Anualmente, as plantas daninhas exercem um impacto significativo na rentabilidade das culturas agrícolas. Segundo dados da Embrapa, que remontam à safra 2015/16 (ainda que dados atuais se aproximem desse quantitativo, conforme o pesquisador Fernando Adegas), os custos associados ao controle de plantas daninhas, de forma geral, atingem anualmente a marca de 9 bilhões de reais.
Entre as diversas espécies que desafiam os produtores, o capim pé-de-galinha destaca-se como uma preocupação crescente. As regiões agrícolas do Brasil, do Sul ao Centro-Oeste, têm testemunhado um aumento significativo na incidência dessa planta daninha em diferentes cultivos, como o milho e a soja, acendendo um alerta importante.
A situação é agravada pela crescente incidência de relatos de resistência, intensificando as preocupações em relação à eficácia do controle do capim pé-de-galinha. Essa realidade ressalta a necessidade da adoção de abordagens integradas ao controle químico no manejo dessa planta daninha. Confira a seguir.
Identificando o capim pé-de-galinha na lavoura
Para entender a magnitude do desafio no controle do capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) é crucial analisar o ciclo de vida e as estratégias reprodutivas dessa planta daninha.
Pertencente à família Poaceae, o capim-pé-de-galinha pode ser considerado uma planta daninha anual ou perene, apresentando um sistema radicular robusto e alcançando uma estatura que varia entre 30 e 50 centímetros.
Sua habilidade de formar densas touceiras constitui um desafio, interferindo de maneira significativa no desenvolvimento das culturas. Essa interferência manifesta-se tanto na competição por nutrientes, luz e água – cruciais à sobrevivência e ao sucesso dos cultivos – quanto na disputa por espaço.
Possui colmos fibrosos e folhas com comprimento variando entre sete e 30 centímetros, reproduzindo-se exclusivamente por sementes, com cada planta capaz de gerar mais de 120 mil sementes.
Durante o estágio inicial, o capim-pé-de-galinha pode assemelhar-se a gramíneas comuns, dificultando sua identificação precoce. A observação cuidadosa das folhas e do hábito de crescimento ajuda na diferenciação de outras plantas.
Características do capim-pé-de-galinha
A taxa de crescimento do capim pé-de-galinha é inicialmente mais lenta, levando cerca de 12 dias para emergir, o que é comparativamente mais demorado em relação a espécies anuais como soja e milho. No entanto, em condições climáticas favoráveis, com uma temperatura média de 35 °C durante o dia e 20 °C à noite, o crescimento acelera significativamente, podendo atingir uma taxa de emergência superior a 80%.
Nesse contexto, a flutuação térmica e luminosa revela-se como fator crucial para a germinação e o desenvolvimento eficiente do capim-pé-de-galinha.
No entanto, estudos indicam que, após os 38 dias após a emergência (DAE) do capim-pé-de-galinha, o desenvolvimento e o crescimento dessa daninha se dá de forma exponencial, levando ao pico de acúmulo de massa seca total, além de emissão de perfilhos, aos 53 DAE, reforçando seu potencial de estabelecimento vigoroso e agressivo.
Problemas causados pelo capim-pé-de-galinha na lavoura
Além de impactar diretamente a produtividade das culturas, o capim-pé-de-galinha pode causar danos tanto diretos quanto indiretos.
Os danos diretos manifestam-se diretamente na cultura de interesse, prejudicando sua produtividade por meio da competição por recursos essenciais. Já os danos indiretos referem-se à sobrevivência de pragas e doenças prejudiciais às culturas de interesse em espécies de plantas daninhas e a alteração na qualidade da luz, provocada pelo sombreamento e/ou presença de plantas vizinhas.
Danos diretos
Competição por recursos
O capim-pé-de-galinha é uma competidora por nutrientes, água, luz solar e espaço. Sua presença pode resultar em uma redução significativa desses recursos essenciais para as culturas cultivadas, comprometendo seu crescimento saudável.
A competição é considerada a principal causa de redução da produtividade das culturas agrícolas. Na cultura da soja, por exemplo, a presença de capim-pé-de-galinha pode ocasionar reduções da produção próximas de 90%.
Quando uma planta captura recursos, privando outra planta desses elementos, isso resulta na inibição direta do crescimento e do desenvolvimento da segunda planta, culminando em uma redução significativa da produtividade.
Alelopatia
Estudos indicam, ainda, que além dos danos provocados pela competição por recursos de forma agressiva, o capim-pé-de-galinha é capaz de produzir substâncias tóxicas, resultantes do seu metabolismo secundário, denominadas compostos alelopáticos.
Esses metabólitos interferem negativamente sobre culturas importantes, como o milho, especialmente sobre a germinação, reduzindo a porcentagem de plântulas fortes e aumentando as plântulas fracas e anormais. Além disso, são capazes de interferir no comprimento da parte aérea e radicular, resultando em menor acúmulo de massa verde.
Prejuízos econômicos
A redução na produção agrícola devido à presença descontrolada dessa planta daninha pode impactar negativamente os ganhos do produtor, especialmente nas culturas da soja e do milho, além de aumentar os custos de controle, pela ineficiência de alguns grupos químicos empregados no controle.
Além disso, a presença do capim-pé-de-galinha pode dificultar a colheita e provocar danos aos maquinários durante essa operação.
Danos indiretos
Hospedagem de pragas e doenças
Essa planta daninha pode ser hospedeira de patógenos importantes, como o vírus do mosaico-listrado-do-milho, além de fungos e de pragas.
Importância do controle assertivo do capim-pé-de-galinha
O controle efetivo do capim-pé-de-galinha apresenta desafios, principalmente devido à sua capacidade de se adaptar a diferentes condições ambientais. Atualmente, estima-se que 42% das áreas de soja do Brasil encontram-se infestadas com essa planta daninha.
A rápida produção de sementes, o crescimento vigoroso e o ciclo relativamente curto, entre 120 e 180 dias, combinados à baixa exigência nutricional e adaptação a solos pobres em uma ampla faixa de pH, demandam a implementação de estratégias de controle abrangentes.
Para garantir níveis de controle satisfatórios do capim-pé-de-galinha, é imprescindível a aplicação conjunta de diversos métodos de controle. A associação do Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD) ao controle químico por herbicidas adequados e eficientes é crucial para preservar a produtividade do cultivo, prevenindo o aumento do banco de sementes no solo.
Dentre os métodos empregados, destacam-se:
Controle preventivo
Adotar uma abordagem preventiva no controle do capim-pé-de-galinha é essencial. Isso inclui a implementação de práticas como o monitoramento regular, que desempenha um papel fundamental em evitar a disseminação descontrolada dessa planta daninha, permitindo a identificação rápida e precoce, o que favorece o controle em estádios de desenvolvimento em que a planta é mais suscetível à ação dos herbicidas.
Vale ressaltar que as sementes, devido à sua leveza, são facilmente dispersas pelo vento, depositando-se no solo e mantendo-se viáveis por longos períodos. Assim, infestações recorrentes podem ocorrer, dificultando a produção agrícola.
Manejo integrado de plantas daninhas
A adoção de uma abordagem de manejo integrado, que engloba métodos mecânicos, como o arranquio sempre que possível; práticas culturais, como a rotação de culturas; e métodos químicos, incluindo o uso de herbicidas com eficácia comprovada, são essenciais para enfrentar a complexidade do controle do capim-pé-de-galinha.
Portanto, a implementação do MIPD emerge como uma estratégia crucial, respaldada por boas práticas agrícolas, como a rotação de grupos químicos de herbicidas. Ademais, é importante considerar o timing adequado e a associação de diferentes herbicidas em diferentes períodos do ano agrícola.
Como controlar o capim-pé-de-galinha, afinal?
No intuito de fornecer soluções que realmente façam a diferença nas dificuldades diárias enfrentadas pelos produtores no campo, a Syngenta se destaca ao disponibilizar soluções que desempenham um papel crucial no controle do capim-pé-de-galinha.
Para a cultura do milho, o controle é ainda mais decisivo, tendo em vista o efeito alelopático (devido à produção de substância tóxicas) à cultura do milho, pelo capim-pé-de-galinha, além, é claro, da competição por recursos essenciais, anteriormente descritos ao longo deste artigo.
Devido à complexidade envolvida no controle dessa planta daninha, especialmente pela perda de sensibilidade e até mesmo resistência a moléculas anteriormente empregadas no seu controle, a utilização de herbicidas deve ser estratégica e levar em consideração alguns parâmetros importantes, principalmente no que diz respeito ao controle eficiente e superior.
Para o controle pré-emergente, conte com EDDUS® , um herbicida seletivo, composto por dois ingredientes ativos com mecanismos de ação distintos:
- s-metolacloro: mecanismo de ação de inibição da divisão celular (K3) e;
- fomesafem (inibidor da protox (E)).
EDDUS® é uma ferramenta crucial no combate à resistência. Seus benefícios incluem:
- amplo espectro: controle de gramíneas e de daninhas de folhas largas;
- altamente seletivo para a cultura da soja;
- alta performance: controle de plantas daninhas resistentes ao glifosato;
- acelera a dessecação: efeito pós-emergente de plantas daninhas;
- formulação de alta tecnologia, conferindo estabilidade em amplas condições climáticas;
- eficiente no manejo antirresistência: devido à presença de dois ativos com mecanismo de ação diferentes.
Confira na série Corte o Mal pela Raiz com EDDUS®, um pouco mais sobre os benefícios e o posicionamento de EDDUS® para a sua lavoura:
Viu só? Com as soluções Syngenta, a sua lavoura fica mais protegida contra as principais plantas daninhas que ameaçam a rentabilidade dos cultivos.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.
Acesse o portal Syngenta e confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo.
Deixe um comentário