Em setembro, encerrou-se o vazio sanitário em grande parte das regiões produtoras de soja no Brasil. Com o início das janelas de semeadura da safra 2023/24, ainda é tempo de estruturar um MIPD (manejo integrado de plantas daninhas) que proporcione eficiência de controle e proteção do potencial produtivo da cultura.
A Embrapa-Soja indica que a convivência de plantas invasoras com a cultura pode reduzir a produção em até 90%, uma perda irrecuperável com danos que podem se iniciar logo no estabelecimento do estande de soja. Os estudos indicam que o período mais crítico de interferência das plantas daninhas na cultura tem ocorrido cada vez mais cedo.
Outro fator que dificulta o controle é a seleção de resistência das espécies. O Informativo Técnico 4, do HRAC (Comitê de Ação a Resistência aos Herbicidas), já registra 17 plantas daninhas com resistência múltipla, ou seja, que deixaram de ser suscetíveis a mais de um princípio ativo diferente, um cenário em que a participação dos herbicidas nos custos de produção aumenta de 5,51% para 8,51%.
Nesse sentido, as estratégias de controle de plantas daninhas devem estar voltadas para proteger a rentabilidade do produtor rural e a produtividade da cultura, com práticas efetivas contra as espécies resistentes desde o início do ciclo, evitando altos custos e prejuízos financeiros.
O manejo antecipado (MA) é apontado como crucial. Sua inclusão no MIPD permite o uso de princípios ativos diferentes daqueles que já têm casos de resistência registrados, além de proporcionar uma eficiência superior, por agir nas invasoras quando ainda estão em estádio inicial de desenvolvimento, um período que facilita o controle.
No vídeo a seguir, Rubem Silvério, professor da Universidade Estadual de Maringá, explica o conceito de manejo antecipado de plantas daninhas na soja e algumas das vantagens em aplicar essa estratégia.
Ao longo deste artigo, será detalhada a prática do MA em integração com outras estratégias de manejo que oportunizam mitigar os danos causados por plantas daninhas resistentes e de difícil controle. Além disso, será discutido como a composição e a formulação de soluções herbicidas são fatores altamente influentes para o sucesso do cultivo.
Manejo integrado de plantas daninhas e o manejo antecipado
O MIPD envolve diferentes práticas que, em conjunto, possibilitam o manejo antirresistência. Não só por controlar as espécies mais persistentes com eficiência, mas também por definir estratégias de controle de plantas daninhas que promovem a rotação dos mecanismos de ação dos herbicidas. Assim, evita-se a seleção de daninhas resistentes e o uso contínuo de produtos que já não surtem os efeitos desejados contra espécies difíceis de serem controladas, como a buva (Conyza bonariensis).
Por que o manejo antecipado é tão importante para a soja?
O manejo antecipado é realizado no período da entressafra, cerca de 45 dias antes da semeadura da cultura. Nesse período, é possível controlar as plantas daninhas que acabaram de emergir e ainda estão em fase inicial de desenvolvimento, o que oportuniza um controle na hora certa, com boa performance inclusive contras as espécies resistentes ou difíceis de controlar.
Isso favorece a plantabilidade da lavoura, pois mantém a área livre de invasoras por mais tempo, uma vez que os produtos agem também no banco de sementes do solo, impedindo a germinação posterior de grandes fluxos de plantas infestantes.
Um estudo desenvolvido no Paraná por pesquisadores em fitotecnia revela a superioridade do manejo antecipado, conforme segue:
No sistema MA foram proporcionados níveis de controle da infestação significativamente maiores […]. Tal situação é consequência das duas aplicações de herbicidas antes da semeadura […]. Com o MA evita-se a interferência das plantas daninhas na soja desde o momento da semeadura” (Constantin, et. al., 2009).
Nesse estudo, o manejo antecipado resultou em menor densidade de plantas daninhas, com uma lista robusta de benefícios para o produtor e para a cultura, para além do controle da infestação inicial:
- evitou a interferência precoce na cultura;
- mitigou os fatores que limitam a produtividade;
- facilitou o controle das plantas daninhas em pós-emergência da cultura;
- favoreceu o desenvolvimento da cultura, antecipando o fechamento das entrelinhas em cerca de 14 dias;
- aumentou a produtividade;
- proporcionou menor umidade nos grãos nas fases finais do cultivo.
Em resumo, o manejo antecipado é uma estratégia de controle de plantas daninhas na soja que favorece o MIPD como um todo, desencadeando vantagens desde a instalação da cultura, com facilidade operacional para semear a área no limpo, favorecimento para a emergência e o desenvolvimento inicial da soja, até a fase reprodutiva, com melhorias de produtividade e otimização das aplicações posteriores.
Outro estudo, publicado pela Revista da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, encontrou resultados semelhantes, destacando a importância do manejo antecipado para diminuir o fluxo de emergência de invasoras após a emergência da cultura, o que proporcionou redução significativa das reinfestações sem prejudicar a soja. Tudo isso é o melhor cenário possível para um MIPD com foco em manejo antirresistência e proteção da rentabilidade do produtor rural.
Buva (Conyza bonariensis) é o principal alvo do manejo antecipado
Buva, planta bem desenvolvida.
A buva na soja representa a planta daninha de maior importância, pois, é registrada pelo HRAC como uma das espécies com resistência múltipla, de maneira que diferentes princípios ativos herbicidas apresentam baixa eficiência sobre elas diante de altas infestações.
Conyza bonariensis: características e danos à soja
Facilidade de adaptação, diversidade genética e complexidade de identificação morfológica são as características de destaque da espécie de buva Conyza bonariensis. Ela se reproduz por meio de sementes, com dispersão por vento e maquinários, com capacidade de produzir até 300 mil sementes por planta, o que justifica as altas infestações e a dificuldade de controle.
Sua presença vem aumentando nos últimos anos, gerando preocupação, pois 2,7 plantas por metro quadrado podem comprometer 50% da produtividade da soja. A buva também é um problema para os cultivos de milho, o que torna a redução das infestações ainda mais importante em sistemas de sucessão de culturas.
Esses fatos fazem com que especialistas ressaltem a importância de inserir o manejo antecipado no MIPD em áreas com histórico de buva na soja, tendo em vista que o controle na hora certa favorece a eficiência, pois essa daninha, uma vez instalada, é altamente competitiva e agressiva, tornando o manejo em pós-emergência um grande desafio.
Outras daninhas de difícil controle e que devem ser contidas no manejo antecipado
Além da buva, na soja destacam-se ainda outras daninhas de difícil controle, entre folhas largas e gramíneas, como corda-de-viola (Ipomoea spp.), caruru (Amaranthus hybridus), picão-preto (Bidens spp.) e leiteiro (Euphorbia heterophylla). Com exceção das espécies do gênero Ipomoea, todas as outras apresentam casos de resistência múltipla a herbicidas no Brasil.
Nos últimos dez anos, a lista de plantas daninhas resistentes do HRAC mais do que dobrou. Quando se considera também as espécies resistentes a apenas um princípio ativo – como azevém (Lolium multiflorum) e capim-amargoso (Digitaria insularis) – é possível ter uma dimensão da gravidade do problema.
É nesse contexto que estratégias de controle de plantas daninhas na soja, integrando o manejo antecipado com as outras práticas já discutidas ao longo deste artigo, passaram a ser mais valorizadas, uma vez que, controlando as espécies resistentes antecipadamente, é possível superar o desafio.
Para isso, foi necessário o desenvolvimento e a transferência de tecnologias realmente eficientes nessa modalidade de manejo. Como linha de frente da proteção de cultivos no Brasil e no mundo, a Syngenta oferece um produto com características que permitem o controle na hora certa e o manejo antirresistência para controlar as daninhas mais difíceis.
Qual o melhor herbicida para o manejo antecipado?
Com amplo espectro e alta eficácia em plantas daninhas resistentes, CALARIS® representa uma verdadeira inovação no manejo de plantas daninhas. Um herbicida para buva na soja que associa duas moléculas com efeito sinérgico (mesotriona + atrazina), potencializando a ação de cada um deles, quando comparada à sua performance em aplicação isolada.
Essa combinação de dois modos de ação diferentes permite ainda controlar daninhas com resistência múltipla, pois há mais de uma oportunidade de atingir o sistema das plantas. Em manejo antecipado, CALARIS® proporciona excelência no controle do banco de sementes, evitando novos fluxos de emergência de buva dentro do sistema.
Sua tecnologia de formulação estabiliza os ativos, favorecendo a alta performance da solução, doses equilibradas e efeito residual para inibir ao máximo a emergência da sementeira disponível no solo, permitindo que a cultura seja semeada e se estabeleça em uma área livre de plantas daninhas.
Com um desenvolvimento vigoroso da soja logo de início, não sobra espaço para as plantas daninhas competirem com a cultura, caso venham a reincidir em pós-emergência. Assim, as invasoras são controladas na hora certa com o uso de CALARIS® no manejo antecipado e se mantêm distantes do período crítico de interferência, resolvendo boa parte da dificuldade que os sojicultores têm encontrado para controlar diversas espécies infestantes ao longo do ciclo vegetativo da soja.
Como conclusão, é possível perceber que quem começa na hora certa acerta no controle e o período em que se iniciam as janelas de plantio é ideal para aplicar práticas que fortalecem os resultados. Optar pela eficiência de CALARIS® em um programa de manejo integrado de plantas daninhas que inclui o MA é a estratégia que pode fazer a diferença na produtividade, diante do cenário de aumento da incidência de espécies resistentes.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
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