Sensorial de cafés brasileiros evidencia regiões produtoras do país
O que muda no sensorial da bebida de um café arábica para um café robusta? Essas duas espécies produzidas no Brasil imprimem na xícara características únicas que evoluíram com o passar do tempo, na lavoura e no pós-colheita.
Os cafés robusta tem adquirido cada vez mais espaço nas cafeterias; antes apresentados como composição para misturas, o queridinho dos blends tem caído no gosto dos coffee lovers e já é famoso em diversos países da Europa, Oriente Médio e África.
A possibilidade de novos sabores a cada xícara é um dos fatores mais marcantes nos últimos tempos quando pensamos na bebida café.
E, se tratando tanto de arábica como de robusta, as possibilidades são muitas. No entanto, ainda assim, as características sensoriais quando comparadas, são completamente diferentes.
Os cafés brasileiros entregam de várias partes do país, sabores únicos e com complexidades específicas que mostram na xícara um pouco sobre as mais variadas regiões produtoras.
Quais as características sensoriais do café arábica?
Comumente, o arábica é produzido em regiões de temperaturas amenas e com altitudes elevadas. Uma bebida conhecida por sua doçura marcante imprime na xícara vários perfis sensoriais, entre eles, frutados, caramelizados e achocolatados.
“Você também pode encontrar no arábica nuances florais ou então mel, castanhas, frutas frescas. Nessa linha dos florais, por exemplo, já encontramos flor de laranjeira, jasmim e especiarias”, explica o barista Dionatan Almeida.
Quais as características sensoriais do café robusta?
Já em altitudes mais baixas e clima mais úmido e quente, os cafés da espécie robusta e variedade conilon sempre foram conhecidos por sabores encorpados, equilibrados, de menor acidez e mais salinidade em comparação com o arábica. Além disso, possuem um teor de cafeína maior.
A bebida pode trazer desde aromas frutados até um perfil sensorial mais cítrico ou amendoado. “Traços como chocolate, caramelo, baunilha e frutas vermelhas são características muito comuns nessas bebidas”, comenta José Carlos de Azevedo, R-Grader e Gerente de Comercialização da Cooabriel.
Existe mesmo bebida especial?
Seja de arábica ou robusta, o mundo já entendeu que os cafeicultores brasileiros conseguem levar para a xícara o máximo de qualidade. Isso tem sido alcançado através do trabalho de pós-colheita, mobilizando na cafeicultura brasileira os cafés especiais.
Esse tipo de produção tem valorizado o trabalho dos cafeicultores no Brasil e gerado mais valor ao grão.
Naturalmente, os cafés arábica possuem uma característica mais refinada na bebida, e essa, por sua vez, ganha amplitude com o pós-colheita. Já os cafés robusta, naturalmente, ganham em produtividade.
No entanto, seja no Sudeste ou no Norte do país, as técnicas de pós-colheita para a entrega de uma bebida especial, com características sensoriais específicas de suas localidades, têm sido aproveitadas.
“A pegada dos especiais está muito atrelada ao valor agregado, à história por trás de cada café. Então, acaba que não é só a qualidade da bebida, mas também as histórias das propriedades e famílias. E isso, principalmente para os pequenos produtores”, destaca Dionatan.
Regiões como Sul e Cerrado Mineiro e Espírito Santo tiveram um grande impacto em suas produções com os cafés especiais. A busca por novas experiências de consumo tem feito os cafeicultores entenderem o novo momento do mercado, principalmente do café robusta.
“Há uma oportunidade no mercado e os produtores buscam formas de aliar produtividade a qualidade. Isso através da seleção de clones e técnicas de manejo ou através do aprimoramento de processos. Neste último critério, ganham destaque as práticas de pós-colheita, como o café cereja descascado e a escolha de métodos de secagem, como fogo indireto e estufa”, diz Edimilson Calegari, Gerente Corporativo de Comercialização e Mercado da Cooabriel.
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E como ficam essas bebidas no mercado?
O consumo de cafés especiais, tanto de arábica como de robusta, demanda uma atenção redobrada de toda a cadeia produtiva. As expectativas apontam que o consumo desse tipo de café deve dobrar nos próximos cinco anos, já que a cada 100 brasileiros, pelo menos 10 buscam por esse tipo de bebida.
Além do incansável trabalho dos produtores em campo, na busca por mais qualidade, na ponta da cadeia a comercialização também precisa de iniciativas que mostrem as diferenças sensoriais dessas bebidas.
“São muitas as maneiras que esses cafés podem ser trabalhados. A cooperativa, por exemplo, oferece suporte aos produtores através de iniciativas como cursos e capacitações, consultoria técnica, realização de concursos e parcerias com outras instituições para transferência de tecnologias”, ressalta Edimilson.
Atualmente, a crescente demanda por cafés especiais têm evidenciado ainda mais os diferentes tipos de sensoriais que podem ser encontrados na xícara do café brasileiro.
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