O Brasil é o maior produtor e maior exportador de café do mundo. Diante dessa informação, é fundamental entender como obter bons resultados nas lavouras cafeeiras brasileiras e quais fatores desafiam a produção do grão no país. Para isto, as últimas safras demonstram que desafios climáticos e mercadológicos terão de ser superados para obtenção de bons resultados produtivos.

O mercado internacional também impacta os cafeicultores brasileiros, principalmente em função do aumento dos custos de produção.

Produção cafeeira na safra 2022/23

A participação do Brasil no cenário mundial da produção de café é expressiva. Cerca de 36,75% do total produzido no mundo provém das lavouras brasileiras. Embora a distância do segundo maior produtor seja grande, a produção vem enfrentando obstáculos nas últimas safras.

As intempéries climáticas, como o déficit hídrico nas lavouras, ocorrência de temperaturas baixas e até mesmo episódios de granizo, impactam não somente a safra em que ocorrem, mas também as futuras.

Além disso, os resultados econômicos da cafeicultura dependem da análise correta do cenário mercadológico nacional e internacional, para realização de bons negócios na comercialização.

Participação do Brasil no mercado mundial de café

Além de ser o principal produtor de café no mundo, o Brasil também ocupa o primeiro lugar em exportações do grão, correspondendo a 29,66% do quantitativo total.

O mercado interno se mantém aquecido, sendo o país o terceiro maior consumidor do grão (o que corresponde a 13,40% do total consumido mundialmente), atrás da União Européia e dos Estados Unidos, que ocupam o primeiro e segundo lugar, respectivamente.

Entendendo o histórico das últimas safras e seus impactos nas projeções futuras: desafios climáticos e mercadológicos

As quebras de produção da safra vigente, subestimadas, refletem fatores climáticos de ocorrência em, pelo menos, duas safras passadas, por isto, é fundamental que os produtores saibam como driblar e mitigar estes efeitos.

Especialistas conversaram, no podcast Cafeína, sobre os principais fatores responsáveis pela quebra das últimas safras, as perspectivas para a próxima safra e os desafios climáticos e mercadológicos que influenciarão no desempenho da cultura.

Os principais pontos você confere a seguir:

Desafios climáticos

A safra 2021/22 foi marcada pela ocorrência de déficit hídrico prolongado em diversas regiões produtoras. A ausência de chuvas em volume e frequência necessárias refletiu negativamente no crescimento e no desenvolvimento da cultura.

No início de 2021, a ocorrência de um veranico entre os meses de janeiro e março também impactou o crescimento da cultura.

Após o estresse hídrico acentuado, a cultura foi, ainda, acometida pela ocorrência de geadas, com impacto principal sobre o café arábica em todas as regiões produtoras.

Na pré-florada da cultura, ocorreu novamente um déficit hídrico, refletindo em reduções significativas do pegamento da florada da cultura, especialmente do café arábica.

Estes eventos refletiram na quebra da safra 2022/23, de modo que as lavouras de carga baixa de produtividade foram as mais afetadas. A projeção inicial dos produtores era significativamente superior ao efetivamente colhido.

Estimativas safra 2023/24

Para a próxima safra, espera-se produção superior às obtidas na safra anterior, no entanto, não é considerada uma super safra.

Se nenhuma adversidade climática ocorresse, ainda seria possível que faltasse café no mercado interno.

No entanto, no Estado de Minas Gerais, que possui participação importante na produção de café no Brasil, chuvas de granizo que ocorreram nos últimos meses pode impactar significativamente no volume produzido, bem como na qualidade dos grãos.

Diante deste cenário, é possível que o volume produzido seja inferior ao esperado, e que falte café para comercialização no mercado interno.

Desafios mercadológicos

Frente ao custo do café para o consumidor final, no último ano, a procura pela bebida apresentou queda.

Os especialistas destacam ainda que a explosão dos preços de comercialização não é a solução para a cadeia, pois este cenário poderia modificar o hábito de consumo, de modo que consumidores optariam por outras bebidas, como chá e energético.

O que a cadeia do café necessita é produzir cada vez mais com redução dos custos de produção, aumentando assim a sua competitividade no mercado internacional.

6 Dicas de manejo e mercadológicas para driblar os principais desafios da cafeicultura na próxima safra

Para a obtenção de resultados positivos na produção de café, além das condições ambientais favoráveis (não controláveis), existem boas práticas agrícolas que não podem ser negligenciadas para a otimização dos resultados.

O cenário exige que produtores mapeiem desafios e definam estratégias para driblá-los.

Manejo da cultura:

• realizar acompanhamento e nutrição equilibrada da cultura;
• especialmente em áreas de produção de sequeiro, implementar tratamentos que visem a melhoria dos atributos físicos e químicos do solo, bem como o controle de pragas como a cigarrinha e os nematoides, são indispensáveis. Raízes saudáveis e vigorosas auxiliam na absorção de água em grandes profundidades, tolerando o déficit hídrico por maiores períodos;
• controle fitossanitário total, com manejo de plantas daninhas, pragas e doenças causadas por fungos (principalmente ferrugem-do-cafeeiro e phoma) e bactérias;
• realizar todos os tratos culturais necessários à cultura, sem desperdícios. No entanto, vale lembrar que a realização destes tratos culturais devem ocorrer no momento correto em função dos estádios de desenvolvimento da cultura. Atrasos no manejo podem representar perdas.

Mercadológicos:

• análise de informações acerca do mercado nacional e internacional, avaliando custos de produção para planejamento prévio;
• participação do mercado, evitando especulações a longo prazo que possam vir a não se concretizar, realizando vendas em momentos oportunos.

Além disso, a Syngenta conta com a Nucoffee, nossa plataforma exclusiva que oferece tecnologias, orientações e referências técnicas para auxiliar os produtores nas melhores condições de cultivo e comercialização do seu café.

Além disso, as tecnologias de pós-colheita da Nucoffee podem auxiliar os produtores de café na colheita antecipada do fruto, obtendo maior produtividade da lavoura e valor agregado na comercialização. Exemplos de sucesso incluem:

• café nutracêutico, resultado de uma parceria entre a Syngenta e a UFLA (Universidade Federal de Lavras), que desenvolveu um produto que aposta na combinação do sabor diferenciado do café, e da possibilidade de utilizar até 30% de frutos verdes. Este café inovador conta com incremento de 40% nas suas propriedades antioxidantes, beneficiando o consumidor com um sabor complexo e inigualável;
• técnica de fermentação induzida: o Artisans é uma técnica de fermentação induzida dos frutos do café. Ela consiste na adição de leveduras, previamente selecionadas da própria cultura do café, para obtenção de cafés com sabor inimaginável. Esta técnica valoriza os grãos, conferindo valor agregado à sua comercialização.

A busca por soluções que reduzam os impactos climáticos como déficit hídrico e ocorrência de granizo, ambos fatores limitantes nas últimas safras, também é um caminho para reduzir as perdas na lavoura de café.

Fatores climáticos configuram hoje um dos maiores desafios da cadeia produtiva da cultura.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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