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Um dos maiores inimigos do cafeicultor, especialmente daqueles cuja produção está localizada em regiões com altitudes mais elevadas, é a mancha-de-phoma (Phoma spp.).

A incidência da doença fúngica surge, principalmente, em dois momentos distintos ao longo do ciclo da cultura: na pré-colheita, onde as temperaturas começam a diminuir, e no período da florada, momento no qual as condições são ainda mais favoráveis à ocorrência da doença.

O café tem grande relevância no cenário econômico brasileiro, de maneira que o impacto ocasionado pelo patógeno é muito significativo. Sobre isso, é importante destacar que o café é considerado uma das principais e mais fortes commodities do Brasil: registrou a maior alta nos preços em 2021, e a expectativa é que o cenário perdure ao longo de 2022.

Sendo assim, a preocupação com a produtividade dos cafezais e com a qualidade do café que se coloca à mesa do consumidor é algo que faz parte da vida do cafeicultor, o principal interessado em controlar com eficiência as doenças que podem prejudicar sua produção, em especial na etapa da floração.

Essa doença é considerada uma das mais impactantes para a cultura, pois a planta não tem tempo para recuperar o potencial produtivo, podendo causar perdas de até 50% na produção. Diante disso, colocá-la como uma das grandes inimigas do cafeeiro não é nenhum exagero e o manejo preventivo da lavoura é um dos principais aliados dos produtores.

Isso porque a mancha-de-phoma é considerada uma doença silenciosa, agressiva e rápida, já que, muitas vezes, os produtores não percebem o ataque. Porém, existindo as condições ideais, em pouco tempo os sintomas surgem, comprometendo a produtividade da safra, dificultando o controle.

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Mancha-de-phoma: características que contribuem para o surgimento da doença

A presença da mancha-de-phoma em um cafezal interfere diretamente na produtividade, afinal, a doença pode atacar diversas estruturas das plantas, podendo causar desfolha, seca dos ramos e impactar diretamente a formação dos chumbinhos (mumificação).

De modo geral, a doença pode ser favorecida por alguns fatores climáticos, como:

  • alta umidade relativa do ar;
  • chuvas em excesso;
  • temperaturas amenas;
  • ventos fortes.

Vale destacar que a penetração dos fungos do gênero Phoma é facilitada pelos danos mecânicos causados no tecido da planta por eventuais atritos.

Tais danos podem ocorrer em função de ventos fortes, assim, a incidência da mancha-de-phoma é maior em regiões com altitudes mais elevadas, onde há temperaturas mais baixas, o que favorece o desenvolvimento da doença.

A presença da mancha-de-phoma pode ser identificada, em um primeiro momento, nos três primeiros pares de folhas, haja vista que a doença se inicia pelos ponteiros, onde temos tecidos mais tenros, o que torna essas estruturas mais passíveis de quebra, o que facilita a entrada do fungo.

Os sintomas também podem ser observados no início da formação dos chumbinhos, causando mumificação e queda dos mesmos.

Entre os sintomas notados no cafeeiro afetado pela mancha-de-phoma estão:

  • manchas irregulares de coloração escura nas folhas;
  • curvatura nas bordas das folhas;
  • lesões deprimidas e escuras nos ramos;
  • seca dos ramos;
  • desfolha;
  • morte ascendente dos ramos produtivos;
  • danos e queda de botões florais;
  • mumificação e queda de chumbinhos no período pós-florada.

Mancha-de-phoma

Vale ressaltar que todos esses danos interferem diretamente no potencial produtivo da safra atual e das seguintes. Assim como as brotações novas podem ser prejudicadas pela mancha-de-phoma, a granação pode ser comprometida, o que reduz a produtividade do café e pode, por fim, interferir na qualidade da bebida.

Ataque primeiro: invista na prevenção da mancha-de-phoma

Como bem diz o ditado popular, prevenir é sempre melhor do que remediar! Normalmente, as condições mais favoráveis para o surgimento da mancha-de-phoma ocorrem na época da florada, considerado o momento mais importante para a produtividade da lavoura, e também na pré-colheita.

É importante lembrar que, no caso de doenças, é sempre recomendado adotar medidas de maneira integrada. Podemos destacar algumas práticas para a prevenção da doença, tais como:

  • Planejar a instalação de quebra-ventos.
  • Promover adubações equilibradas para evitar o desequilíbrio nutricional das plantas.
  • Realizar o controle químico.

O indicado é que o controle químico seja feito de maneira preventiva antes dos períodos mais favoráveis à doença, ou seja, no outono e no inverno. A florada é o período mais importante quando pensamos na mancha-de-phoma, quando são indicadas aplicações na pré e pós-florada. Porém, é preciso destacar a importância da aplicação preventiva na pré-colheita devido à importância da redução do inóculo inicial do fungo.

Assim, preceder a aplicação da florada nessa época pode resultar em uma lavoura mais saudável e preparada para suportar a alta pressão da doença durante o inverno.

Sempre importante ressaltar que, mesmo que o controle químico não tenha sido feito de maneira preventiva na pré-colheita, ou pré-florada, é indicado realizar as aplicações no pós-florada, principalmente utilizando produtos com uma combinação eficiente de ativos, para retardar a evolução da doença, conforme explica o vídeo abaixo:

Dessa maneira, o cafeicultor, além de diminuir a taxa da incidência da doença, ainda reduz a possibilidade de um ataque na safra seguinte.

Em síntese, com manejo adequado e de maneira preventiva, é possível controlar com eficiência a mancha-de-phoma, um dos principais inimigos da cultura do café.

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