Volume de precipitações no verão restauram lavouras e melhoram a expectativas para safra 26

O bom volume de chuvas dos últimos meses colaborou para a recuperação das lavouras cafeeiras do Brasil. 

Segundo o boletim da Fundação Procafé, somente no mês de novembro, a média pluviométrica no Sul de Minas alcançou 246,9 milímetros. O município de Muzambinho, por exemplo, registrou 295 mm de chuva no período. A temperatura média na região foi de 21,3°C. Já na Mogiana Paulista, a cidade de Franca acumulou 283,5 milímetros de chuva, com temperatura média de 22,9°C.

Volume pluviométrico deixou a desejar na última safra
O baixo volume de chuva e as temperaturas elevadas foi um dos principais desafios do cafeicultor em 2024 

O bom volume registrado na maioria das regiões cafeeiras trouxe alívio para plantas que estavam bastante fragilizadas pelo déficit hídrico enfrentado nos meses anteriores. As plantas agora dão sinais de recuperação. Além disso, tem favorecido o bom desenvolvimento vegetativo e frutífero do café

O pesquisador da Fundação Procafé, André Moraes, explica que as plantas estão com um desenvolvimento vegetativo acelerado, pois as chuvas registradas estão acima da média histórica.

“Temos também temperaturas bem semelhantes às médias históricas. Então, aquilo que foi perdido não se recupera, mas, desde que começou a chover, as árvores têm respondido positivamente”, explica Moraes.

O Brasil deve ter uma safra menor em 2025?

Desde o início de janeiro, as lavouras passaram pela fase de desenvolvimento entre expansão e granação dos frutos. No entanto, no que se refere à safra de 2025, a Fundação Procafé prevê um volume menor de produção.

“Os estoques estão baixos — tanto nacionais quanto mundiais. A safra de 2025 é reduzida e a de 2026 ainda está distante. Assim, infelizmente, a possibilidade de escassez de café é uma realidade para todos os elos da cadeia”, pontua o pesquisador da Fundação Procafé, Alysson Fagundes.

Grãos de café em fazenda no interior de Minas
Os produtores observam atentamente as probabilidade climáticas nos próximos meses 

De acordo com os relatórios da fundação, tanto no Sul de Minas quanto no Cerrado e na Mogiana Paulista, a quantidade de café nas plantas preocupa. Segundo André Moraes, a produção está visivelmente limitada.

“Já temos certeza de que será uma safra mais fraca, especialmente na região de arábica. Por outro lado, o canéfora terá um bom desempenho: só o Espírito Santo deve produzir 17 milhões de sacas, o que será de grande ajuda para o Brasil, já que o arábica enfrentará mais um ano de baixa produção”, destaca. 

Impactos e boas expectativas de preços

Na safra de 2024, a ausência de chuvas prejudicou a expansão dos frutos, resultando em uma peneira pequena. No entanto, as chuvas apresentaram volumes significativos e satisfatórios, configurando um cenário promissor para uma safra melhor em 2026.

O período de atividades intensas exigiu atenção redobrada, especialmente com relação à broca e à ferrugem, que demandou cuidados reforçados na maioria das regiões, em especial no Sul de Minas.

Quanto ao mercado, o setor iniciou 2025 com estabilidade nos preços e boas expectativas de novos movimentos ao longo do ano.

“A depender do comportamento da demanda e das condições de oferta no Brasil, podemos alcançar patamares superiores aos atuais”, explica o gerente da Mesa de Operações da Minasul, Heberson Vilas Boas Sastre.

Ainda segundo Heberson, há grande expectativa de novas altas de preços, impulsionadas pelo aumento da demanda global, especialmente pela China. De acordo com ele, o café fino alcançou a cotação de R$2.300 por saca.

Safra de café 2024, no interior de Minas
No ano passado a safra brasileira de um modo geral apresentou peneira baixa, bem como o rendimento também baixo

Os relatórios da Fundação Procafé indicam que as chuvas e as temperaturas favorecem a cafeicultura brasileira. Apesar da previsão de uma safra menor em 2025, o cenário reafirma uma influência positiva para a safra de 2026.

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