Cooperativas destacam boa relação de troca e melhor momento para operação de Barter no café surge com receio de alguns produtores em investir

A operação de Barter é uma das principais oportunidades para o cafeicultor valorizar o trabalho de um ano em campo e conseguir mecanismos que podem o auxiliar ao longo da temporada.  E nesta safra, em muitas regiões, o momento para a operação se faz cada vez mais oportuno.

O Superintendente Comercial da Cooxupé, Luiz Fernando dos Reis, explica que o período tem uma paridade atrativa de produtos versus café. Segundo ele, esse equilíbrio ajuda o cafeicultor a garantir boas margens.

“Também é importante para tirar a pressão de vendas no futuro, uma vez que a venda já ocorre no momento da fixação de preços. Dessa forma, o cafeicultor elimina parte do risco na comercialização e fica com o saldo da produção disponível para o comércio”, explicou.

Nas áreas de atuação da Cooxupé, o produtor começou a observar melhor o momento. Com a aproximação da safra, já é possível uma estimativa mais apurada, o que contribui para realização da operação, que desde fevereiro, tem se mostrado bem vantajosa na região Sul de Minas.

Nas áreas de atuação da Cooperativa Agropecuária do Vale do Sapucaí – Coopervas, apesar do bom momento, existe uma baixa adesão do produtor relacionada diretamente à memória de preços. “Em 2021, o café atingiu R$1.800 a saca. O produtor sofreu com as travas de Barter que fez antes desse período”, explica o Gerente Comercial da cooperativa, Samuel Lambert.

Ele pontua que nesse momento, há uma boa relação de troca para fertilizantes e defensivos, além de preços mais atrativos para a aquisição de maquinários, apesar de determinada insegurança que existe entre os produtores.

“No entanto, precisamos frisar que o produtor tem de aproveitar a relação de troca, o Barter o ajuda a ficar menos exposto às oscilações do mercado”, disse Lambert.

Inseguranças e necessidades do cafeicultor

Apesar das boas oportunidades neste início de ano, as safras menores dos anos anteriores trouxeram um certo freio para o cafeicultor. Muitos têm repensado os investimentos, conforme explica o Presidente da Copervass, Alessandro Hervaz. “Muitos produtores estão receosos em investir. Apesar de estarem animados com essa safra, vendo muito café no pé, a maioria tem freado os investimentos. Nós tivemos alguns negócios realizados nas últimas semanas, mas nada acima da média”, pontua.

Alguns fatores, segundo o presidente, têm colaborado muito para esse cenário na região. De acordo com ele, investimentos em mecanização, por exemplo, têm sido freados apesar da necessidade latente do produtor.

“Quando você vendia o café futuro, o preço era maior e o juro era menor. Isso pensando a dois ou três anos. Hoje, você tem uma taxa de juros na média de 12%. Ou seja, está bem mais caro e não tem ágio. Isso tudo tem assustado o produtor na hora que ele vai realizar o Barter. Sem contar que os equipamentos quase dobraram de preço pós-pandemia”, enfatiza.

Alessandro comenta que, como produtor, tem visto poucas negociações e sente na pele a redução de investimentos nos últimos anos, em decorrência da baixa produtividade. Ainda de acordo com ele, esse deve ser um ano de safra boa na região da Mantiqueira e com o produtor mais otimista e necessitado de investimentos, principalmente em mecanização.

“A mão de obra segue cada vez mais cara e difícil para o cafeicultor. No entanto, mesmo com esse aumento nos juros, que impactam fortemente, o produtor vê uma oportunidade de garantir o preço do café através do Barter. Apesar de não ser uma ferramenta tão atrativa, como foi no passado, pelo custo dos equipamentos e valor dos juros, o Barter ainda é uma ótima ferramenta ao produtor”, explica.

Oportunidade ideal

Para a Cooperativa Minasul, o momento também denuncia a excelente relação de troca que favorece ao cafeicultor nesse início de ano. O equilíbrio entre a realidade de cada produtor e uma análise segura sobre as relações de trocas possíveis, é a principal aposta, conforme explica o presidente da Minasul, José Marcos Rafael.

“Entendo que estamos em uma relação muito boa para troca, uma das melhores da história. Saímos de um ano muito complicado e agora estamos com preços acessíveis. Por isso, refutamos esse momento, como uma oportunidade imperdível para o produtor. Custo benefício em termos de troca de café, excelente para que o produtor garanta um bom preço”, destaca.

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