No cenário mundial, a batata é considerada um alimento que promove a segurança alimentar, sendo o quarto mais consumido no mundo, atrás apenas do arroz, do trigo e do milho. No Brasil, a produção de batata é concentrada principalmente nos Estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, que, juntos, representam cerca de 70% da produção nacional.
Os principais fatores que limitam a produtividade da batata são as pragas e as doenças, com destaque para a mosca-minadora (Liriomyza spp.). Essa praga causa sérios danos ao reduzir a capacidade fotossintética das plantas, comprometendo o desenvolvimento da cultura.
O gênero Liriomyza abrange mais de 330 espécies, das quais 12 já foram registradas no Brasil: L. braziliensis, L. sativae, L. huidobrensis, L. braziliae, L. commelinae, L. grandis, L. strigosa, L. insignis, L. microglossae, L. paranaensis, L. trifolii e L. mikaniae. O primeiro relato desse gênero no país ocorreu em 1940, com a L. braziliensis infestando tubérculos de batata.
Na década de 1960, a L. huidobrensis foi detectada em diversas culturas em São Paulo, com os primeiros prejuízos sendo relatados em 1982. Em 1995, essa espécie foi relatada em Minas Gerais e, em 1999, em Goiás, com a batata sendo uma das principais culturas afetadas.
Seu impacto pode causar sérios danos, afetando diretamente a produtividade e a qualidade dos tubérculos. Por isso, conhecer a biologia da mosca-minadora é essencial para um manejo eficiente, permitindo a adoção de estratégias mais eficazes de controle.
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Mosca-minadora (Liriomyza huidobrensis): ameaça à cultura da batata
A Liriomyza huidobrensis é uma praga de ampla distribuição geográfica que ataca uma grande variedade de culturas agrícolas, sendo a batata uma das mais afetadas. Originária do continente americano, essa espécie tem demonstrado grande capacidade de adaptação, o que facilitou sua rápida disseminação em diferentes regiões e condições ambientais.
A mosca-minadora ataca diversas espécies de solanáceas silvestres, que servem como hospedeiras alternativas. Quando a pressão do inseto fica maior nessas plantas, os adultos migram para as áreas cultivadas em busca de novas hospedeiras para a oviposição, aumentando a pressão sobre as culturas agrícolas.
Certos fatores, como temperatura, umidade e disponibilidade de alimento, são determinantes para a duração do ciclo da mosca-minadora. Condições de clima quente e alta umidade aceleram o desenvolvimento dos estágios do inseto, resultando em um ciclo mais curto que favorece as rápidas reinfestações.
Ciclo de vida da mosca-minadora
O ciclo de vida da mosca-minadora é composto por quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto, durando em média de 21 a 28 dias, podendo variar bastante dependendo das condições ambientais.
Durante o ciclo vegetativo da batata, podem ocorrer de 4 a 5 gerações da mosca-minadora, sendo que esse número pode aumentar nos plantios de verão, quando as condições ambientais são mais favoráveis. Essas condições criam um ambiente ideal para a proliferação da praga, aumentando a pressão sobre a cultura e demandando maior atenção no manejo.
Sua elevada mobilidade e capacidade de infestar novas áreas tornam seu controle um desafio, exigindo conhecimento amplo sobre o seu comportamento para que as estratégias de controle sejam mais efetivas. Essas são as fases de desenvolvimento da mosca-minadora:
Fase 1: ovo
- A oviposição ocorre em pequenas perfurações (puncturas) na folha, feitas pelo aparelho mastigador da fêmea.
- A postura dos ovos ocorre preferencialmente pela manhã, geralmente na face inferior dos folíolos da batata.
- Uma fêmea pode produzir entre 500 e 700 ovos ao longo de seu ciclo de vida.
- Os ovos são esbranquiçados e translúcidos, de difícil visualização a olho nu.
- O período de desenvolvimento dos ovos varia de 2 a 8 dias, dependendo das condições ambientais, como temperatura e umidade.
Fase 2: larva
- Após a eclosão, as larvas começam a se alimentar do mesófilo das folhas.
- Elas criam galerias sinuosas, visíveis na superfície das folhas, que são os principais sintomas da infestação.
- As larvas possuem formato cilíndrico, são de cor creme, com a face dorsal amarelo alaranjada no ínstar final;
- O desenvolvimento larval dura de 7 a 15 dias e passa por três ínstares, alcançando cerca de 3 mm de comprimento no último ínstar.
- Após completarem o desenvolvimento, as larvas se dirigem ao solo ou permanecem nas folhas, na base das folhas ou na haste para puparem.
Fase 3: pupa
- O período pré-pupa (intervalo entre a saída da larva da folha e o início da pupação) dura de 2 a 4 horas, dependendo da temperatura ambiente.
- O estágio de pupa representa por volta de 50% da duração total do ciclo. Durante essa fase, ocorre a transformação da larva em adulto.
- As pupas têm formato oval e levemente achatado, medindo cerca de 2 mm de comprimento. Sua coloração varia de amarelo-alaranjado a marrom-escuro.
- Para o desenvolvimento adequado da pupa no solo, a umidade ideal deve variar entre 30% e 70%.
- O estágio pupal dura de 9 a 15 dias, dependendo das condições ambientais.
Fase 4: adulto
- Os adultos emergem do solo ou das plantas onde ocorreu a pupação, exibindo hábitos diurnos, com maior atividade nas primeiras horas da manhã.
- Após 24 horas da emergência, machos e fêmeas se acasalam diversas vezes, o que é essencial para garantir uma boa produção de ovos.
- Logo após o acasalamento, as fêmeas perfuram os folíolos da batata para depositar seus ovos e os machos se alimentam dessas puncturas.
- O tempo de vida dos adultos é de 10 e 20 dias.
Os adultos possuem o corpo preto com manchas amarelas e medem de 1 a 3 mm de comprimento, sendo as fêmeas um pouco maiores.
Danos da mosca-minadora na cultura da batata
As fêmeas da mosca-minadora perfuram os folíolos da batata para depositar seus ovos. Quando as larvas eclodem, elas começam a se alimentar do mesófilo das folhas, criando galerias sinuosas que danificam o tecido foliar.
Com o tempo, essas galerias podem se expandir e coalescer, formando minas maiores que, inicialmente, aparecem nas folhas inferiores e, posteriormente, nas superiores. A cicatrização dessas lesões provoca a formação de pequenas verrugas, e, quando em grande quantidade, conferem às folhas uma coloração prateada-acinzentada.
Os sintomas mais evidentes são as trilhas brancas ou amareladas nas folhas que, em casos de infestações severas, podem causar desfolha prematura, comprometendo o desenvolvimento da planta.
A redução da área foliar limita a capacidade fotossintética da planta, diminuindo o acúmulo de reservas nos tubérculos, que se tornam menores e de qualidade inferior. Além disso, as galerias formadas nas folhas criam portas de entrada para patógenos, aumentando a incidência de doenças.
A rápida sucessão de gerações eleva a pressão da praga sobre a cultura, potencializando os danos causados às folhas. Infestações severas, especialmente no início do desenvolvimento, podem levar à morte da planta.
A dinâmica populacional dessa praga exige o uso de estratégias integradas de manejo, como o monitoramento constante, a aplicação de produtos fitossanitários no momento adequado, o uso de controle biológico e a rotação de culturas, visando reduzir a resistência da praga e minimizar o impacto sobre a produção.
Manejo integrado da mosca-minadora na cultura da batata
A combinação de fatores, como ciclo de vida curto, alta mobilidade, elevada capacidade reprodutiva e proteção dos ovos e larvas no interior das folhas, torna seu controle desafiador. Não há nível limiar de dano, devendo-se iniciar o manejo assim que encontrar a praga na lavoura.
O manejo integrado de pragas (MIP), estratégia que combina práticas culturais, biológicas e químicas, é uma abordagem recomendada para o controle eficaz da mosca-minadora:
- práticas culturais: rotação de culturas e eliminação de restos culturais interrompem o ciclo da praga, e o uso de cultivares resistentes é uma estratégia eficaz no manejo integrado.
- controle biológico: uso de predadores naturais, como parasitoides, aranhas e ácaros;
- controle químico: recomenda-se que as aplicações sejam feitas pela manhã, quando os adultos e as larvas estão mais ativos. Devido à curta duração do ciclo, deve-se rotacionar modos de ação diferentes, evitando a seleção de insetos resistentes.
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