A cana-de-açúcar é uma cultura de grande destaque no Brasil e ocupa grande extensão territorial, sendo cultivada em diversos tipos de solo e clima. Por ser uma cultura semiperene, o manejo de doenças é uma das estratégias mais importantes para aumentar a vida útil do canavial, assegurando produtividade e qualidade da cana produzida.

Uma média de 70 a 85% de todo o açúcar consumido no mundo advém da cana-de-açúcar, que também possui alta relevância na produção de biocombustíveis, como etanol. Por isso, o controle do complexo de doenças da cana-de-açúcar é essencial para evitar perdas em produtividade e garantir a obtenção de uma cana com altos teores de sacarose e baixos teores de fibras e açúcares redutores.

No entanto, nem sempre o manejo contempla o controle de todas as doenças da cana, incluindo aquelas consideradas secundárias (doenças associadas ou relacionadas a doenças primárias), que podem causar prejuízos significativos na rentabilidade do cultivo.

Cenário de doenças da cana-de-açúcar

Somente na cana-de-açúcar, aproximadamente 177 doenças já foram descritas, causadas por vírus, bactérias, nematoides e fungos, sendo que 40 delas já tiveram incidência relatada no Brasil. Isso porque as variedades genéticas liberadas para o plantio comercial contam com tolerância/resistência às principais doenças da cultura.

Sendo assim, a cultura fica suscetível ao ataque de outros tipos de patógenos que podem igualmente prejudicar o potencial produtivo da lavoura. Vale ressaltar que a disseminação de doenças pode ocorrer por meio de vento e chuva, insetos-vetores, como pulgões e brocas, além de maquinários agrícolas e ferramentas infectadas.

Para controlar essas doenças de forma eficiente, é importante conhecer suas características e como identificá-las no campo. Entre algumas dessas ameaças, estão:

Ferrugem-marrom (Puccinia melanocephala)

É uma doença que se desenvolve tanto em cana-planta como em cana-soca. As lesões da ferrugem-marrom manifestam-se como pequenas manchas cloróticas alongadas nas folhas, com coloração marrom, visíveis em ambas as faces foliares. 

As lesões apresentam uma leve elevação na parte inferior devido à formação de pústulas (urédias) e têm dimensões entre 1 mm e 10 mm de comprimento por 1 mm a 3 mm de largura. 

Essas lesões evoluem rapidamente, adquirindo uma coloração marrom e são circundadas por um halo amarelo pálido. Embora possa ser confundida com a mancha-parda, a última apresenta pequenas manchas ovaladas de cor vermelho-escuro, cercadas por halos amarelados, sem a formação de pústulas na parte inferior da folha.

O principal dano é um crescimento de plantas aquém do esperado, com folhas sem viço e com aparência de queimadas, causando até 50% de perda de produtividade.

A presença da ferrugem-marrom torna-se mais acentuada em temperaturas moderadas e durante períodos de alta umidade relativa do ar, com a cultura atingindo sua maior suscetibilidade na primeira metade de seu ciclo vegetativo, especialmente entre dois e oito meses de idade.

Ferrugem-alaranjada (Puccinia kuehnii)

A ferrugem-alaranjada é causada por um fungo que cresce e se reproduz apenas em tecidos vivos (patógeno biotrófico), causando uma perda de produtividade entre 20% e 40%, dependendo da suscetibilidade da variedade escolhida.

Os principais sintomas são a formação de lesões foliares, evoluindo para pústulas alaranjadas que preenchem toda a superfície foliar. Isso pode ocasionar a necrose de folhas e colmos. Tem rápida disseminação e pode atingir grandes áreas rapidamente, tendo em vista que o fungo é capaz de produzir várias gerações.

As lesões da ferrugem-alaranjada são semelhantes às da ferrugem-marrom, no entanto, destacando-se por sua tonalidade alaranjada e pústulas de menor tamanho. A intensificação da necrose é mais evidente, especialmente nas extremidades das folhas maduras.

A ferrugem-alaranjada geralmente ocorre no final do ciclo da cultura, especialmente durante verões úmidos com temperaturas amenas.  (21 °C), após um período de molhamento foliar superior à 12 horas. 

Por outro lado, a ferrugem-marrom tem seu início em plantas jovens durante a primavera. Ambas as ferrugens são disseminadas facilmente pelo vento.

Mancha-anelar (Leptosphaeria sacchari)

Apesar de ser considerada uma doença secundária, a mancha-anelar é motivo de preocupação entre os canavicultores devido aos prejuízos que pode ocasionar à produtividade.

O fungo ataca, em sua maior parte, folhas velhas, além da bainha e do caule das plantas. As manchas que surgem são caracterizadas pelo formato fusiforme, em tom amarronzado e com bordos escuros, enquanto o centro exibe uma coloração mais clara, puxando para o palha.

Temperaturas entre 20 e 28 °C, aliadas a alta umidade, favorecem a ocorrência e a disseminação da mancha-anelar.

Mancha-parda (Cercospora longipes)

Apresenta intensidade variável na lavoura, pois depende das condições climáticas e da suscetibilidade das cultivares. O principal dano causado à cana-de-açúcar é o aparecimento de manchas na superfície superior e inferior das folhas adultas, com coloração marrom-avermelhada e marrom-amarelada.

Os sintomas da mancha-parda se manifestam via lesões arredondadas com tonalidade marrom-avermelhada e um halo clorótico em folhas maduras. A disseminação ocorre por meio de vento e chuva, pois o fungo frutifica em ambos os lados da folha. Em variedades suscetíveis, as lesões podem resultar na morte precoce da folha, uma vez que abrangem uma grande parte de sua superfície, resultando em redução acentuada da produtividade da cultura.

Escala diagramática de severidade de mancha-parda da cana-de-açúcar.  1- altamente resistente; 2 resistente; 3- moderadamente resistente; 4- moderadamente suscetível; 5- suscetível; 6- altamente suscetível. Fonte: Tasso Júnior et al., 2015.
Escala diagramática de severidade de mancha-parda da cana-de-açúcar.  1- altamente resistente; 2 resistente; 3- moderadamente resistente; 4- moderadamente suscetível; 5- suscetível; 6- altamente suscetível. Fonte: Tasso Júnior et al., 2015.

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Aplicação foliar oferece resultados superiores no controle de doenças da cana-de-açúcar

O manejo preventivo de doenças da cana deve ocorrer de forma integrada e, dentro desse contexto, a escolha do fungicida no pilar de controle químico é fundamental para alcançar os melhores resultados em proteção.

Nesse sentido, o posicionamento do produto, o número de aplicações e a tecnologia de aplicação são fatores que podem interferir nesses resultados. Optar por um fungicida sistêmico, de aplicação foliar e com amplo espectro de controle, por exemplo, é uma ótima escolha quando o objetivo é controlar todo o complexo, incluindo as doenças consideradas secundárias, sendo uma prática crucial para a obtenção de novos tetos de produtividade.

Os fungicidas foliares de ação sistêmica penetram nos tecidos foliares, translocando-se (movimentando-se) por toda a planta. Dessa forma, os fungos são controlados na totalidade, mesmo que estejam atacando a parte interna da planta e em locais em que o fungicida não foi aplicado (devido a sua característica de translocação sistêmica). 

Isso acontece porque:

  • o princípio ativo é absorvido pela planta e translocado para outras partes diferentes de onde foi aplicado;
  • o fungicida sistêmico mantém sua rápida ação, mesmo com o produto se translocando em diferentes partes da planta;
  • a solução proporciona um longo período de proteção, inclusive da parte interna da planta, o que confere boas condições para o vegetal se desenvolver de forma plena.

Vale ressaltar que, com a expansão dos canaviais, as doenças secundárias aumentam a cada ano e, se não forem controladas de forma eficiente, podem ameaçar a rentabilidade do produtor. 

Por isso é imprescindível o uso de um fungicida de aplicação foliar que tenha boa solubilidade e flexibilidade de aplicação, facilitando o manejo de doenças no campo.

Se doenças secundárias são o X da questão, Priori Xtra® é a solução

Sempre ao lado do produtor quando o assunto é solucionar os problemas diários da lavoura, a Syngenta oferece Priori Xtra®, um fungicida sistêmico, que age no controle de doenças da parte aérea da cana-de-açúcar.

A grande vantagem de Priori Xtra® é que, além da aplicação foliar, ele também pode ser aplicado no sulco de plantio, para o controle de doenças do solo, oferecendo mais flexibilidade ao produtor no manejo de doenças, conforme ilustrado na imagem abaixo:

É recomendado que sejam realizadas duas aplicações no intervalo entre 30 e 40 dias no período chuvoso, pois, além do controle efetivo de doenças, há um ganho significativo na estrutura foliar da cana.

Outras vantagens de Priori Xtra® na lavoura são:

  • Controle superior de doenças: oferece efeito curativo e preventivo;
  • Sanidade às plantas: proporciona folhas mais ativas e, consequentemente, uma cana mais produtiva;
  • Eficiência: o fungicida apresenta sistemicidade e rapidez na translocação.

Além disso, a aplicação de Priori Xtra® oferece efeitos fisiológicos benéficos às plantas, aumentando o número de folhas por metro quadrado, o que resulta em um incremento na produtividade. Isso porque o fungicida proporciona um aumento de estômatos que gera uma maior capacidade da planta absorver gás carbônico, molécula que faz com que a glicose seja produzida.

Outro fator benéfico é que o uso de Priori Xtra® gera uma maior espessura da epiderme, que permite uma capacidade maior de proteção e menor desidratação, com folhas mais robustas, contribuindo com o processo fotossintético. A solução também influencia no aumento do diâmetro das células do xilema, favorecendo um maior aporte de água e nutrientes para a planta.

Assista ao vídeo abaixo e veja a explicação de Renato Rosa, Gerente de Planejamento e Desenvolvimento Técnico do Vale do Verdão, sobre a arrancada de produtividade gerada pelo fungicida da Syngenta:

Se produtividade é o X da questão, Priori Xtra® é a solução! Para uma colheita produtiva e rentável, conte com o portfólio completo de produtos Syngenta para contribuir a essa jornada com soluções desenvolvidas com tecnologias que possibilitem, sempre, extrair o máximo do campo e elevar o agronegócio a outros patamares de evolução.

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