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A fase de enchimento de grãos, que normalmente ocorre entre os meses de janeiro e abril, é de suma importância para o desenvolvimento do cafeeiro e para uma produção de qualidade.

Nesta etapa são definidos, tamanho, peso e a qualidade dos frutos, o que influencia no rendimento final. Isso implica em um monitoramento constante das lavouras por parte dos produtores, e de uma necessidade de chuva na medida certa.

O sucesso desse processo necessita de muita água, que é o elemento responsável por transportar os nutrientes essenciais do solo até as células das plantas e, garantir também o processo de fotossíntese e regulação térmica, colaborando para a uniformidade dos grãos.

A necessidade de água na fase de enchimento dos grãos é grande e pode influenciar muito no resultado final

A água quando ausente, leva a planta ao estresse hídrico, resultando em frutos subdesenvolvidos com peso e qualidade menores.

O desempenho tão importante da água no enchimento dos frutos, chama atenção, por exemplo, para as práticas de irrigação, que crescem cada vez mais entre os cafeicultores.

Se ausente, o estrago pode ser grande, mas em excesso a água também pode promover a perda de nutrientes e o surgimento de doenças. O engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procafé, Alyson Fagundes, lembra que a influência do fenômeno El Niño, deve gerar prejuízos para a próxima safra. E um dos principais impactos nas regiões produtoras têm sido a ausência de chuva e as altas temperaturas.

“Janeiro e Fevereiro serão cruciais para granação, se faltar água nesses meses já era essa fase e a safra reduzirá significativamente. Então para anos de El Niño, nós sempre podemos esperar por fortes emoções”, ressalta Alysson Fagundes.

Os frutos menores já são esperados, segundo Fagundes. As precipitações ocorridas no final de novembro não foram positivas para os cafezais, expostos à altas temperaturas.  As  lavouras precisam de chuvas constantes até o mês de março para resultados excelentes. “Quando a chuva começa a faltar nós já sabemos que vamos ter prejuízo em alguma fase desse desenvolvimento da frutificação e prejuízo futuro. Em 2023, tivemos chuvas boas em outubro, porém o mês de novembro foi péssimo, então com certeza nós já teremos perdas”, explica Fagundes.

Irrigação para redução de perdas

Como não é possível controlar o clima, o que pode ajudar nos resultados positivos são mecanismos que auxiliam o produtor a levar condições melhores para a lavoura.

A irrigação é hoje o único caminho para amenizar as perdas frequentes do estresse hídrico, ocasionado pelo El Niño.

O pesquisador Alysson Fagundes, lembra da irrigação como um método de prevenção, aliado a um bom manejo. O grande desafio do produtor nos  dias atuais, é conseguir manejar o sistema de irrigação com eficiência e qualidade. “Um bom manejo pode ser realizado por meio do monitoramento do clima e da lavoura”, ressalta o pesquisador Fagundes.

Outro parâmetro para saber quando e quanto irrigar, é o monitoramento do solo que permite verificar o nível da água.  Além disso, o trato cultural bem feito, também ajuda a encontrar o nível de nutriente e a aplicabilidade de fertilizantes, de modo a equilibrar e atender as necessidades específicas  durante o enchimento de grãos.

Outro ponto importante, é que os monitoramentos também ajudam a regular e controlar pragas e doenças, conservando ainda mais o solo, para contribuir com a melhor retenção de água.

A busca pela produtividade

E os cuidados não se limitam somente à fase de granação, mas no acompanhamento e desenvolvimento geral da lavoura. O foco na produtividade precisa estar associado a manutenção adequada do cafezal, conforme destaca o professor, engenheiro agrônomo e pesquisador do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Braz Matiello.

Conforme ele, o produtor precisa pensar em reduzir os custos e melhorar a rentabilidade, sem deixar de lado a competitividade do café em relação a outros ítens agrícolas.

A ação das altas temperaturas nas plantas e ausência de chuvas é o que tem gerado grande preocupação entre os cafeicultores

“Os custos são evidentes, pois as despesas são praticamente as mesmas, independentemente da lavoura estar muito ou pouco produtiva. Por sua vez, os gastos variáveis, com fertilizantes, práticas como a irrigação e outros, influenciam bastante na produtividade. Então, o que deve se buscar é uma interação favorável, que mesmo com a menor produção por planta, resulte em uma boa produção por área”, enfatiza Matiello.

A fase do enchimento de grãos também permite ao produtor estabelecer metas de produtividade e ainda um manejo de pragas que evite a proliferação de doenças durante o desenvolvimento dos frutos, com monitoramento, controle biológico e inseticidas. Este controle pode garantir a proteção da lavoura e, consequentemente, ajudar no  desenvolvimento do grão. 

Muitos produtores que já fazem uso do sistema de irrigação, reafirmam a melhora nos desenvolvimento dos frutos


Outra alternativa para melhorar a produtividade é o manejo nutricional que pode auxiliar na entrega de maiores grãos e mais peso. A nutrição tanto do solo quanto da folha pode alcançar os vários estágios de desenvolvimento da planta e com isso, aumentar a qualidade do produto, resultando em uma  colheita de sucesso. 

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