Na primeira quinzena de novembro as exportações de milho brasileiro apresentaram receita de US$ 1,001 bilhão, com média diária de US$ 83,487 milhões. O preço médio da tonelada foi de US$ 287,00.
Em relação ao mesmo período de 2021, houve alta de 209,1% no valor médio diário de exportação, um avanço de 131% na quantidade média diária exportada e uma valorização de 33,8% no preço médio.
As negociações sobre as vendas do cereal para o exterior avançaram significativamente em 2022 após uma colheita expressiva na segunda safra. No ciclo anterior, as lavouras sofreram um déficit devido às intempéries climáticas.
Um novo patamar na exportação de milho brasileiro
Nos últimos 20 anos, o Brasil vem se consolidando como um dos maiores exportadores de milho no mundo. De acordo com o último levantamento da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), de janeiro a novembro, as exportações brasileiras do grão atingiram 35,3 milhões de toneladas, contra 20,43 milhões durante o mesmo período do ano passado, representando um crescimento de 72%, no comparativo.
O forte ritmo das exportações brasileiras foi impulsionado pela alta dos preços internacionais e também pelas expectativas que apontam para a queda na produção de outros países.
No mercado interno, esse movimento foi restringido pela resistência de compradores que priorizaram a utilização dos seus estoques e o andamento da colheita nos EUA.
Os portos do Arco Norte representaram, no acumulado até outubro, 45% da movimentação nacional das exportações de milho, contra 49,4% no mesmo período de 2021.
Já o porto de Santos é o segundo principal ponto de saída do grão, escoando 35,4% da movimentação total no período.
Brasil e China: a consolidação de uma forte aliança
Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a China diminuirá significativamente a importação de milho dos EUA durante a safra 2022/23. A projeção será benéfica para o Brasil, pois pode colocar o país como um fornecedor de destaque para o mercado chinês.
Esse cenário se tornou possível há poucos dias. A GACC (Administração Geral de Alfândegas da China – traduzido do inglês) publicou recentemente uma lista com 136 estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar milho ao país asiático, nove também são registrados como terminais de grãos e três como exportadores portuários.
Após auditoria nos estabelecimentos – exigência incluída pelos chineses no protocolo de exportação –, o documento foi enviado pelo MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) e assinado recentemente pelos dois países.
Ao todo, as unidades de exportação estão distribuídas entre 14 Estados brasileiros.
- 53 em Mato Grosso;
- 24 no Paraná;
- 20 em São Paulo;
- 8 em Goiás;
- 7 em Santa Catarina;
- 5 no Rio Grande do Sul;
- 4 na Bahia;
- 4 no Espírito Santo;
- 3 no Maranhão;
- 3 em Mato Grosso do Sul;
- 2 no Pará;
- 1 em Minas Gerais;
- 1 em Rondônia;
- 1 no Piauí.
O impacto da consolidação das transações entre Brasil e China proporciona uma abertura de grande potencial para elevar as exportações e estimular a expansão do plantio do cereal brasileiro, segundo analistas e representantes do setor produtivo.
O país, que vem aumentando a sua produção, especialmente na segunda safra, tende a conseguir atender não apenas a essa nova demanda, como as demais cadeias produtivas que têm o cereal como matéria-prima, como as indústrias de carne e etanol.
Leia também:
Milho: como proteger a cultura das doenças no início do ciclo
Start nos embarques
O primeiro navio com milho brasileiro a ir para a China pode embarcar ainda nesta segunda quinzena de novembro. O Star Iris sairá do Porto de Santos com cerca de 68 mil toneladas de grãos para a operadora chinesa Cofco, segundo a agência marítima Alphamar.
Projeções para 2022/23
De acordo com o segundo levantamento sobre a safra de grãos 2022/23, divulgado pela Conab, é estimada mais uma safra recorde.
Para a safra de milho, a previsão é de produção de 126,4 milhões de toneladas, um aumento esperado de 12%, se comparado à safra anterior. Isso é o reflexo do aumento da área de produção de milho segunda safra em conjunto com a recuperação da produtividade projetada em campo para as três safras.
Já em relação às exportações – com base na projeção de aumento da demanda externa pelo milho brasileiro produzido na safra 2022/23 – a conjectura mostra que 45 milhões de toneladas irão sair do país via portos.
Diante disso, acredita-se que o aumento da produção brasileira, alinhada à maior demanda internacional, deverá promover uma elevação de 16,9% das exportações do grão em 2023.
Mantenha-se atualizado sobre o agronegócio mundial
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.
Acesse o portal da Syngenta e acompanhe os conteúdos do Mais Agro para saber tudo o que está acontecendo no campo!
Deixe um comentário