Verão com chuvas volumosas deve colaborar para recuperação dos cafezais no Brasil

A cafeicultura brasileira encerrou a última temporada com incertezas, e o cenário para 2025 não é diferente. 

Clima, mercado e o contexto das lavouras formam um panorama repleto de desafios e expectativas. De acordo com especialistas, um misto de insegurança e esperança deve definir o setor no próximo ciclo.

O clima e a produção de café em 2025

Nas principais regiões cafeeiras, como São Paulo e Minas Gerais, espera-se um verão úmido e com temperaturas amenas. Isso deve auxiliar a recuperação dos cafezais afetados pela estiagem e calor intenso de 2024.

Segundo a agrometeorologista Bruna Peron, da Rural Clima, o primeiro trimestre de 2025 deve ter boas chuvas, com temperaturas amenas, sem extremos climáticos. “Esse cenário deve ajudar as atividades a se restabelecerem, especialmente após um período prolongado de altas temperaturas”.

Café em terreiro após colheita, no interior de Minas Gerais

Desafios e perspectivas de mercado

Para Fernando Maximiliano, gerente de inteligência de mercado de café da StoneX, o desenvolvimento da safra 2025 e seu potencial produtivo serão determinantes para os preços. Embora as chuvas recentes tenham favorecido o cenário, há danos irreversíveis em regiões de São Paulo e Minas Gerais.

“O clima continuará no centro das atenções, e as estimativas das organizações para a safra 2025/26 devem orientar o mercado de café. Especialmente porque a colheita em países como Vietnã e Colômbia já gera pressão sobre os preços”, analisa Maximiliano.

Grãos colhidos por cafeicultor parceiro de Nucoffee, no interior de Minas Gerais

Outro ponto crítico apontado por Fernando, envolve a taxa de câmbio e o consumo. Segundo ele, as eleições nos EUA tendem a fortalecer o dólar, o que impactaria as exportações brasileiras. Além disso, o aumento dos preços levou ao repasse de custos ao consumidor final, causando inflação de 22% no Brasil e 6% nos EUA, segundo levantamento StoneX. 

“Essa conjuntura coloca o mercado de café em um ponto de incerteza para 2025, com expectativa de um consumo cauteloso”, destaca Fernando.

Safra 2025: desafios para o produtor

Grãos colhido em lavoura no interior do Espírito Santo

Olhando diretamente para o campo, a Fundação Procafé destaca que a safra de 2025 tende a ser menor do que o esperado e com desafios de rentabilidade para o produtor, que pode enfrentar altos custos.

O pesquisador Alysson Fagundes, pontua que a expectativa para 2025 é de desafios.

“O produtor terá de trabalhar com uma produtividade baixa, o que torna o cenário ainda mais desafiador”. Para ele, a solução é manter o foco em um bom tratamento das lavouras para garantir uma recuperação na safra de 2026.

O presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG), Ricardo Schneider, comenta que, embora ainda seja cedo para definir o impacto exato, o clima seguirá sendo fator central para a produção e o mercado.

“Temos que continuar atentos, mas 2025 se apresenta como um ano de continuidade de 2024, com poucas mudanças e com a pauta da sustentabilidade dominando o mercado. O Brasil deve seguir como protagonista global e aproveitar esses desafios e convertê-los em oportunidade de consolidação do seu papel no mercado”, finaliza Schneider.

E entre os impactos climáticos recentes e as flutuações do mercado global, o produtor brasileiro deve se preparar para uma temporada de incertezas e oportunidades.

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