Sobre a corda-de-viola

As cordas-de-viola, em sua grande maioria, são consideradas ervas daninhas de grande importância, por afetarem principalmente lavouras perenes, como cafezais e pomares, mas também diversas culturas importantes com soja e cana-de-açúcar, competindo por espaço e recursos. A erva daninha tem preferência por semi-arenosos, porém se adapata com facilidade a diferentes tipos de solos, e ainda ocorre praticamente em todas as regiões agrícolas do país, contendo mais de 140 espécies distribuídas de Norte a Sul, Leste a Oeste. Interessante que também é utilizada como planta ornamental em especial para revestir muros e cercas. Seus outros nomes populares são corriola, campainha e jetirana.

De hábito trepador e hastes fibrosas, a corda-de-viola, Ipomoea sp., causa grandes transtornos durante a colheita principalmente das lavouras de verão, ocasionando prejuízos à produção e ao bolso do produtor.

Espécie anual, reproduzida por sementes, as quais normalmente tem formato ovóide ou subgloboso, com pequenos pêlos, lisas ou levemente enrugadas. Planta herbácea de caules e ramos finos, alongados e volúveis, de coloração variando entre o verde e o vermelho, que se distribuem sobre o solo ou sobem em obstáculos de até 3 metros. Sua coloração e suas flores são de aparência vistosa. Raiz principal pivotante. Plântula de cotilédones com a parte frontal divida em dois lobos bem definidos, com nervuras proeminentes. Adaptação em qualquer tipo de solo, com ou sem insolação.

A característica de trepadeira dificulta o processo de colheita em culturas como a soja e cana-de-açúcar. As folhas são simples e ocorrem ao longo do ramo, contendo um longo pecíolo. O limbo é de aparência cordiforme ou trilobadas, podendo conter variada quantidade de lobos bem definidos. Coloração verde, com pequenos pêlos ou glabra. As folhas também apresentam grande variabilidade entre as espécies, principalmente no formato, número de lobos e na pilosidade. O tamanho das flores auxilia na identificação das espécies. A coloração é muito variável entre as espécies e, às vezes, em uma mesma planta. O aspecto do fruto é importante na taxonomia, onde o número de lóculos é essencial.

Culturas afetadas pela corda-de-viola

As cordas-de-viola são um grupo de plantas invasoras muito comum, infestando lavouras anuais e perenes em praticamente todas as regiões agrícolas do pais. As plantas deste gênero são muito prejudiciais em função da dificuldade que impõe a colheita mecanizada, além de manter os ambientes com alta umidade. São difíceis de serem controladas. As culturas mais afetadas são:

Abacaxi, Acácia negra, Algodão, Algodão – OGM, Algodão Libertylink®, Algodão S.P.D., Ameixa, Amendoim, Arroz, Arroz irrigado, Arroz irrigado S.P.D., Arroz S.P.D., Arroz sequeiro, Aveia, Aveia preta, Azevém, Banana, Batata, Cacau, Café, Cana-de-açúcar, Cana-de-açúcar (em Pós-emergência), Cana-de-açúcar (em Pré-emergência), Cana-de-açúcar (logo após o corte), Cana-de-açúcar (logo após plantio), Cana-de-açúcar (maturação), Cana-de-açúcar (Planta), Cana-de-açúcar (Soca), Cana-de-açúcar S.P.D., Canola, Citrus, Coco, Eucalipto, Eucalipto (Florestas implantadas), Eucalipto (Implantação da Floresta), Eucalipto S.P.D., Feijão, Feijão S.P.D., Fumo, Girassol, Maçã, Mamão, Mandioca, Manga, Milheto, Milho, Milho (Pós-emergência), Milho (Pré-plantio), Milho – Geneticamente Modificado, Milho S.P.D., Nectarina, Pastagens, Pera, Pêssego, Pinus (Florestas implantadas), Pinus (Implantação da Floresta), Seringueira (Floresta implantada), Seringueira (Implantação da Floresta), Soja, Soja – Geneticamente Modificada, Soja CV – Geneticamente modificada, Soja Dessecação, Soja S.P.D., Sorgo, Trigo, Trigo S.P.D., Uva.

Danos causados pela corda-de-viola

As perdas causadas pela corda-de-viola são signifcativas e podem ser devidas à competição ou indiretamente, reduzindo a qualidade do produto colhido. A competição ocorre quando qualquer fator de ambiente (água, luz ou nutrientes) é dividido entre a cultura e as invasoras, e se torna limitante à obtenção de altas produtividades.

A redução mais acentuada da produtividade das culturas ocorre quando a competição acontece nos estádios iniciais de desenvolvimento, denominado período crítico de competição, que se estende, em geral, até 50 dias após a emergência das plantas, podendo ser diferente dependendo da cultura em produção. Durante esse período, os prejuízos provocados são irreversíveis, e é por isso que nessa época qualquer cultura deve estar livre da interferência das plantas daninhas.

Embora a competição tardia não afete significativamente o rendimento em geral, ela pode interferir nas operações de colheita e na qualidade do produto colhido, cada cultura com suas particularidades. No caso de produção de grãos por exemplo, a contaminação dos mesmos com partes de plantas daninhas e/ou com suas sementes provoca sua depreciação. Além disso, podem ainda: dificultar a colheita, elevar a umidade dos grãos e os custos de secagem, favorecer sua fermentação, aumentar a incidência de pragas no armazenamento e, inclusive, diminuir o valor recebido pelos produtores, devido aos descontos causados pela impureza e umidade de grãos.

Já para cana-de-açúcar, outro exemplo de cultura onde a corda-de-viola é muito importante, os danos causados pela erva daninha estão presentes em todos os ciclos da produção. Na fase adulta, prejudicam a absorção de luz pela cana, diminuindo a fotossíntese e a produção de sacarose. Além desses problemas, a planta daninha ainda dificulta a colheita mecânica, “embuchando” a máquina e exigindo cuidados constantes do operador, que perderá tempo e eficiência.

Métodos de controle da corda-de-viola

Para controle da corda-de-viola, é recomendado um manejo integrado de plantas invasoras:

•           Controle Preventivo

Adotar algumas ações podem reduzir o aparecimento de plantas daninhas na lavoura. São medidas que estão ao alcance do produtor, como a limpeza rigorosa de implementos e maquinário, além do uso de sementes ou mudas certificadas. Essas práticas previnem a entrada de sementes de plantas daninhas no campo de cultivo e impedem que se proliferem.

•           Controle Cultural

O controle cultural é mais uma ferramenta que deve ser levada em consideração no manejo e consiste em:

  • Escolha de espécies adaptadas à região de plantio
  • Escolha da época de plantio
  • Densidade e no espaçamento entre as plantas
  • Rotação de cultura.

Dentre essas associações de estratégias, temos também o plantio direto como base de formação de uma massa de cobertura sobre o solo. A cobertura inibe a emergência de algumas espécies de plantas daninhas que necessitam mais luz para germinar. No caso da cana, essa cobertura também é possível utilizando-se a palhada.

•           Controle Físico

O controle físico pode ser realizado por meio da solarização do solo, com fogo e/ou inundação. Para se fazer a solarização, utiliza-se uma cobertura de polietileno transparente. Com isso, a temperatura do solo aumenta, matando o embrião da planta daninha – a plântula. Quantidade de luz, umidade do solo, tempo de permanência da cobertura são fatores que influenciam no sucesso da prática. Já o uso do fogo eleva a temperatura da planta em um curto espaço de tempo, ocasionando a sua morte. Por fim na inundação são usadas lâminas de água em espaços abertos no terreno, chamados de tabuleiros ou quadros. São métodos de controle que também devem ser considerados dependendo da cultura em produção, porém normalmente encontra-se dificuldades para implementação dessas metodologias.

•           Controle Químico

O controle químico de plantas daninhas é feito com uso de defensivos, mais especificamente de herbicidas. É de fundamental importância o conhecimento sobre a dinâmica dos herbicidas e seus diferentes mecanismos de ação na planta invasora.

É preciso saber a dose correta do produto associada à tecnologia de aplicação. o momento correto de aplicar de acordo com o estádio de desenvolvimento da planta daninha e número de aplicações. Muitas vezes é utilizado como estratégia uma única aplicação ou ainda aplicações sequenciais.

A tecnologia tem otimizado a aplicação de defensivos químicos no campo. O controle químico, hoje, é feito com o uso de pulverizadores tratorizados e aéreos.

•           Controle Mecânico

O controle mecânico de plantas daninhas é feito por meio do arranquio manual ou uso de equipamentos como a enxada e cultivadores (enxada fixa ou rotativa). Mesmo após a introdução de herbicidas no mercado, o uso desses equipamentos é muito comum. Principalmente em pequenas propriedades, em que o emprego de outros métodos de controle é limitado devido à falta de equipamentos e à topografia do terreno. Já em grandes propriedades, o uso do controle mecânico de plantas daninhas é bastante reduzido, em razão da necessidade de maior agilidade.

Para culturas como a cana-de-açúcar ou ainda outros cultivos de perenes, o controle manual e mecânico das cordas-de-viola são geralmente ineficazes, pela dificuldade de operação. Nesse caso, o controle químico tem se destacado, por ser mais eficaz e durável no combate à germinação e no desenvolvimento da trepadeira.

Produtos indicados para o manejo da corda-de-viola

A variedade de herbicidas da Syngenta traz o suporte necessário para o manejo das plantas daninhas de difícil controle, amenizando os prejuízos causados. Para o manejo da cordas-de-viola, os produtos indicados são: Flex, Proof, Reglone, Gesapax, Gesaprim, Gesagard, Quoran, Gopan, Primatop, Primóleo, Calipen, Grover, Actend, Calaris, Callisto, Envoke, Kleios, Krismat, Lumica, Meristo, Touchdown e Zapp Qi. Consulte sempre um profissional especializado.

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