Setor cafeeiro monitora oscilações climáticas e possíveis impactos
O clima tem sido, nos últimos anos, uma das principais preocupações dos cafeicultores. O mês de julho marca a proximidade do fim e o início de mais um ciclo para o setor cafeeiro.
As últimas previsões da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica) apontaram que o Brasil entrou em fase neutra desde o final de junho. O relatório também reafirmou o resfriamento contínuo das temperaturas da superfície do mar no Pacífico Central, o que confirma o desenvolvimento de mais uma La Niña.
A agrometeorologista da Rural Clima, Ludmila Camparotto, explica que, ao longo do inverno, a Lã Niña deve se desenvolver, ocorrendo entre os meses de agosto e setembro. “Tudo vai depender muito do grau de intensidade com que essas águas vão se resfriar, mas provavelmente entre esses meses teremos a configuração da La Niña”.
O que é uma La Niña?
O fenômeno climático se caracteriza pelo resfriamento anormal das águas do Pacífico. Ele traz alterações sazonais e pode durar entre nove a doze meses. No Brasil, é sentido em várias regiões, impactando principalmente o regime de chuvas.
Sob efeito do fenômeno, nas regiões Norte e Nordeste, a tendência é de aumento no volume de precipitações, enquanto na região Sul, estiagem e temperaturas elevadas podem ser esperadas.
No Centro-Oeste e Sudeste, os impactos podem variar. Nas últimas ocorrências, essas regiões tiveram baixo volume de chuvas e queda de temperatura ao longo do verão.
A La Niña para a cafeicultura: fenômeno sinaliza preocupação no Brasil
O atraso na retomada das chuvas é uma tendência para as áreas cafeeiras do Brasil com a presença do fenômeno climático. Um período de estresse hídrico pode ocorrer devido a um pequeno atraso das chuvas.
“É claro que podemos ter algumas chuvas esparsas entre agosto e setembro, o que já pode provocar a abertura de flores, e em seguida uma florada tardia principal pode vir na segunda quinzena de outubro”, explica Ludmila.
De acordo com as previsões, o atraso na regularização das chuvas pode impactar em uma florada tardia nesta temporada. “Porém, precisamos destacar que quando as chuvas se regularizarem, dificilmente teremos longos períodos sem precipitações, o que acaba sendo bastante benéfico”, enfatiza Ludmila.
No ano passado, as altas temperaturas recordes prejudicaram bastante a cafeicultura brasileira. No entanto, sob efeito da La Niña, a tendência é de temperaturas normais, sem extremos. Ludmila pontua que, se tivermos um Atlântico mais frio, essas frentes frias não avançariam com tanta intensidade e, por isso, as chuvas podem ficar um pouco mais irregulares. “Mas, de maneira geral, em um ano de La Niña, que é caracterizado pelo resfriamento anormal do Pacífico, espera-se um comportamento climático mais equilibrado.”
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Diante deste cenário, os cafeicultores devem se preparar para lidar com possíveis atrasos nas chuvas e variações climáticas. O monitoramento constante das previsões meteorológicas e a adoção de estratégias de manejo adequado podem ajudar a minimizar os impactos da La Niña sobre a produção cafeeira. A expectativa é que, mesmo com os desafios, as condições climáticas estabilizem de maneira a garantir uma colheita satisfatória.
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