Após uma temporada de altos rendimentos, com um processamento de 623,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2023/24, as expectativas para o setor sucroalcooleiro no ano de 2024 são mais modestas, com uma moagem estimada de 619,93 milhões de toneladas.
Essa estabilização se deve a diversos fatores. Um deles é o clima: após um período de produtividade recorde devido a condições climáticas excepcionais para a cana, previsões indicam chuvas intensas em março de 2024, o que pode impactar tanto o início efetivo da temporada quanto a qualidade da cana.
Com esse cenário climático, a incidência de daninhas pode ser ainda mais acentuada, exigindo um manejo agronômico eficiente para maximizar a produtividade e a qualidade da safra.
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Principais plantas daninhas da cana-de-açúcar
A interação entre a cana-de-açúcar e as plantas daninhas representa um dos principais desafios no cultivo dessa cultura, impactando significativamente a produtividade e a qualidade da produção, com reduções importantes no teor de ATR.
Além de competir com a cana por recursos essenciais como água, luz, oxigênio, gás carbônico e nutrientes do solo, as plantas daninhas podem liberar substâncias alelopáticas que afetam negativamente o desenvolvimento da cana-de-açúcar e também atuar como hospedeiras de doenças e pragas.
Particularmente prejudiciais nas fases iniciais de desenvolvimento da cana, essa competição com as plantas daninhas pode elevar em até 30% o custo de produção e provocar perdas de até 85% no peso dos colmos.
Entre as principais plantas daninhas que afetam os canaviais, destacam-se:
- Mucuna (Mucuna spp.): planta volúvel que pode enrolar-se em mudas de cana, sufocando-as. Possui crescimento rápido, facilitando sua disseminação em canaviais.
- Mamona (Ricinus communis): arbusto de grande porte com folhas largas e sistema radicular robusto. Além da competição por recursos, sua presença é nociva devido à toxicidade, podendo prejudicar a qualidade da matéria-prima e reduzir a longevidade do canavial.
- Merremias (Merremia spp.): trepadeira anual, herbácea, reproduzida por sementes, que prefere solos férteis e úmidos. Compete com culturas por água, nutrientes e luz, além de dificultar a colheita ao se enrolar nas plantas cultivadas.
- Capim-colonião (Panicum maximum): planta perene de folhas longas, em forma de lança e de cor verde-clara. Ocorre em solos secos e férteis, infestando principalmente áreas que foram usadas como pastagem. Dispersa-se facilmente pelo ambiente devido à sua alta capacidade de produção de sementes.
- Braquiária (Brachiaria decumbens): planta daninha extremamente agressiva, comum em lavouras anuais, especialmente no período quente. Tem a capacidade de cobrir rapidamente o solo, competindo eficientemente por água com a cultura dominante.
O controle eficaz dessas plantas daninhas é crucial para a manutenção da produtividade e da viabilidade econômica do cultivo da cana-de-açúcar. O manejo inclui estratégias como monitoramento constante, uso de herbicidas pré e pós-emergentes, além de práticas agronômicas integradas.
Controle de plantas daninhas: benefícios dos manejos pré e pós-emergente
No manejo de plantas daninhas na cana-de-açúcar, estratégias de manejo pré-emergente e pós-emergente desempenham papéis fundamentais e complementares.
O manejo pré-emergente, focado na prevenção, envolve a aplicação de herbicidas antes que as daninhas emerjam do solo. Essa abordagem é benéfica por oferecer um efeito residual, mantendo a lavoura limpa por mais tempo e reduzindo a necessidade de aplicações frequentes de herbicidas pós-emergentes.
Além disso, os herbicidas pré-emergentes têm um amplo espectro de controle, eficazes contra uma grande variedade de espécies invasoras, o que minimiza a competição por água, luz e nutrientes com a cana-de-açúcar.
Para o sucesso do manejo pré-emergente, é crucial considerar a solubilidade dos herbicidas e as condições climáticas, adaptando as estratégias conforme necessário.
Por outro lado, o manejo pós-emergente lida com infestações de daninhas já estabelecidas e consiste na aplicação de herbicidas após a emergência delas. Esse controle é essencial, principalmente quando o manejo pré-emergente não foi realizado corretamente ou em caso de novas infestações.
Ademais, a presença de daninhas, especialmente as de grande porte ou trepadeiras, como a corda-de-viola, pode dificultar o processo de colheita. Assim, o controle pós-emergente eficaz das daninhas facilita o processo de colheita e ajuda a manter a qualidade da matéria-prima, além de reduzir os riscos associados a patógenos e pragas.
A preservação da qualidade da cana é particularmente importante, pois o estresse causado pela competição com as daninhas pode afetar negativamente a produção de sacarose. Portanto, as aplicações de herbicidas pós-emergentes devem ser realizadas quando as plantas daninhas estão ainda pequenas, para maximizar a eficácia e minimizar a competição.
Importância do timing correto de aplicação de herbicidas
O timing correto na aplicação de herbicidas na cana-de-açúcar é crucial para garantir o controle efetivo de plantas daninhas, considerando que a dinâmica e eficiência dos herbicidas são diretamente impactadas pela disponibilidade hídrica.
Durante períodos úmidos, com chuvas regulares, herbicidas de baixa solubilidade são preferíveis para evitar a lixiviação e resultar em um controle insatisfatório das daninhas.
Em contraste, nos períodos semisseco, seco ou semiúmido, com chuvas irregulares, são indicados herbicidas de solubilidade intermediária ou alta. Assim, a observação do histórico de chuvas é fundamental para planejar as aplicações, assegurando que os herbicidas atinjam seu desempenho ideal.
A flexibilidade na aplicação de herbicidas pós-emergentes é especialmente importante devido ao ciclo contínuo de plantio e colheita da cana-de-açúcar, que ocorre durante quase todo o ano.
Essa flexibilidade permite que o controle das plantas daninhas seja feito em etapas, ajustando-se à disponibilidade de recursos como maquinário, implementos e mão de obra. Isso facilita o manejo da cana, permitindo o uso dos herbicidas em diferentes períodos do ano e garantindo um manejo mais eficiente e sustentável.
Além disso, as plantas daninhas apresentam diferentes padrões de germinação e desenvolvimento, resultando em variados fluxos de emergência ao longo do ciclo da cana. Isso reforça a importância de um herbicida que possa ser aplicado eficazmente em várias fases do cultivo.
Herbicidas pré e pós-emergentes para um manejo completo de daninhas
Pensando em aumentar a eficácia do manejo de daninhas na cana, a Syngenta investiu em inovações tecnológicas e desenvolveu GROVER®, herbicida pré-emergente altamente seletivo para cana-de-açúcar, que possui diversos diferenciais que promovem o controle das daninhas com excelência.
GROVER® conta, em sua formulação, com dois ingredientes ativos – hexazinona e s-metolacloro –, que agem em diferentes camadas do solo com alta e baixa solubilidade ao mesmo tempo, permitindo que o produto tenha um amplo espectro, controlando várias espécies de plantas daninhas, incluindo gramíneas e folhas largas.
Além disso, a formulação de GROVER® permite sua aplicação nas épocas semisseca, semiúmida e úmida, tanto em cana-soca quanto em cana-planta, apresenta compatibilidade com outros produtos, baixa volatilidade e ainda proporciona um longo efeito residual.
Tendo em vista um cenário de instabilidade climática, o controle pós-emergente de daninhas também é uma prática essencial e, para isso, CALIPEN® SC é a escolha certa.
Composto pelos ativos mesotriona e atrazina, que promovem um excelente controle das principais gramíneas e também das daninhas de folhas largas de difícil controle, CALIPEN® SC também é altamente seletivo à cana-de-açúcar e tem grande flexibilidade de aplicação, podendo ser aplicado em todas as situações, seja na pós-inicial, na pós-tardia e até mesmo em pré-colheita.
Além disso, CALIPEN® também oferece praticidade ao produtor, por conta de sua baixa dosagem e menor volume de embalagens.
Vale lembrar que, para obter bons resultados, é necessário considerar as práticas adequadas de aplicação do produto. Por isso, é necessário seguir as recomendações do receituário e da bula de GROVER® e CALIPEN®.
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