Segundo o sétimo boletim da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), 100% da área destinada à produção de algodão está semeada nesta primeira quinzena de abril.
Após a conclusão do plantio de algodão para a safra 2021/22, os cotonicultores brasileiros seguem com boas expectativas em relação ao potencial produtivo da cultura.
Nesta safra, foi registrado um aumento da área destinada ao cultivo da fibra – que ficou 16,8% maior, totalizando 1,6 milhão de hectares –, o que faz grande diferença na produtividade. A possibilidade de plantio na janela ideal para a cultura teve importante contribuição para o aumento da área semeada.
Segundo o levantamento já mencionado, a produção esperada é de 2,82 milhões de toneladas, aumento de 19,9% em relação à safra anterior. O boletim da Conab aponta, ainda, que a produtividade estimada para o ciclo é de 1.767 kg/ha, cerca de 2,7% maior que no período passado. Dessa produção, cerca de 765 mil toneladas devem ser direcionadas para suprir a demanda interna, e é prevista a exportação de 2.050 mil toneladas.
Dados do Ministério da Economia apontam que, em março de 2022, foram embarcadas cerca de 185,8 mil toneladas de algodão. A receita com essas vendas externas foi de US$ 366,9 milhões.
Em relação aos preços, a pluma de algodão tem registrado uma crescente desde meados de 2020, proporcionando expectativa de boa rentabilidade.
Clima impactou positivamente a cultura do algodão
Os bons resultados alcançados na semeadura não se devem apenas ao plantio na janela ideal: o clima também contribui para o sucesso deste início de safra. As condições climáticas que envolveram algumas regiões produtoras de algodão no Brasil nos últimos meses se mostram ideais para o bom desenvolvimento dos algodoeiros, favorecendo a produtividade da cultura e a produção nacional.
É fato que as ações do clima são muito influentes nas lavouras de algodão, seja positiva ou negativamente, visto que essa é uma cultura muito sensível e suscetível às variações.
Ainda que os cotonicultores venham investindo intensamente em tecnologias para a produção de uma fibra de qualidade superior, os fenômenos naturais continuam a ser motivo de atenção.
Entre os fatores que influenciam a produtividade da lavoura estão:
temperatura;
quantidade, distribuição e intensidade de chuvas;
umidade relativa do ar.
Mercado do algodão brasileiro![Algodão](https://mediasyg.pixit.com.br/s3fs-public/inline-images/IMAGEM_3_algodao-brasileiro-perspectivas-para-safra-21-22-sao-positivas.jpg)
O Brasil é um dos principais produtores de algodão do mundo, ocupando atualmente a quinta posição, atrás apenas da Índia, Estados Unidos, China e Paquistão.
A nível nacional, o Mato Grosso é considerado o maior produtor de algodão, responsável por quase 70% da produção brasileira. Até o final de abril, o algodão de primeira safra matogrossense está em início da fase de maturação, enquanto o de segunda está com mais da metade em formação de maçã. A expectativa é de que a colheita da primeira safra ocorra entre junho e julho, com previsão de aumento de produção.
Segundo maior Estado produtor da fibra brasileira, a Bahia registrou nesta safra um aumento na área cultivada e tem expectativa de leve redução na produtividade. Enquanto na região centro-sul a estiagem persistente dos meses anteriores afetou o desenvolvimento da lavoura, no extremo-oeste, as condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento da cultura. Assim, a expectativa é de que a colheita ocorra de junho a setembro de 2022, já que a maior parte das cultivos estão na fase de formação de maçãs.
Outro importante Estado produtor é o Goiás, em que cerca da metade das lavouras já entraram em formação de maçãs e as condições climáticas são satisfatórias ao seu desenvolvimento. O início da colheita está previsto para ocorrer na segunda quinzena de junho.
![Infográfico](https://mediasyg.pixit.com.br/s3fs-public/inline-images/IMAGEM_4_algodao-brasileiro-perspectivas-para-safra-21-22-sao-positivas.jpg)
De acordo com especialistas da Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão), há um aquecimento do comércio mundial, com estimativa de que o consumo de algodão a nível global chegue a 25,77 milhões de toneladas em 2022.
Vale ressaltar que a China é um dos principais consumidores da fibra brasileira, recebendo cerca de 30% do total exportado da safra 2020/2021.
Outros países que recebem a produção nacional são:
Vietnã (17%)
Paquistão (12%)
Turquia (12%)
Bangladesh (11%)
Indonésia (9%)
Malásia (3%)
Coréia do Sul (3%)
Tailândia (1%)
Índia (0,4%).
Além do consumo do algodão no cenário internacional, outro ponto de destaque é o impacto econômico da cultura. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), até 2021 a commodity foi responsável pela renda de mais de 28 milhões de produtores em 75 países espalhados por cinco continentes.
Assim sendo, a cultura algodoeira garantiu o sustento de 100 milhões de famílias em todo o mundo. Logo, o comércio mundial do algodão movimenta anualmente cerca de US$ 12 bilhões.
Em síntese, a cultura do algodão no Brasil é uma das mais importantes tanto para o mercado interno, que absorve bem a produção, quanto para o externo, que se agrada com a qualidade da pluma brasileira.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.
Confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo.
Deixe um comentário