Frutos desuniformes e peneira baixa sinalizam queda na qualidade e até mesmo no volume da safra 24.
A colheita de café no Brasil já começou em várias regiões produtoras e com alerta sobre frutos desuniformes e peneira baixa, indicando possíveis quedas na qualidade e no volume da safra de 2024. No Sul de Minas, a colheita ocorre principalmente em áreas próximas a Furnas, onde as temperaturas mais altas aceleram o processo de maturação.
Alysson Fagundes, pesquisador da Fundação Procafé, explica: “Quando a temperatura ultrapassa a média, como ocorreu este ano, a maturação se processa muito mais rapidamente, causando desuniformidade. Os produtores ficam em dúvida se colhem para evitar que os frutos secos caiam no chão ou se esperam que os grãos verdes amadureçam para colher tudo de uma vez”.
A última estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta uma safra de 58,8 milhões de toneladas, mas a precisão desta previsão é incerta devido à variabilidade nas condições das lavouras. Alysson afirma: “Acreditamos em um bom rendimento, com frutos pesados, graças às boas chuvas desde janeiro. No entanto, a peneira baixa já era esperada, o que pode impactar a qualidade e o aspecto dos cafés devido à irregularidade na maturação”.
O cenário preocupa outras regiões também. No Espírito Santo, a colheita do Conilon está adiantada, mas há temores de uma quebra maior do que o esperado devido ao impacto das altas temperaturas na qualidade dos grãos. “Estimamos que a produção seja semelhante à de 2023, mas é prematuro afirmar com certeza, pois estamos apenas no início da safra”, comenta Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooabriel.
Em Rondônia, produtores de café Robusta amazônico adiantaram a colheita devido aos preços elevados. No entanto, a colheita precoce resultou em baixa qualidade e rendimento. Juan Travion, presidente da Associação Caferon, destaca: “Estamos vendo um rendimento baixo e pouca qualidade por causa dessa colheita antecipada”.
Pragas e doenças em meio à colheita?
O momento de colheita ou pré-colheita demanda algumas atenções especiais. Essa é a fase em que a deficiência ou ausência de alguns manejos, bem como a incidência de determinadas pragas, pede por uma ação mais intensa do produtor em campo.
Dentre esses manejos contra pragas e doenças, é preciso uma atenção redobrada com a Ferrugem tardia, a Phoma, a Atraquinose, doenças bacterianas e o controle de mato. Nesta safra, produtores do Sul de Minas, Espírito Santo e Rondônia têm registrado, além das ocorrências acima, a presença da lagarta verde em campo.
De acordo com muitos especialistas, é comum o surgimento da lagarta, porém não da maneira como tem ocorrido, com uma incidência de casos bem alta. Essas são pragas e doenças que podem prejudicar severamente o potencial produtivo das lavouras, dependendo das condições climáticas de cada região.
Condições Climáticas e Perspectivas Futuras
A maioria dos produtores segue atenta em relação às condições climáticas nas regiões produtoras. No Sul de Minas, segundo o pesquisador Alysson Fagundes, da Fundação Procafé, a possibilidade de um inverno chuvoso nos próximos meses prejudica o cafeeiro. “A qualidade de aspecto já é ruim, mas um inverno com chuva também atrapalha a qualidade da bebida. Quanto mais umidade, maior a proliferação de fungos deletérios, que prejudicam a bebida”, enfatiza o Desenvolvimento Técnico de Mercado da Syngenta.
Vale destacar que o inverno chuvoso atingiria diretamente o desenvolvimento da safra, além de colocar em risco a qualidade dos frutos. Já nas regiões de produção do Robusta Amazônico, o pesquisador da Embrapa, Enrique Alves, aponta que as chuvas acima da média, que podem atrapalhar a qualidade dos grãos, não são uma questão na região.
“Muitos produtores estão em fase de planejamento, um momento de pré-colheita. Mas de um modo geral, as condições climáticas se mostram favoráveis”, finaliza o pesquisador.
A região, assim como as demais, teve alguns adiantamentos desse período de colheita.
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