A agricultura mundial evoluiu muito nas últimas décadas e os resultados são vistos no campo: cada vez mais alcançamos grandes produtividades graças à modernização, desde o preparo do solo até à colheita, entre outros processos. Outro ponto de extrema relevância e impacto positivo no desenvolvimento da agricultura são as novas tecnologias empregadas aos defensivos agrícolas, que oferecem soluções cada vez mais modernas e sustentáveis.

A cultura da cana, por exemplo, é extremamente tecnificada, mas os problemas no campo não param de crescer a cada safra, incluindo as adversidades climáticas que são imprevisíveis e suas interferências nas estratégias de manejo, desafiando os canavicultores a encontrarem estratégias cada vez mais eficazes a fim de controlar a alta pressão de pragas, doenças e plantas daninhas resistentes.

Entrando no assunto específico sobre o controle de plantas invasoras na cana, os desafios podem ser ainda maiores, já que são diversos os fatores que podem comprometer a eficiência no manejo, como estágio da cultura, tecnologia de aplicação e condições edafoclimáticas.

Entre os fatores que podem influenciar a eficácia dos produtos utilizados no manejo estão a quantidade de palhada na superfície, a tolerância do herbicida a longos períodos secos e a habilidade desse herbicida transpor a palha em situações com mínimas precipitações.

Dificuldade no manejo de plantas daninhas na cana

Lavoura de cana

De acordo com boletim técnico-informativo do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) divulgado em 2018, quanto maior o tempo de convivência das plantas daninhas com a cultura, principalmente nos primeiros 90 dias do ciclo do canavial, maior os prejuízos, podendo chegar a uma perda de até 85% nas soqueiras e de até 100% na cana-planta.

Diante desse cenário, é importante que o controle de plantas daninhas na cana-de-açúcar seja realizado na pré e pós-emergência, para evitar perdas na cultura por conta da matocompetição.

No entanto, são inúmeras as gramíneas e folhas largas que podem causar prejuízos à cana e muitas delas apresentam resistência a alguns mecanismos de ação, dificultando o controle. Além disso, a seletividade do herbicida deve ser levada em conta na hora de colocar o manejo em prática, já que as formulações precisam controlar as invasoras sem comprometer o desenvolvimento da cultura.

Algumas das principais plantas daninhas da cana-de-açúcar que podem causar grandes prejuízos à cultura são:

  • capim-braquiária (Brachiaria decumbems)

  • capim-colchão (Digitaria horizontalis)

  • capim-colonião (Panicum maximum)

  • mamona (Ricinus communis L.)

  • merremia (Merremia cissoides)

  • corda-de-viola (Ipomea spp.)

Sendo assim, desenvolver herbicidas com formulações inovadoras para o controle de daninhas na cana é essencial para um manejo assertivo dessas invasoras dos canaviais, levando em consideração sua adaptação às mais diversas condições climáticas e fatores como fotodegradação, volatização, perdas por lixiviação e seletividade, de forma que não interfiram no desenvolvimento da cultura.

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Cana: importância das novas formulações de herbicidas

A partir de combinações diferentes e das propriedades físico-químicas dos princípios ativos, são desenvolvidas soluções para uma aplicação mais segura e eficaz.

O desenvolvimento dessas formulações é normatizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que assegura os padrões de qualidade de cada uma dessas soluções.

Vale ressaltar também que cada formulação tem uma propriedade ou aplicabilidade distinta, que direcionam o produtor na escolha da tecnologia utilizada, de acordo com sua eficiência agronômica para solucionar os problemas da lavoura.

No caso dos herbicidas para o setor sucroenergético, alguns fatores que podem ser desvantajosos são levados em consideração na hora de desenvolver novas formulações, a fim de evitá-los:

  • Volatilidade: pode ocorrer após a aplicação da solução, e acarretar o deslocamento gasoso do produto para outras áreas, sendo considerado um tipo de deriva.

  • Fitoxicidade: a solução pode causar alterações fisiológicas à cultura, o que interfere no metabolismo das plantas.

  • Rápida degradação: pode diminuir consideravelmente o período de ação das formulações sobre os organismos de interesse.

A Syngenta é uma empresa especializada no desenvolvimento de novas tecnologias herbicidas para cana e dispõe de um centro de desenvolvimento para a América Latina, com o objetivo de se antecipar às necessidades do produtor.

Rodrigo Marques, Líder de Tecnologia para a América Latina ressalta que, no desenvolvimento de novos herbicidas para a cana-de-açúcar, a combinação de ingredientes ativos é uma forma de reinvenção dessas moléculas, o que resulta em resultados mais efetivos se comparados às combinações feitas em campo ou mistura em tanque.

“A combinação destes ingredientes ativos em formulações mais complexas traz benefícios que vão além da conveniência, pois trazem também ganhos operacionais como o melhor e mais seguro manuseio, além de maior compatibilidade dentro dos diferentes manejos realizados no campo”, explicou Marques.

Os componentes inertes ou coformulantes presentes nestas formulações possibilitam ainda o desenvolvimento e a diferenciação destas tecnologias, maximizando o efeito do ingrediente ativo e ampliando sua estabilidade em uma ampla faixa de pH e diferentes durezas de água.

A tecnologia e os estudos empregados para a definição de tamanho e distribuição de partículas, por exemplo, também é um importante parâmetro para obtenção de soluções únicas, exclusivas e inovadoras.

“A identificação e direcionamento do correto balanço dos ingredientes ativos, tecnologia de manufatura e componentes inertes finamente estudados resultam em formulações com efeitos sinérgicos, ou seja, quando os produtos interagem de forma superior a sua eficiência convencional”, ressaltou o Líder de Tecnologia para a América Latina.

Desafios no desenvolvimento de novas tecnologias herbicidas

Inúmeros são os desafios enfrentados nesta busca, pois muitas vezes as características físico-químicas destes ingredientes ativos são antagônicas. É o caso do Grover®, herbicida pré-emergente da Syngenta que nasceu da combinação de S-Metolachlor e Hexazinona, no qual temos um ativo líquido e insolúvel em água e outro sólido e parcialmente solúvel em água, respectivamente.

No caso de Grover® foi necessário o desenvolvimento de uma formulação do tipo suspoemulsão, tecnologia única no segmento, que maximiza a eficiência do ingrediente ativo entregando uma eficácia superior, além de uma maior velocidade de dessecação, proteção contra a fotodegradação, com maior espalhamento e passagem na palhada e um melhor residual e seletividade para cultura.

Estes efeitos são obtidos devido aos pontos mencionados anteriormente: proporcionalidade dos ingredientes ativos resultante do correto tamanho de partículas, e componentes inertes que são coformulantes poliméricos, promovendo alta estabilidade para o formulado.

Rodrigo Marques destaca que na Syngenta há um centro de tecnologia focado na identificação e aperfeiçoamento dessas tecnologias, conectando laboratório e campo em um objetivo comum, com foco em uma agricultura cada vez mais produtiva e sustentável.

“É o caso das formulações com mistura em tanque, que otimizam atividades e recursos do produtor ao manejar pragas, doenças e plantas daninhas sem precisar aplicar a solução individualmente. Além disso, algumas combinações têm efeitos sinérgicos, ou seja, quando os produtos interagem de forma a melhorar sua eficiência”, conclui.

Portfólio de herbicidas para cana

Além das novas formulações para herbicidas, é importante que o canavicultor escolha o produto certo e o momento ideal para aplicação, seja em pré ou pós-emergência. Sabendo disso, a Syngenta conta com duas tecnologias inovadoras no controle de plantas daninhas na cana: Grover® e Calipen® SC.

Grover®: herbicida pré-emergente para cana

Grover® tem uma formulação com dois ingredientes ativos (Hexazinona e S-Metolacloro) que proporciona um amplo espectro de controle, pois um ativo é eficiente no período chuvoso enquanto que o outro ativo tem ótima performance no período seco.

A solução apresenta ainda os seguintes benefícios:

  • Amplo espectro: a mistura dos dois ingredientes ativos é eficiente no controle de gramíneas e folhas largas de forma mais ampla.

  • Flexibilidade: pode ser aplicado tanto em cana-planta como em cana-soca, flexibilizando sua ação.

  • Seletividade: controla as plantas daninhas sem afetar o desenvolvimento da cultura.

  • Utilização no quebra-lombo: a aplicação de Grover® no momento dessa operação é importante porque a solução possui atividade latifolicida e graminicida.

  • Pouca volatilidade: não prejudica culturas vizinhas, o que viabiliza o uso do herbicida.

Além disso, Grover® não apresenta o efeito carryover, sendo seguro tanto para a cana quanto para as culturas utilizadas em rotação e o canavicultor ainda pode utilizar o produto por aplicação aérea.

Calipen® SC: herbicida pós-emergente

Calipen® SC é versátil na cultura da cana-de-açúcar e pode ser aplicado tanto na cana-planta como na cana-soca, sendo eficiente em todos os momentos da cultura, com alta seletividade e excelente resultado.

Além disso, apresenta as seguintes vantagens na pós-emergência:

  • Controle: amplo espectro de controle para folhas largas e estreitas.

  • Conveniência: praticidade por ser uma mistura pronta.

  • Eficácia: alto nível de eficácia em menor dosagem, podendo ser usado em diferentes tipos de bicos.

  • Flexível: não limita o produtor, pois pode ser aplicado em diferentes momentos e condições climáticas variáveis.

  • Seletividade: atinge as plantas invasoras sem prejudicar a cana-de-açúcar.

  • Formulação otimizada: garante boa distribuição e retenção do ingrediente ativo nas superfícies de folhas hidrorrepelentes.

  • Economia: baixa dosagem e menor volume de embalagens.

Vale ressaltar que as plantas daninhas apresentam maior sensibilidade a essa solução no estádio inicial de desenvolvimento, com 2 a 4 folhas, e o efeito sobre as invasoras se manifesta de 3 a 5 dias após a aplicação, por meio do branqueamento do meristema apical e das folhas mais jovens que se tornam necróticos posteriormente.

Para a um controle assertivo e obtenção da máxima produtividade do canavial é importante contar com medidas de manejo integradas e um portfólio de produtos com tecnologias eficazes.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

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