Colheita antecipada chama atenção e clima segue preocupando cafeicultor
As primeiras impressões da safra 2024 de café começam a surgir com o avanço da colheita nas regiões produtoras. Até o momento, o que mais tem chamado atenção é a maturação desuniforme dos grãos e a antecipação do período de colheita em Minas Gerais.
Dados de um levantamento recente realizado pela Safras e Mercado apontou que a colheita do café robusta chegou a 30% e do café arábica a 16%.
As questões climáticas resumem o atual cenário no setor, que desde 2021 vem sofrendo com intempéries, quando não atingido por fenômenos climáticos como La Niña e El Niño. Nas últimas semanas, o tempo seco segue favorecendo os trabalhos tanto em Minas Gerais como em Rondônia.
Clima impacta e preocupa produtores
Segundo Alysson Fagundes, Pesquisador da Fundação Procafé, o avanço da colheita tem revelado muitas plantas que sentiram fortemente o déficit hídrico que atingiu as lavouras desde o ano passado.
As chuvas registradas nas últimas semanas de maio variaram de zero a 30 mm e, conforme Alysson, ajudou a salvar temporariamente muitas lavouras. E apesar dessa preocupação, de um modo geral as lavouras apresentam boas condições de acordo com a Fundação. O que tem preocupado são os rendimentos dessa safra.
“Tem locais onde o rendimento está bom, tem locais onde o rendimento está ruim, e tem locais onde tem-se um rendimento na normalidade. Agora, para falarmos sobre a maioria das lavouras, é necessário um levantamento melhor com o avanço da safra. Agora a peneira podemos afirmar que é baixa, na maioria das fazendas”.
O baixo rendimento está associado às altas temperaturas e à falta de chuva registrada no ano passado. Muitos produtores comparam os grãos desta safra, com a anterior, e apontam a diferença já sentida em peneira. A safra atual tem apresentado grãos muito menores e inferiores nessa comparação com o ciclo de 2023.
“Tivemos temperaturas acima da média de agosto do ano passado até maio deste ano. E índices pluviométricos abaixo da média, o que é a combinação perfeita para probabilidade de problema no rendimento e certeza de problema na peneira”, destaca Alysson.
Para o mês de junho, quando a colheita deve atingir seu pico, os meteorologistas destacam o fim do fenômeno El Niño. O que aponta a tendência de uma La Niña, que deve vir com intensidade entre moderada e forte, segundo modelos de previsões americanos.
“Podemos esperar no outono/inverno um clima extremamente seco no Sudeste”, explica Marco Antonio, Agrometeorologista, da Rural Clima.
As previsões também apontam a chegada de uma massa de ar polar, com um outono e inverno mais intenso, com ondas de frio tardias. A probabilidade de geadas é incerta.
A Fundação Procafé aponta que as temperaturas começaram a baixar nas regiões cafeeiras de Minas, e as chuvas apesar de desuniformes foram positivas. “Aonde tivemos chuvas acima de 20 mm foi ótimo, mas abaixo disso não resolveu nada, infelizmente”, afirma Alysson Fagundes.
Muitos produtores temem uma safra menor este ano, mas para os pesquisadores, é certo que essa safra será maior em comparação com o ciclo anterior. O ponto que mais preocupa na verdade, é a antecipação da safra, conforme ressalta Alisson. “A colheita nunca foi tão antecipada em Minas Gerais, como foi este ano e nunca tivemos uma maturação tão desuniforme”.
Além da peneira baixa, os problemas com qualidade da bebida, devido ao alto potencial de grãos verdes, também é uma realidade que pode ser enfrentada pelos cafeicultores nesta temporada. No entanto, aguardar o desenvolvimento da colheita é essencial para termos dados que irão fundamentar se essa será mesmo uma safra maior em comparação com o ciclo anterior.
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