O Brasil é um importante exportador de algodão, e fica atrás apenas dos Estados Unidos em volume de envio desse produto para outros países. O principal mercado dentro desse setor é a China, que figura como o maior importador de algodão mundial.

Esse cenário parece bastante promissor para o produtor brasileiro. No entanto, ainda há alguns detalhes que devem ser observados, como um planejamento cuidadoso, a fim de obter um saldo bastante positivo com a cultura de algodão.

Qual a previsão para as próximas safras?

Segundo o Boletim de Grãos de dezembro de 2021 publicado pela Conab, há a estimativa de aumento de 1,5% na produção de algodão na safra 2021/22, totalizando 2,61 milhões de toneladas.

Além disso, o valor do algodão está alto, ainda sob o efeito da pandemia do Covid-19, embora haja produção suficiente para manter a oferta do produto em todo o mundo. Mesmo que isso pareça bastante positivo, é preciso cautela.

O aumento dos preços dos insumos agrícolas necessários para o desenvolvimento da cultura pode comprometer a margem de ganho dos produtores. Também é importante citar que os preços estão artificialmente inflacionados, e devem normalizar por volta do segundo semestre de 2022, segundo Márcio Guimarães Silva, Business Consulter da Unique Commodities Ltda.

Qual o cenário para exportação?

Algodão

O Brasil deve continuar mantendo o alto nível de exportação de algodão, principalmente para a China, mas enfrenta um obstáculo comum a todos os países: o elevado valor do frete marítimo. Entre o início de 2020 e junho de 2021, os preços dos fretes acumularam uma alta de 70%, segundo dados do StoneX publicados no portal Mercado Agrícola.

As salgadas taxas de envio de commodities ainda não permitem uma margem de ganho mais larga, embora haja uma boa demanda pelo algodão brasileiro no exterior.

Essa dificuldade é percebida não só no Brasil, mas em todo o mundo. Os Estados Unidos, principal exportador do produto, também sofrem com esses valores.

Pensando nos limites geográficos brasileiros, embora o transporte ferroviário nacional seja deficiente, há outras alternativas para o escoamento do algodão entre os estados.

Mesmo que o Porto de Santos – principal ponto de saída de produtos de exportação no país – tenha apenas um ponto de recebimento de carga ferroviária, Márcio lembra que o transporte rodoviário permite um bom escoamento de cargas. Com isso, a produção das demais regiões, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste, também pode ser aproveitada para a exportação.

Por que o Brasil ainda não lidera o ranking de exportação?

Mesmo com a competitividade que o algodão nacional oferece, nosso país ainda figura no segundo lugar entre os exportadores da commodity apenas pelo volume gerado do produto.

Embora as expectativas sejam bastante positivas e o uso da tecnologia e da informação auxiliem na obtenção de um maior volume de produção por área, o Brasil ainda não consegue alcançar os níveis dos Estados Unidos nesse aspecto.

Apesar disso, a preocupação com a qualidade deve ser mantida a fim de garantir esse espaço. A adoção de técnicas de manejo adequadas e de cuidados pós-colheita são essenciais para que a fibra tenha um alto padrão de qualidade para a exportação.

O Programa Standard Brasil HVI, da ABRAPA, é responsável pela análise do algodão produzido, verificando características como resistência, comprimento, elasticidade e fiabilidade, entre outros aspectos importantes, a fim de garantir um padrão e facilitar a venda ao mercado externo.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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Redação Mais Agro