Cana: mitos e verdades sobre maturação pré-colheita

Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo!

A cana-de-açúcar é uma das culturas de maior importância no agronegócio nacional, e um dos fatores que define uma safra com bons índices de retorno financeiro é sua concentração de ATR (Açúcar Total Recuperado), índice que avalia a qualidade e a quantidade do açúcar presente na planta.

De acordo com a terceira estimativa da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), a safra 21/22 deve atingir 568,4 milhões de toneladas. Vale ressaltar que as alterações climáticas podem causar mudanças no nível de açúcar da planta, assim como as práticas de manejo adotadas pelo produtor, o que interfere no produto final.

Nesse caso, as semanas que antecedem a colheita são essenciais para que o acúmulo de ATR atinja o seu máximo em concentração. Isso é possível por meio de estratégias de manejo que assegurem a concentração de açúcar, como a aplicação do maturador.

O que são maturadores de cana?

Maturadores são soluções utilizadas no manejo da cultura da cana-de-açúcar que favorecem a concentração de açúcar por reduzir o aporte de energia para o crescimento vegetativo da planta. Esse processo é realizado, geralmente, de 15 a 60 dias antes da colheita, potencializando o acúmulo de ATR.

Quando a temperatura e a umidade são adequadas para o desenvolvimento natural das plantas ou seu florescimento são favorecidos, a concentração de sacarose nos colmos diminui. A aplicação de maturadores redireciona a planta de uma rota de crescimento para uma de acúmulo de sacarose, possibilitando que a colheita seja realizada antecipadamente e no pico máximo de ATR acumulado na planta.

Outras vantagens dos maturadores de cana são:

• Usados como grandes aliados do produtor, ao potencializar a concentração de açúcar no colmo e aumentar o rendimento da lavoura.

• São ferramentas importantes para utilizar em diferentes condições climáticas, principalmente com excesso de chuvas.

• A maturação na pré-colheita facilita a operação de corte e transporte da cana para a usina.

A respeito do último tópico, vale ressaltar que a cana tem a colheita feita de forma escalonada, ou seja, algumas estão aptas para o corte enquanto outras ainda precisam de um tempo para maturação. Com isso, o produtor tem a possibilidade de planejar melhor o seu cronograma de colheita, tendo controle elevado sobre a operação e garantindo um produto de maior qualidade.

Principais mitos X verdades sobre uso de maturadores

Como vimos, o teor de açúcar na planta é o principal fator para o melhor retorno financeiro ao canavicultor e, para isso, é possível utilizar o maturador na pré-colheita para ter os melhores resultados em qualidade.

No entanto, ainda existem alguns mitos em relação ao uso de maturadores na cana, como aqueles que afirmam a possibilidade de prejudicar o desenvolvimento das plantas ou, até mesmo, ocasionar uma produtividade reduzida. Confira os principais mitos e verdades sobre este assunto no infográfico abaixo:

1. Perda de TCH (toneladas de colmos por hectare)

Quando se fala sobre o uso do maturador, um dos mitos mais conhecidos é a questão da perda de produtividade e longevidade do canavial para alcançar o máximo ATR da planta.

De fato, a lavoura sofrerá redução no seu ritmo de crescimento para que os açúcares formados a partir do processo fotossintético possam ser alocados em acúmulo de sacarose em detrimento do desenvolvimento vegetativo. No entanto, o balanço entre ATR e TCH, o TAH, passa a ser mais positivo e com isso o canavicultor ganha em rentabilidade dentro do processo.

O uso de maturadores aumenta em até 20% o sistema radicular das plantas, proporcionando uma brotação de soqueira mais rápida, e também aumenta um colmo coletável adulto no final do ciclo. Resumindo, os ganhos que o produtor terá nos cortes seguintes serão muito superiores à pequena retenção de produtividade quando da aplicação do maturador.

2. Maturadores não têm efeito sob condições de chuvas irregulares

As adversidades climáticas são um dos grandes desafios dos canavicultores, principalmente na fase de pré-colheita, quando o acúmulo de sacarose é essencial para o bom retorno financeiro da safra. Em condições de chuvas intensas, a tendência é que as plantas absorvam mais água e, com isso, o teor de açúcar nos colmos é reduzido.

Diante dessa condição, é normal que os canaviais estejam mais vegetados, ou seja, com mais folhas verdes e também com mais entrenós imaturos. A qualidade pode ser afetada porque as plantas não vão conseguir atingir a maturação plena, mas o uso de maturadores, nesse caso, favorece a concentração de sacarose nos colmos da cana.

3. Substituir maturadores por nutrientes traz o mesmo resultado

É comum que os canavicultores utilizem nutrientes para condicionar a planta a uma melhor maturação. No entanto, é equivocado deixar de usar o maturador na pré-colheita esperando que os resultados em ATR irão atingir altos níveis pelo uso de uma só ferramenta.

Os nutrientes são uma forma de manejo importante para estimular o crescimento das plantas, enquanto o maturador atua diretamente no acúmulo máximo de sacarose nos colmos, para um melhor retorno financeiro.

O ideal é que o canavicultor associe o complexo nutricional ao maturador, equilibrando as taxas fotossintéticas das plantas, suprindo possíveis deficiências e, ao final, tirando a planta da sua rota de crescimento para elevar o ATR.

Como escolher o maturador ideal?

Sabendo das vantagens do uso do maturador no que diz respeito à rentabilidade da lavoura, é importante que o produtor leve em consideração algumas características do produto escolhido para obter o máximo potencial produtivo da cana.

Entre os pontos a serem considerados para essa escolha estão:

• Versatilidade: é importante escolher um maturador que possa ser aplicado tanto em cana-planta como em cana-soca.

• Seletividade: a solução não pode prejudicar o desenvolvimento da cultura nem de outras culturas vizinhas.

• Redução do ritmo de crescimento: esse efeito deve induzir a planta a uma inibição temporária sem afetar o processo de fotossíntese.

• Acúmulo de sacarose: o aumento de ATR deve ocorrer a partir de 15 dias após a aplicação.

• Incremento: alguns maturadores mantêm sua ação até 60 dias após aplicação.

Além dessas vantagens, é importante que o agricultor tenha a orientação de um engenheiro agrônomo capaz de definir quais são as melhores soluções para um manejo eficaz na cana-de-açúcar e também seguir todas as recomendações de doses entre outras indicadas na bula do produto.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.

Acesse o