A mudança no processo de colheita da cana-de-açúcar, que passou de manual queimada para mecanizada sem queima de palha, favoreceu o aumento populacional de pragas, como o Sphenophorus levis, praga de maior preocupação do setor sucroenergético.
Além disso, a cana é uma cultura que se adapta bem ao clima tropical e a diferentes solos e ambientes de produção e geralmente apresenta áreas produtoras extensas, o que dificulta o processo de manejo.
De acordo com o levantamento realizado pela BIP (Business Intelligence Panel), da Spark Consultoria Estratégica, o controle do Sphenophorus levis ultrapassou 2 milhões de hectares de infestação no Centro-Sul do país.
Na safra 2021/22, os danos causados por essa praga nos canaviais foram muito evidentes, uma vez que o Sphenophorus levis prejudica a brotação do canavial, com sintomas intensificados pelo clima seco e com possíveis geadas.
Segundo estimativas divulgadas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em abril de 2022, a produção de cana-de-açúcar para a safra 2022/23 deverá totalizar 596,1 milhões de toneladas, um aumento de 1,9% na produção de colmos em relação à safra 2020/21.
Com isso, canavicultores que buscam alta produtividade devem ficar atentos às condições climáticas e incidência de Sphenophorus levis na lavoura, para obter o máximo potencial produtivo.
Sphenophorus levis: o vilão da cana-de-açúcar
Também conhecido como bicudo da cana, o Sphenophorus levis é hoje considerado a praga que mais danos causa aos canaviais, começando os ataques na fase larval até atingir a fase adulta.
Estima-se que a cada 1% de toco atacado, a capacidade de produção de cana-de-açúcar pode ser reduzida em 1,6 tonelada por hectare, um número extremamente preocupante para os resultados da lavoura.
Apontada como uma praga primária, o primeiro registro do ataque dessa espécie foi no ano de 1977, no estado de São Paulo e, a partir daí, práticas de manejo foram implementadas a fim de conter os prejuízos causados pelo Sphenophorus levis.
Entre as principais características do bicudo da cana, podemos destacar:
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Tem um ciclo de vida médio de aproximadamente 70 dias;
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Cada fêmea pode botar cerca de 70 ovos;
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Entre 1 a 2 semanas após a postura, nascem as larvas;
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Entre 10 e 15 dias após a fase larval, a praga torna-se adulta.
As larvas de Sphenophorus levis se alojam na base dos colmos da cana, abrindo furos rente ao solo, por onde se alimentam das raízes até chegarem à fase de pupas. Na sequência, vão abrindo grandes galerias, deixando pelo caminho uma fina serragem que serve como ninho.
Esse ataque aos colmos pode causar a morte da planta. Quando não compromete toda a planta, estas apresentam um crescimento abaixo do esperado, interferindo na produtividade e longevidade do canavial.
Isso resulta em maior custo de produção e menor produtividade, pois o canavicultor pode ter a necessidade de reformar todo o seu canavial antes do tempo previsto.
Danos diretos e indiretos do bicudo da cana
Vale ressaltar que o Sphenophorus levis pode atacar a cana-de-açúcar durante todo ano. O ataque do inseto-praga deixa espaços na lavoura devido às falhas do perfilhamento, causando danos indiretos como o aumento na incidência de plantas daninhas, que causam a matocompetição.
Na fase larval, os principais danos diretos atingem as raízes e os toletes, o que afeta diretamente a brotação e o desenvolvimento da lavoura. Outro dado importante na identificação da praga no campo é que o besouro mede aproximadamente 15 mm de comprimento, possuindo listras longitudinais sobre os élitros. Por conta do longo período de vida desta fase do inseto, é necessário o monitoramento constante, para avaliar o crescimento populacional da praga.
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Boas práticas de manejo contra o Sphenophorus levis
O bicudo da cana é considerado uma praga de difícil controle, pois, além da alta infestação, pode permanecer no canavial mesmo com o corte da soqueira, gerando grandes prejuízos.
A praga pode chegar a lugares não infestados por meio de mudas infestadas ou transporte, sendo necessário mais de uma medida de controle para manter os níveis populacionais baixos.
Entre as boas práticas que contemplam o MIP (Manejo Integrado de Pragas) estão:
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Monitoramento constante, a fim de identificar a praga no campo e acompanhar a sua evolução;
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Rotação de culturas, melhorando as condições de solo e evitando que a praga permaneça no canavial;
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Destruição de soqueiras e manutenção da área destruída, deixando a área livre de vegetação hospedeira;
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Controle químico por meio de inseticidas eficientes no manejo da praga.
Uma das possibilidades para a utilização de inseticidas é a associação do produto com a vinhaça localizada, potencializando o controle de pragas e possibilitando redução nos custos operacionais. José Carlos Rufato, do Departamento Técnico de Mercado da Syngenta, especializado em novas tecnologias para cana-de-açúcar afirma que uma das alternativas encontradas para a utilização da vinhaça é a aplicação diretamente na linha de plantio, assim o resíduo é aplicado diretamente sobre as plantas, otimizando o efeito nutricional da vinhaça e, ao mesmo tempo, controlando a praga.
“Esse procedimento é uma evolução no manejo do bicudo e é feito com uso de equipamentos puxados por tratores ou equipamentos autônomos, que fazem a aplicação diretamente nas plantas, permitindo um melhor controle da dose utilizada, otimizando a vazão e oferecendo maior homogeneidade”, conclui.
A evolução no controle de Sphenophorus levis
Sempre em busca de inovações para o agronegócio, a Syngenta desenvolveu um inseticida eficaz no controle de Sphenophorus levis na cana-de-açúcar: Engeo Pleno® S.
Engeo Pleno® S possui ação superior e promove alto índice de mortalidade ao bicudo da cana, sendo a ferramenta mais recomendada para o controle da praga no campo.
Além disso, conta com a exclusiva Tecnologia Zeon que preserva o ingrediente ativo, controlando a sua liberação, já que o inseticida fica aderido às plantas por mais tempo, proporcionando um efeito de choque e longo residual.
A alta performance da solução se deve à fórmula, que apresenta a combinação de tiametoxam e lambda-ciatrolina, que controla não só o bicudo da cana, como outras pragas da cultura, incluindo cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata), pão-de-galinha (Euetheola humilis) e cupins.
Outro diferencial de Engeo Pleno® S é a flexibilidade de aplicação. O produto pode ser utilizado tanto no corte da soqueira 100% injetado como na aplicação no cortador 70/30, e também no jato dirigido.
Aplicação junto à vinhaça
As vantagens de Engeo Pleno® S aplicado junto à vinhaça é uma grande evolução no manejo de Sphenophorus levis. De acordo com um estudo coordenado pela Syngenta em parceria com a Global Cana e a FCA (Faculdade de Ciências Agronômicas – Unesp, campus de Botucatu), observou-se os seguintes benefícios à lavoura:
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redução do custo operacional;
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diminuição da emissão de gases poluentes;
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melhor distribuição do inseticida na base da planta, mesmo em áreas com presença de palha;
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proteção uniforme do rizoma;
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menor dano na soqueira.
No entanto, nem todos os inseticidas disponíveis no mercado apresentam bom comportamento nessa modalidade. Afinal, o produto deve possuir uma formulação com características físico-químicas adequadas para a associação com a vinhaça localizada.
“A única e melhor tecnologia validada para esta modalidade de aplicação, é o inseticida Engeo Pleno® S, que oferece uma formulação moderna e com alta eficiência no controle de Sphenophorus, também na aplicação junto à vinhaça”, ressalta Rufato.
Aplicação junto ao cortador de soqueira
Além da associação e benefícios da utilização de Engeo Pleno® S junto à vinhaça localizada, o manejo de Sphenophorus levis pode ser realizado através do cortador de soqueira, que é uma das principais práticas do mercado com resultados positivos no controle do alvo. Engeo Pleno® S é o principal inseticida utilizado nesta modalidade, promovendo alta eficiência contra a praga, além de proporcionar efeitos de vigor nas plantas.
Para melhor eficiência desta operação é preciso seguir critérios técnicos para que o alvo seja atingido como, por exemplo, velocidade da operação, profundidade do corte, seguir o paralelismo e aplicar o Engeo Pleno® S na modalidade 70/30.
Confira na websérie abaixo, as melhores práticas na estratégia de manejo de Sphenophorus levis através do corte de soqueira.
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