg) revelou aumento de 177% na incidência da cigarrinha-do-milho nas safras 2021/22 e 2022/23. Estudos indicam que a presença de apenas 15 desses insetos por planta pode devastar até 80% de uma lavoura, enfatizando a gravidade dessa situação para os produtores.

Impacto da cigarrinha leva à queda na produção de milho na Argentina

Na safra 2023/24, houve aumento da incidência de cigarrinhas em várias regiões do Brasil, inclusive no Sul e também na Argentina.

De acordo com estimativa da Bolsa de Comércio de Rosário, a área plantada de milho para a safra 2024/25 pode atingir 7,67 milhões de hectares, representando uma retração de 21% em relação à safra 2023/24. Essa é a primeira redução de área plantada na Argentina após nove anos de expansão. A estimativa da produção de milho de 2023/24 também foi reduzida para 47,5 milhões de toneladas, 20% a menos que na safra passada.

Os danos causados pela cigarrinha-do-milho, que tem incidência favorecida pelas condições climáticas, com invernos menos rigorosos, ausência de geadas e alta umidade, contribuíram efetivamente para essa redução de área e de produção. Estar informado sobre a gravidade da praga em países vizinhos é importante, pois as condições climáticas semelhantes e a proximidade geográfica podem resultar em problemas similares no Brasil.

Cigarrinha-do-milho (Daubulus maidis)

A cigarrinha-do-milho, pertencente à ordem Hemiptera e à família Cicadellidae, é um inseto que tem o milho como seu único hospedeiro, ou seja, onde ela se aloca, se alimenta e se reproduz, completando o seu ciclo.

É um inseto sugador e durante o processo de sucção pode transmitir fitoplasmas e espiroplasmas, que são bactérias da classe Mollicutes, desprovidas de parede celular e responsáveis pelos enfezamentos vermelho e pálido.

Os enfezamentos são um dos principais desafios sanitários na produção de milho, podendo comprometer até 90% da produtividade em genótipos suscetíveis. Essas doenças sistêmicas vasculares ocorrem quando patógenos, como fitoplasmas e espiroplasmas, colonizam o floema das plantas, resultando em desordens fisiológicas, hormonais e bioquímicas.

Os sintomas mais intensos aparecem na fase reprodutiva, incluindo brotos axilares, perfilhamento basal, espigas pequenas e mal formadas, encurtamento dos internódios e acúmulo de sacarose no colmo, o que facilita infecções fúngicas, levando ao tombamento das plantas e consequentes perdas na produtividade. Os sinais nas folhas do milho apresentam características distintas conforme o tipo de enfezamento:

  • Enfezamento Vermelho: manifesta-se pelo avermelhamento das folhas, que começa nas bordas e avança em direção ao centro e ao ápice, seguido por seca da folha.
  • Enfezamento Pálido: caracteriza-se por estrias cloróticas que se estendem da base ao ápice da folha, paralelas às nervuras.
Levantamentos fitossanitários da ocorrência de enfezamentos nas principais regiões produtoras de milho do país. Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). 

Além dos enfezamentos, a cigarrinha-do-milho também pode ser vetor de vírus que causam doenças, como:

  • Virose da risca ou rayado fino (Maize rayado fino virus – MRFV): reduz a produção de grãos em até 30%, com sintomas como pontos cloróticos ou linhas curtas nas folhas que coalescem ao longo das nervuras, formando riscas.
  • Virose do mosaico estriado do milho (Maize rayado fino virus – MRFV): pode causar até 50% de perdas na produção, caracterizada por manchas verde-claras intercaladas com áreas de verde normal, resultando em um padrão de mosaico nas folhas. Essa doença leva a plantas com crescimento reduzido, abortamento das gemas florais, além da produção de espigas e grãos menores.

Fatores que contribuem para a alta pressão da cigarrinha

A cigarrinha Daubulus maidis tem o milho como sua principal planta hospedeira no Brasil, permitindo que se alimente e se reproduza ao longo do ano, especialmente em áreas onde se cultiva o milho na primeira e na segunda safra. Na entressafra, a presença de milho tiguera cria uma “ponte verde” que facilita o ciclo contínuo de infestação.

Ela também pode se abrigar em outras gramíneas, onde se alimenta garantindo sua sobrevivência até o plantio do milho. Por isso, é importante fazer o manejo das plantas daninhas na área.

Outro ponto que favorece o aumento populacional da cigarrinha é a semeadura antecipada em áreas isoladas, já que esse inseto tem uma alta capacidade migratória. Além disso, regiões quentes e de baixa altitude, com janelas de semeadura mais longas, também contribuem para a proliferação da praga. 

Percevejo-barriga-verde (Diceraeus melacanthus e Diceraeus furcatus)

Com o avanço do sistema de plantio direto e a prática de sucessão soja-milho, o percevejo-barriga-verde tornou-se uma praga de grande relevância, especialmente no cultivo do milho, em que pode causar prejuízos de até 60%, levando até à necessidade de replantio.

A espécie Diceraeus melacanthus é a mais comum desse percevejo, predominando em regiões subtropicais e tropicais com temperaturas elevadas. Em contraste, Diceraeus furcatus prefere regiões com climas mais amenos, como o Rio Grande do Sul.

A primeira incidência registrada de D. melacanthus causando danos em plântulas de milho ocorreu em 1993, em Rio Brilhante (MS). Desde então, ambas as espécies têm sido observadas em lavouras de milho, trigo, sorgo, girassol e em diversas plantas invasoras na Região Centro-Sul do Brasil.

O percevejo-barriga-verde causa danos significativos ao milho, especialmente nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta, de V1 a V3, comprometendo o potencial produtivo da cultura. Um percevejo por m² pode reduzir a produção de grãos de milho em cerca de 5,38% por hectare. O nível de dano econômico é atingido com a presença de 0,8 percevejo por m² quando a praga é detectada no estágio de uma folha, V1.

Os danos causados pelo percevejo ocorrem por meio da introdução do seu estilete no colo da plântula, injetando toxinas que provocam alterações fisiológicas e deformações. Os principais sintomas incluem perfilhamento, lesões necróticas e “encharutamento”, em que as folhas permanecem enroladas. Em casos severos, pode levar à morte da planta, começando pelo murchamento das folhas centrais, sintoma conhecido como “coração morto”, progredindo para o secamento.

Manejo da cigarrinha e do percevejo-barriga-verde

Durante a fase inicial de desenvolvimento, o milho define seu potencial produtivo; por isso os danos causados por pragas nesse estágio podem causar grandes prejuízos. É preciso adotar estratégias de manejo que combinem diferentes técnicas e sigam as boas práticas agrícolas para mitigar os impactos provocados pelas pragas.

  • Eliminação de plantas voluntárias: esses insetos podem sobreviver na palhada ou em plantas tigueras e gramíneas, o que pode resultar em uma população considerável no momento do plantio do milho.
  • Escolha de cultivares tolerantes: plantar cultivares com maior tolerância genética aos enfezamentos pode ajudar no controle de danos.
  • Controle químico: utilização de inseticidas no tratamento de sementes e pulverizações foliares nas fases iniciais do milho.
  • Controle biológico: uso de fungos entomopatogênicos e vespas parasitóides.
  • Pulverizações regionais simultâneas: em áreas com alta incidência de enfezamentos, é recomendado que os produtores realizem pulverizações simultâneas para evitar a migração de cigarrinhas de áreas vizinhas.
  • Manejo cultural: evitar a semeadura de novas áreas de milho próximas a plantios mais velhos para reduzir a concentração das pragas.

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