Em 2021, o produtor estava diante de um cenário jamais visto no setor agro. A crise energética na China, problemas de logística e o aumento nos custos do frete marítimo nos portos do mundo todo foram alguns dos fatores que levaram à escassez dos insumos agrícolas, fazendo com que os preços de fertilizantes, por exemplo, aumentassem em mais de 100% (fonte: FAESC).
A tendência para este ano que se inicia é de que o quadro se mantenha, de acordo com dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Em relação à produtividade, a previsão é de uma safra de grãos recorde.
O 5º levantamento feito pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) informa que, devido à forte estiagem que afetou os Estados da região Sul e o centro-sul de Mato Grosso do Sul, haverá uma quebra na produção nacional de grãos, sobretudo na soja e no milho.
Assim, mesmo com uma revisão nas estimativas, caindo de 288,6 para 268,2 milhões de toneladas de grãos, ainda se espera uma safra recorde, 5% superior à safra anterior, segundo boletim da Companhia. Outro ponto que chama atenção para essa safra são os custos de produção, que também devem ser um dos mais altos da história.
O impacto na vida do produtor
Durante uma coletiva de imprensa, Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), afirma que, mesmo com a elevação dos preços e o aumento da produção de algumas culturas, espera-se que a alta dos custos de produção deve diminuir de forma significativa a margem de lucro do produtor rural de maneira geral.
Na mesma entrevista, Lucchi também comenta sobre o encarecimento dos financiamentos em 2022, por causa dos juros altos. Portanto, é possível deduzir um cenário mais complexo para o produtor em relação à tomada de crédito.
Nesse contexto, alguns fatores devem determinar o comportamento para a safra brasileira 2021/22, os quais precisam ser acompanhados de perto: o abastecimento de insumos agrícolas, a logística e as condições climáticas sob os efeitos do La Niña.
O desempenho da economia brasileira carece de maior atenção este ano, pois algumas incertezas no cenário econômico devem influenciar o setor. Assim, a expectativa é de diminuição do ritmo de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio, num déficit entre 3% e 5% em relação a 2021, segundo a CNA e o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Sobre o VBP (Valor Bruto da Produção), índice que determina o faturamento da atividade na agropecuária, a esperança é de que a elevação da receita aconteça em menor ritmo frente a anos anteriores. O valor foi de R$ 1,25 trilhão em 2022, crescimento de 4,2%.
Lucchi diz ainda que, se determinada cadeia tem um mercado internacional para complementar, mesmo havendo incremento no custo de produção em dólar no momento da venda, há um equilíbrio. O problema está nas cadeias que não exportam em volumes significativos. “Neste momento, as exportações são importantes para equilibrar essa conta e diversificar para que essas outras cadeias sofram menos com a alta dos custos”, afirma o especialista.
Vale ressaltar a importância de trazer novos acordos internacionais para o Brasil. Principalmente em regiões de maior crescimento, como o sudeste asiático. Com isso, é possível causar um impulso ainda maior nas cadeias agropecuárias, estimulando a produção e diminuindo a volatilidade do mercado interno.
Acompanhamento será importante
A Diretoria de Relações Internacionais da CNA mostra que alguns fatores devem ser monitorados pelo setor agrícola, como os desdobramentos da pandemia, as questões que envolvem o transporte marítimo, a oferta global de insumos e o comércio internacional.
A fim de informar todos os elos da cadeia agrícola, a Syngenta, por meio do canal de notícias Mais Agro, coloca-se na função de oferecer atualizações sobre o mercado interno e externo, além de auxiliar o produtor nos momentos de tomada de decisão.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.
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