Por conta da composição química dos defensivos agrícolas, todo o processo de utilização desses produtos deve ser de total cuidado e atenção. O consumidor deve estar sempre atento aos riscos de exposição durante a preparação, aplicação e descarte destes produtos, a fim de evitar contaminações acidentais.
Há três principais formas de contato e de exposição a defensivos que podem ocorrer de forma acidental: pelas vias dérmica, inalatória ou oral. O primeiro caso pode ocorrer caso o produto caia na pele; o segundo, se o produto for inalado; e a contaminação oral, caso haja uma ingestão – por exemplo, se a pessoa colocar a mão no produto e, em seguida, na boca.
O Head of Human Safety LATAM da Syngenta, Rogério Rodrigues, destaca alguns dos momentos em que o agricultor deve estar atento ao risco de exposição em meio a sua rotina de trabalho. “No momento em que ele preparar a calda, carregar o equipamento de aplicação e aplicar o produto, ele precisa utilizar os EPIs (equipamentos de proteção individual) recomendados em bula para evitar qualquer tipo de contaminação”, explica o especialista. Outro momento de atenção é após a aplicação do produto na lavoura. “Mesmo que ele faça o procedimento anterior com toda a segurança, se ele retornar ao local da aplicação em um intervalo de tempo inferior ao recomendado na bula, há o risco de ocorrer algum tipo de contaminação”, alerta.
Para que todo o processo de utilização de um defensivo seja feito de modo seguro, é essencial que o agricultor siga uma série de boas práticas agrícolas. As principais são: ler sempre o rótulo e a bula com atenção, fazer a higiene necessária, usar a proteção devida e exercer toda a prática com cautela. É essencial que ele respeite as regras de como abrir, misturar, abastecer o equipamento, aplicar o produto e descartar a embalagem, e tenha em mente que cada produto tem suas particularidades. Portanto, é necessário seguir à risca as orientações da bula de cada defensivo que será usado.
Todas as regras para proteção dos agricultores são determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem estar dispostas nas bulas dos defensivos. Algumas das principais orientações são:
– Não comer, beber ou fumar durante o manuseio e a aplicação do produto;
– Não transportar o produto juntamente com alimentos, medicamentos, rações, animais e pessoas;
– Não manusear ou aplicar o produto sem os EPIs recomendados;
– Não utilizar equipamentos com vazamentos ou defeitos e não desentupir bicos, orifícios e válvulas com a boca;
– Não utilizar EPIs danificados, úmidos, vencidos ou com vida útil fora da especificação; e
– Não aplicar o produto perto de escolas, residências e outros locais de permanência de pessoas e de áreas de criação de animais.
Atenção aos EPIs
No momento do manuseio e da aplicação de um defensivo, é imprescindível que o trabalhador sempre utilize o EPI indicado. Ele deve verificar as orientações presentes no rótulo e na bula a respeito do que vestir ao realizar as misturas, ao aplicá-las, e ao limpar embalagens vazias e equipamentos de pulverização.
Cuidados no armazenamento
A Anvisa também determina uma série de regras para que não haja exposição em tarefas que vão além da aplicação do defensivo na lavoura. Entre elas, o de manter o produto adequadamente fechado em sua embalagem original, em local trancado, longe do alcance de crianças e de animais.
Primeiros socorros
No caso de ocorrer contato acidental da pessoa com o produto, seja por contato dérmico, inalatório ou oral, é necessário seguir as orientações descritas na bula e procurar rapidamente um serviço de emergência, levando o rótulo, a bula ou o receituário agronômico do produto. Como as recomendações podem variar conforme o tipo de formulação de cada defensivo, é ideal que se observe o que está na bula do produto específico que está sendo utilizado.
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