A cultura da cana-de-açúcar, apesar de todos os prognósticos econômicos positivos, é atacada por inúmeros insetos-praga. Entre eles, destaca-se a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), uma praga extremamente nociva, capaz de dizimar canaviais inteiros caso não sejam tomadas as devidas medidas de controle.

O que favorece o ataque da broca-da-cana?

Os fatores abióticos, como temperatura, fotoperíodo e, principalmente, umidade, exercem forte influência na dinâmica populacional dessa praga. Além disso, alguns aspectos da produção agrícola contribuem para sua evolução:

  • a ampla ocupação territorial da cana-de-açúcar no Brasil;
  • o aumento das áreas fertirrigadas;
  • o plantio de variedades mais produtivas, mas mais suscetíveis ao ataque da broca-da-cana.

Quais são os prejuízos causados pela broca-da-cana?

Os prejuízos diretos causados pela infestação estão associados a:

  • perda de produtividade, devido à quebra de colmos, enraizamento aéreo e brotação lateral;
  • problemas na qualidade industrial: a associação da broca com fungos, como Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme, conhecidos pelo “complexo broca-podridão”, afeta negativamente a matéria-prima destinada à indústria de açúcar e etanol.

Leia mais sobre o complexo broca-podridão aqui! 

Estima-se que, para cada 1% no Índice de Intensidade de Infestação Final (I.I.I. Final), as perdas podem alcançar:

  • 1,14% na produtividade agrícola (TCH);
  • 0,42% na produção de açúcar;
  • 0,25% na produção de etanol.

Dependendo da produtividade e do ATR da cana, essas perdas podem ser traduzidas em valores financeiros entre R$ 262,00 e R$ 271,00 por hectare, de acordo com o mix açúcar/etanol. Atualmente, o I.I.I. Final no Brasil varia entre 5% e 7%, gerando impactos financeiros consideráveis para o setor.

Como monitorar a broca-da-cana?

O monitoramento da broca-da-cana por meio de armadilhas é uma tecnologia eficiente e amplamente adotada. Contudo, é fundamental respeitar os aspectos técnicos e entender o comportamento da praga para garantir a credibilidade e a eficácia dessa metodologia no manejo.

Também falamos mais sobre essa metodologia de controle aqui! 

Manejo integrado: controle químico e biológico

O manejo integrado é essencial para o controle eficiente da broca-da-cana. Entre as estratégias, destacam-se:

1. Controle químico

O controle químico é uma ferramenta prioritária em situações que exigem uma resposta rápida e eficiente. Porém, sua aplicação deve ser criteriosa, avaliando as características de cada molécula e seu potencial de controle.

2. Controle biológico

O uso do parasitoide Cotesia flavipes é uma estratégia sustentável e tem mostrado excelentes resultados no Manejo Integrado da broca-da-cana no Brasil.

Em resumo, a broca-da-cana representa uma ameaça significativa à cultura da cana-de-açúcar, exigindo estratégias de controle eficazes para minimizar os prejuízos. O monitoramento, aliado ao controle químico e biológico, compõe um manejo sustentável e indispensável para a proteção dos canaviais brasileiros.

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