A safra 2021/22 de soja chegou ao fim. Grande parte das regiões produtoras já haviam finalizado o processo de colheita na primeira quinzena de maio. No 9º levantamento da safra de grãos, as estimativas de produtividade total da cultura eram de 124,27 milhões de toneladas, uma quantidade 10,1% inferior em relação ao ano anterior, segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Diante dessa redução, produtores devem aproveitar o período de vazio sanitário para planejar o manejo em suas lavouras para a próxima safra, a começar pela implementação da dessecação pré-plantio.
Segundo especialistas, esses resultados da produção de soja no Brasil se devem às adversidades climáticas que dominaram as regiões produtoras no início deste ano. Em áreas afetadas pela estiagem, houve alguma recuperação da capacidade produtiva das lavouras pelo retorno da chuva no primeiro trimestre. No entanto, isso não foi suficiente para uma alta significativa dos resultados da colheita.
Para reverter essa situação no próximo ciclo, os sojicultores precisam estruturar seu plano de manejo de maneira estratégica, a fim de assegurar um bom estabelecimento inicial do cultivo e propiciar plantas fortalecidas e bem desenvolvidas, que sintam menos os impactos de qualquer intempérie que possa vir a ocorrer ao longo da safra 2022/23.
O primeiro passo para uma soja que expresse seu máximo potencial produtivo é a realização da dessecação pré-plantio, uma prática de manejo que combate plantas daninhas antes da semeadura e tem por objetivo proporcionar as boas condições necessárias para que as plantas de soja tenham qualidade no desenvolvimento, desde o primeiro estádio.
Por isso, este conteúdo aborda os riscos que as plantas daninhas inferem sobre a soja durante e logo após a semeadura, justificando a importância da dessecação pré-plantio, para, então, tratarmos das exigências necessárias para implantar a técnica de maneira precisa e satisfatória.
Boa leitura!
As plantas daninhas na entressafra da soja
Para a soja crescer no limpo, ou seja, em uma área livre de daninhas, é preciso manejar as invasoras antes da semeadura. O fato é que, se essas plantas já estiverem na lavoura no momento do plantio da soja, sejam elas buva, trapoeiraba, corda-de-viola ou até mesmo remanescentes do cultivo anterior, podem causar danos à cultura, visto que:
A oferta de nutrientes no solo é restrita, de maneira que a soja e as daninhas disputam esse recurso, com vantagem competitiva por parte das invasoras, que estavam instaladas primeiro e, portanto, têm mais capacidade de absorção de nutrientes diante da soja recém-emergida.
O fenômeno da matocompetição também significa a disputa por luz solar e água. As daninhas já instaladas na lavoura durante o estabelecimento inicial da soja têm maior área foliar, captando mais luz. Além disso, elas também apresentam desenvolvimento radicular avançado, com maior capacidade de absorção de água do solo.
A presença de plantas daninhas na área do cultivo dificulta ou mesmo inviabiliza a movimentação de maquinários, de maneira a prejudicar os processos de plantio.
As daninhas estabelecidas na área a ser cultivada são potenciais hospedeiras de doenças e pragas, de maneira que a soja não sofre apenas com a matocompetição, mas já cresce cercada por ameaças que prejudicam seu desenvolvimento.
Diante desses fatores, a aplicação de herbicida para a realização de dessecação pré-plantio como estratégia de manejo para a soja é essencial para que a cultura se estabeleça no limpo. Isso facilita os cuidados iniciais com as plantas, assegura a disponibilidade de recursos no solo para seu desenvolvimento, além de eliminar possíveis pragas e fungos que estiverem usando as daninhas como hospedeiras, diminuindo as chances de infestação da lavoura e a necessidade de ações radicais de controle dessas ameaças ao longo do cultivo.
A dessecação pré-plantio na prática
A realização da dessecação pré-plantio deve ser tomada como regra por todo produtor que deseja a máxima expressão do potencial produtivo da sua lavoura de soja. O momento de germinação das sementes é muito delicado e determinante para o bom desenvolvimento de cada uma das plantas. Assim, é preciso semear em uma área livre de daninhas e de resquícios da cultura antecessora, que deve estar totalmente morta, tanto a parte aérea quanto as raízes, para uma boa plantabilidade da nova cultura.
O sucesso na dessecação pré-plantio definirá o nível de qualidade do estabelecimento inicial do estande de soja, favorecendo os estádios posteriores de desenvolvimento. Com plantas fortes e bem estabelecidas, a lavoura de soja sofre menos diante de intempéries climáticas ou ataque de pragas e patógenos, que podem ser mais facilmente controlados se manejados desde o início.
Justificados os motivos da necessidade inegável de aplicar herbicida antes da semeadura da soja, trataremos um pouco da parte operacional para a realização dessa técnica tão importante para uma safra de soja de sucesso.
Dessecação pré-plantio da soja: um passo a passo
A seguir, descreveremos em quatro passos um guia de como realizar a dessecação pré-plantio, a fim de especificar as operações necessárias para preparar a semeadura da soja.
Passo 1: Análise da área e identificação das plantas daninhas
O preparo do solo para receber as sementes de soja é a primeira operação para o início de uma nova safra, e isso depende da eliminação das plantas daninhas que porventura podem estar ocupando a lavoura.
A escolha do herbicida ideal para uma dessecação pré-plantio eficiente passa pela análise da área. É preciso mapear o campo, verificar as espécies de daninhas presentes, a densidade populacional de cada uma delas e seu estágio de desenvolvimento.
Primordialmente, o produtor precisa ter em vista qual a classe de daninhas presente, se gramíneas ou folhas largas, e investigar o histórico da região para verificar falhas anteriores no controle de daninhas e registro de resistência das mesmas a algum princípio ativo específico. Estruturando esses dados, é possível acertar na escolha da solução para aplicação no pré-plantio, conquistando eficiência no controle das espécies identificadas e reduzindo as possibilidades de necessitar reaplicação.
A identificação das daninhas pode parecer uma tarefa difícil, mas as tecnologias digitais facilitam muito essa operação. Uma ferramenta com a função de monitoramento georreferenciado permite identificar as espécies incidentes em cada pedaço da lavoura, a intensidade da infestação e o estádio de desenvolvimento de cada planta.
App de monitoramento georreferenciado de plantas daninhas por meio de gráficos de calor
Para isso, a Syngenta Digital desenvolveu o Cropwise Protector, um software de alta tecnologia, que oferece essas funcionalidades de monitoramento ao produtor, além de possibilitar o registro das aplicações, amparando a estratégia de controle de plantas daninhas durante todo o ciclo do cultivo.
Passo 2: Escolha do herbicida
A partir do conhecimento das características das daninhas em detalhes, é possível escolher o herbicida eficiente para o controle das espécies identificadas. A escolha do produto deve considerar:
Uma formulação com princípios ativos de alta performance no controle das daninhas, a partir do histórico de resistência das espécies.
Uma tecnologia que aja na dessecação das folhas e também na inviabilização do sistema radicular das daninhas.
Uma solução fácil de ser aplicada e que possa se adequar à demanda da área, de acordo com a estrutura da lavoura, atendendo a necessidade de aplicação via solo ou aérea.
O tempo de ação do produto, para que o controle de daninhas aconteça rapidamente, garantindo a distância entre o manejo e a semeadura, de maneira a não atrasar o plantio dentro da janela ideal para a cultura.
A resistência das plantas daninhas a ativos como o glifosato é um fato que tem gerado dificuldades durante o manejo. Por isso, a escolha do herbicida a partir da compreensão das características das invasoras é fundamental, afinal, nenhum produtor quer que seu investimento em defensivos seja em vão.
Assista a seguir ao vídeo que preparamos para explicar a dessecação pré-plantio da soja:
Diante disso, uma opção eficaz para a dessecação pré-plantio em lavouras de soja é Reglone®, que controla espécies resistentes e age rapidamente, entregando ao produtor a eficiência necessária para esse manejo e favorecendo o crescimento da soja para uma lavoura realmente produtiva.
Passo 3: Aplicação do produto
Escolhido o herbicida, é chegado o momento da aplicação. Em condições de inviabilidade de aplicação via solo, um herbicida de contato para aplicação foliar, como Reglone®, pode ser o ideal, dessecando as folhas, impedindo a fotossíntese e eliminando as daninhas em poucos dias.
A aplicação dos herbicidas deve acontecer em período anterior à data de semeadura, com um intervalo seguro, a fim de evitar que o produto remanescente na área prejudique a germinação das sementes. Mesmo assim, a melhor estratégia seria realizar a aplicação com semanas de antecedência, para garantir uma janela de tempo para reaplicação, caso seja necessária, sem atrasar o momento do plantio.
Passo 4: Monitoramento dos resultados
Cerca de 10 a 15 dias após a aplicação dos herbicidas, já é possível verificar os efeitos na lavoura. Nessa etapa, é possível recorrer novamente ao Cropwise Protector, que vai informar por meio de dados precisos se o controle foi efetivo ou se ainda restam espécies de daninhas que não foram eliminadas na primeira aplicação.
Assim, é possível decidir se há necessidade de reaplicação ou se já foram alcançadas as condições para o plantio de soja no limpo. O registro desse monitoramento oferece insights importantes para as tomadas de decisão a respeito da aplicação de herbicidas ao longo do ciclo, mas também para estruturar as estratégias de manejo para a safra seguinte.
Syngenta e você para uma safra de soja de sucesso
O interesse de nossa empresa está em ver as lavouras brasileiras potentes e produtivas, para que avancemos em números e alcancemos patamares cada vez mais elevados frente ao mercado internacional. As dicas de boas práticas agrícolas e as tecnologias que oferecemos têm por objetivo contornar possíveis problemas que possam prejudicar as lavouras.
Com uma estratégia de manejo estruturada, adversidades climáticas como excesso ou escassez de chuvas, a exemplo do que vivenciamos na safra 2021/22 de soja, podem ter impactos minimizados em uma lavoura preparada, protegida e bem estabelecida.
A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.
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